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Pecuária

Câmbio reanima cadeia após ‘parada cardíaca’

Renato Haroldo de Geus investiu R$ 1,4 milhão na construção de duas granjas com capacidade para 2,6 mil animais. |
Renato Haroldo de Geus investiu R$ 1,4 milhão na construção de duas granjas com capacidade para 2,6 mil animais. (Foto: )

Carambeí (PR) - A suinocultura demonstra sinais de recuperação. Após atingir uma situação crítica, capaz de expulsar produtores da atividade, o setor vê na valorização da moeda norte-americana e na exportação (leia abaixo) antídotos para a crise. Com o dólar perto de R$ 3,50, os negócios envolvendo a proteína suína se tornaram lucrativos, mesmo com custos de produção elevados em função da valorização dos grãos, principalmente a soja, usados para a ração, e do aumento dos impostos.

“Os produtores ganharam muito dinheiro ano passado. Neste ano estão ganhando também, menos por conta do aumento do custo de produção. Mas [a suinocultura] é um mercado promissor”, aposta Mauro Sérgio Souza, gerente de pecuária da cooperativa Frísia, ex-Batavo, de Carambeí, nos Campos Gerais.

A força do dólar nos negócios com carne suína equaliza a queda no preço médio do alimento no Brasil. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país exportou 248 mil toneladas da proteína nos primeiros sete meses deste ano, 5,5% a mais em relação ao mesmo período de 2014. Porém, as cifras das transações caíram US$ 115 milhões (ou 15%). Mesmo assim, a receita em reais teve alta de 14%, o que significa mais dinheiro no bolso do produtor.

Certos de que a melhor forma de manter a suinocultura longe de uma nova crise é por meio de maior participação no mercado internacional, frigoríficos trabalham para abrir frentes de negócios. A Rússia, com grande influência no mercado pela grande demanda e por pagar mais, é o principal alvo. A Unidade Industrial de Carnes da Intercooperação, administrada pelas três cooperativas holandesas dos Campos Gerais – Castrolanda, Capal e Frísia – vislumbra o mercado russo no curto prazo para eliminar parte da ociosidade – a unidade já exporta para Hong Kong. A planta tem capacidade para abater 9,3 mil suínos/dia, mas opera atualmente com 2,4 mil/dia.

Investimentos

O cenário promissor tem feito com que a base do setor produtivo retome investimentos, há tempos não registrados. O produtor Renato Haroldo de Geus possui o sistema de ciclo completo na propriedade em Carambeí há três décadas. Após anos descrente na atividade, Geus resolveu ampliar a produção ao construir duas novas granjas com capacidade para 1,3 mil animais cada. Os espaços ao custo de R$ 1,4 milhão serão utilizados, a partir de maio do próximo ano, para fazer a terminação dos animais entregues pela recém-inaugurada Unidade Produtora de Leitões (UPL) da cooperativa Frísia.

“O custo de produção está abaixo do valor recebido. Com os preços estáveis, existe margem de lucro”, ressalta. “Se conseguirmos vender para a Rússia, a retomada será ainda melhor”, complementa o suinocultor.

281 mil toneladas de carne de porco foram exportadas pelo Brasil nos sete primeiros meses deste ano, com o faturamento foi de US$ 700 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2014, foram 7 mil toneladas a mais, porém,US$ 135 milhões a menos.

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