O bem-estar animal é cada vez mais uma exigência de consumidores, mas no que depender da Startup Agroconforto, de Castro (PR), essa passará a ser uma exigência dos próprios animais. Há quatro meses empresa criou um sistema que aumenta o conforto de vacas leiteiras e, em troca, traz maior produtividade.
A partir de um sensor que monitora o ambiente, o produtor consegue identificar as condições de temperatura, umidade, luz, vento e gases nocivos em galpões.
“Disponibilizamos uma antena em cada barracão. As informações são centralizadas em um servidor local, dentro da propriedade, e não é preciso conexão à internet”, explica Lucas Carneiro Thomaz, um dos fundadores da startup. Basta uma rede wi-fi interna para transferir os dados para o celular ou tablet do produtor para que o mecanismo sinalize alguma necessidade de ajustes no ambiente dos animais.
O empreendedor completa ainda que, quando conectado à internet, o sistema possibilita ainda uma consultoria anônima, isto é: comparar a fazenda com dados de outras propriedades, obtendo um panorama médio de mercado - mas sem identificar as fazendas produtoras.
A ideia despertou, inclusive, o interesse de grandes empresas, como a IBM e outras startups. “Estamos em busca de parcerias”, anuncia Lucas Thomaz.
Na prática
A inovação surgiu no Hackaton Agroleite, um desafio da Castrolanda para equipes desenvolverem, em 36 horas, projetos para melhorar a produção leiteira. Vencedora do desafio, a equipe Internet of Cows (Internet das Vacas) recebeu um aporte de R$ 5 mil para continuar o projeto. “Um dos produtores [presentes no evento] abriu a propriedade para desenvolvermos o projeto”, afirma Thomaz.
O produtor em questão é Ronald Rabbers, que aposta inclusive na economia de energia com o equipamento: “Com a tecnologia instalada é possível ligar e desligar ventiladores em situações de calor. Com certeza vou ganhar com economia de energia, em efetividade e isso vai ser transformado em produção de leite”. O rebanho de Rabbers produz um total de 12 mil litros diariamente - uma média de 40 a 48 litros por vaca.
Atualmente, a startup castrense já tem outros dois clientes, além de Ronald Rabbers. A ideia da equipe é lançar oficialmente o produto no mercado no segundo semestre de 2018. Isso não impede, contudo, que outros clientes fechem negócio antes dessa data. Durante o desafio Ideas for Milk, realizado na semana passada em Juiz de Fora Minas Gerais, novos clientes entraram na mira da empresa:
“Conversamos com alguns produtores mineiros e um do Equador. Estamos avaliando como podemos fazer as instalações fora do Paraná”, diz Lucas Thomaz. “O valor depende da metragem de uso”, explica.
O especialista conta que a instalação do hardware é feita gratuitamente, e o contrato pode ser feito por um ou dois anos, com a opção de renovação do produtor. A equipe conta com engenheiros agrônomo, eletrônico, químico, além de um cientista da computação e um gerente de projetos.
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