Parceiras na produção e processamento de trigo e leite, as três cooperativas que compõem o ABC dos Campos Gerais – Capal (Arapoti), Batavo (Carambeí) e Castrolanda (Castro) – antecipam o início do processamento de carnes em quatro meses. Acaba de ser anunciado o começo das operações da Unidade Industrial de Carnes de Castro.
O investimento redefine o perfil da produção agropecuária nos Campos Gerais e acentua a verticalização, que permitiu à Batavo e à Castrolanda ultrapassarem faturamentos de 1 R$ bilhão por ano nesta década. A indústria produz carne suína.
A marca Alegra promete se tornar conhecida nos supermercados de Curitiba e de São Paulo. Segundo o superintendente da nova indústria, Ivonei Durigon, a estreia, na última semana, é com a produção de carcaças. A partir de fevereiro, serão vendidos também cortes. A distribuição de produtos industrializados começa em maio.
As obras foram iniciadas em 2013 e os testes estavam previstos para abril deste ano. O início da produção ocorre antes do anunciado num momento em que o mercado de suínos tem preços elevados pela demanda interna e externa e pela produção limitada em âmbito nacional. O projeto deve produzir, além de carne, presunto, bacon, salame, defumados, linguiças e temperados.
Intercooperação
A expectativa é que a carne suína reforce a própria relação entre as cooperativas de origem holandesa. “Agora estamos vivendo a intercooperação real”, afirma o presidente da Capa, Erik Bosch. A intercooperação se tornou uma tendência, aponta o presidente da Batavo, Renato Greidanus. A criação de unidades de negócios precede a implantação de indústrias, relata Hendrik Borg, diretor da Castrolanda.
A unidade vai abater 300 suínos por hora (50 mil por mês ou 600 mil por ano) e terá 600 funcionários, com investimento de R$ 200 milhões.
O índice é de três empregos diretos por R$ 1 milhão investido. Ainda nesta década, o abate deve chegar a 4,6 mil ao dia.