Na unidade industrial da Seara, do grupo JBS, em Lapa (PR), cidade a 70 km de Curitiba, há uma seção na qual os frangos são desossados a mão. Depois, as carcaças são colocadas numa máquina que separa os ossos e cartilagens dos pequenos pedaços de carne que continuam presos. Esses pedacinhos formam uma pasta que depois é usada na fabricação de embutidos. Foi num equipamento como esse, em outro frigorífico, que a Polícia Federal acreditou ter havido mistura de papelão ao alimento, durante a operação Carne Fraca.
A pasta de carne, chamada Carne Mecanicamente Separada (CMS), sai da máquina e é acondicionada em sacos, que por sua vez vão para bandejas de plástico. Posteriormente, em outra seção, essas bandejas de plástico são substituídas por caixas de papelão.
A conversa flagrada pela PF, na interpretação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, trata de uma discussão sobre colocar as caixas de papelão na área da máquina, e não dentro da máquina. Hoje, isso não é permitido porque os rígidos controles sanitários que são aplicados à área em que os frangos são cortados e desossados não permitem a entrada desse material.
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