O lançamento da pedra fundamental do maior frigorífico da América Latina nesta quinta-feira (19/10), em Assis Chateaubriand, Oeste do Paraná, marca a retomada dos planos da central de cooperativas Frimesa de triplicar o abate de suínos na próxima década. Com investimentos que somam quase 1 bilhão de reais, a cooperativa quer chegar em 2030 abatendo 22 mil cabeças de suíno por dia, contra uma média de 7 mil abatidos atualmente.
Elias Zydec, diretor executivo da cooperativa, diz que os planos ambiciosos foram adiados por um ano devido aos ventos econômicos desfavoráveis e à turbulência política brasileira. “Em 2014 fizemos um ciclo de planejamento até 2030. Tudo baseado no potencial de mercado, de produção e competência gerencial da cadeia produtiva de suínos. Em seguida o país viveu dois anos turbulentos que nos levaram a adiar o projeto do frigorífico, que agora estamos colocando em prática”, diz Zydek.
A nova planta industrial da Frimesa terá capacidade de abate de mil cabeças de suíno por hora. Na primeira etapa, que deve ser concluída ainda em 2018, serão investidos R$ 600 milhões, gerando mais de três mil empregos diretos.
“Começaremos de imediato toda a parte de infraestrutura, terraplanagem, escavações e fundações. Esperamos que em 8 a 10 meses esteja concluída essa etapa para depois iniciarmos a obra civil e as instalações”, aponta Zydec.
Esta primeira fase, de construção civil, vai ocupar a mão de obra de cerca de 500 trabalhadores. A contratação dos funcionários do frigorífico, propriamente, começará somente em 2020, quando serão preenchidas 3500 vagas de emprego. Mas o investimento não para aí. Outra fase de expansão, em 2024, terá aporte de R$ 350 milhões para que a cooperativa alcance até 2030 a capacidade de abater 15 mil suínos por dia. Quando estiver em plena operação, o frigorífico ocupará diretamente 6 mil pessoas.
A nova planta da Frimesa ocupará uma área construída de 141 mil metros quadrados em uma propriedade de 115 hectares. “É uma obra de infraestrutura, por isso investimos com segurança e comedimento. Acreditamos que o próximo presidente será desenvolvimentista, que o país terá juros civilizados e crescerá de a 3% ao ano. Somos competitivos e precisamos estar preparados para produzir alimentos tanto para o mercado interno como para a exportação”, destaca o dirigente da cooperativa.
Com sede no município de Medianeira, a Frimesa é uma central formada por cinco cooperativas filiadas – Copagril, Lar, C.Vale, Primato e Copacol – e possui cerca de 4.900 produtores parceiros e fornecedores da matéria-prima para industrialização. É a maior empresa paranaense de abate e processamento de suínos (6500 animais por dia) e está entre as maiores empresas do país de recebimento de leite (655 mil litros diários). A cooperativa conta com cinco unidades industriais. Em Medianeira fica o complexo de processamento de carnes, enquanto as unidades de operação de leite se encontram em Marechal Cândido Rondon, Matelândia e Capanema, no Paraná, e em Aurora, Santa Catarina.
Em 2017, a Frimesa intensificou as ações de marketing para um portfólio que reúne mais de 400 produtos. “Esse foi o ano que mais nos dedicamos às vendas, à comunicação, a ter uma maior penetração na mente do consumidor”, afirma Zydec. “Esse foi o nosso objetivo e creio que estamos conseguindo atingir. Os retornos estão muito bons, tanto em vendas como na valorização e na memorização da marca Frimesa por parte do consumidor”, acrescentou o executivo.
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