A Operação Carne Fraca, deflagrada em março de 2017, pode ser vista como uma “crise positiva”, já que não gerou prejuízos para o setor - as exportações devem crescer este ano - e levou o Brasil a melhorar o sistema de fiscalização sanitária.
A avaliação foi feita pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, nesta terça-feira, 19, em Brasília. “Crises muitas vezes são positivas”, afirmou ele a jornalistas. “Não podemos nem apontar prejuízos com Carne Fraca porque vamos terminar o ano com volumes maiores de exportação”, comentou. “Foi um grande susto, mas nos deu muitos alertas.”
Segundo Maggi, a Operação Carne Fraca levou o Ministério a revisar procedimentos internos. A “grande desconfiança dos importadores” estava no serviço de fiscalização do País, disse. “Muitos deles achavam que havia interferência política nesse processo, então criamos um novo sistema blindando tudo isso.”
Maggi voltou a afirmar que o bloqueio dos Estados Unidos à carne bovina in natura brasileira, anunciado em junho, não teve relação com a Operação Carne Fraca. “As plantas frigoríficas não tomaram os cuidados necessários para um mercado tão exigente quanto aquele.”
Uma das alegações dos norte-americanos foi a presença de abscessos nos cortes enviados ao país. “Minha esperança era de que voltássemos (a exportar para os EUA) ainda em dezembro, mas não foi possível”, disse.
O ministro diz acreditar que a retomada aconteça nos primeiros meses de 2018. “Tivemos problema com etanol deles para cá e isso deixou os norte-americanos pouco satisfeitos; certamente atrapalhou um pouco.”
Em relação ao bloqueio anunciado pela Rússia no fim de novembro às carnes brasileiras, o ministro disse que as negociações estão em curso e que o mercado deve ser retomado em janeiro ou fevereiro.
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