O mercado de saúde animal no Paraná envolve aproximadamente 10 mil veterinários e 24 cursos de graduação, que formam cerca de 900 novos profissionais todos os anos.
Apesar de o estado figurar como um dos principais polos de produção agropecuária do país, com destaque para a proteína animal, apenas 30% dos veterinários paranaenses atuam neste segmento. Para a maioria que sai das faculdades (na faixa de 75%), a preferência ainda é pelo atendimento aos “pets”.
Esta foi uma das conclusões a que chegou uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (Sindivet-PR) e que foi apresentada nesta segunda-feira (5), em Curitiba, em um encontro com diversas lideranças do setor.
De acordo com o estudo, o perfil dos profissionais é bastante equilibrado entre homens e mulheres, com uma tendência maior ao público feminino entre os mais jovens. É esta mesma harmonia, aliás, que o mercado busca em relação às especialidades.
“Há espaço no ramo dos pets, mas discutimos aqui a importância da especialização e da capacitação para atuar nesta área”, afirma a socióloga Liora Gandelman, que coordenou a pesquisa. “Enquanto isso, há outras atividades, como no agronegócio, com excelentes oportunidades e renda superior que não estão sendo aproveitadas”, salienta. No caso da agropecuária, o rendimento médio mensal para quem está começando é superior a R$ 7 mil.
Isto diante de um cenário preocupante de desemprego, que atinge 9% dos médicos veterinários em todo estado, sendo que, do total, pelo menos 3% já desistiram da profissão. Uma das razões é a saturação em determinados segmentos, como o dos pets, mas, na avaliação do presidente do Sindivet-PR, Cezar Pasqualin, falta também integração entre mercado e universidades. “Atualmente eles não se conversam, o que é um erro”, diz Pasqualin. “Isso tem que começar antes mesmo da faculdade, no colégio, com as feiras de profissão. É preciso falar sobre renda, mercado, utilidade profissional”, completa.