A JBS registrou um prejuízo de R$ 2,741 bilhões no primeiro trimestre de 2016, ante um lucro de R$ 1,393 bilhão em igual período do ano passado. Uma das razões para essa reversão foi o resultado negativo das operações da empresa no mercado de câmbio, que originaram uma despesa financeira líquida de R$ 4,765 bilhões.
No resultado financeiro, a empresa obteve receitas de variações cambiais de R$ 1,854 bilhão e despesas com as operações de hedge (derivativos) de R$ 5,823 bilhões. A JBS apostava na valorização do dólar e, no entanto, houve uma queda nas cotações no primeiro trimestre. Geralmente, as empresas possuem esse tipo de proteção contra as valorizações do câmbio para proteger a parte de sua dívida que é contratada no exterior. No entanto, a JBS possui a maior parte das suas receitas em dólar.
A empresa justificou que, apesar do prejuízo financeiro no primeiro trimestre, no acumulado de cinco trimestres (primeiro trimestre de 2015 até primeiro trimestre de 2016), obteve um resultado positivo de R$ 4,78 bilhões com essas operações. Durante conferência com analistas de mercado para apresentar os resultados, na manhã desta quinta-feira (12), Wesley Batista, presidente da JBS, defendeu a política de hedge da empresa:
“Temos uma estratégia de ter postura ativa em nossas exposições para não ficarmos dependentes do mercado, com um balanço que tem exposição à moeda americana, sem decidir o que devemos fazer para nos proteger. Se analisarmos desde quando a JBS iniciou a colocação de hedge para cobrir essa exposição cambial, que foi no final de 2014, mesmo com o impacto negativo neste último trimestre, nos protegemos de toda a variação cambial desse período, que foi de R$ 7,3 bilhões, R$ 4,7 bilhões com essa operação, deixando assim um impacto líquido de somente R$ 2,6 bilhões no nosso balanço”, falou.
Um dia antes da divulgação dos resultados, a JBS anunciou a criação da JBS Foods International, que será a responsável por todas as operações da empresa no exterior e da Seara Alimentos, com listagem de ações na Bolsa de Nova York. O objetivo é que a mudança reflita sua forte atuação global e garanta acesso a uma base de investidores e de capital mais ampla.
Durante a conferência, o presidente da JBS disse que a reorganização deve ser concluída até o fim do ano. Ele descartou, ainda, que os planos tenham mirado em benefícios fiscais.
“Essa proposta vem sendo analisada há algum tempo. Não estamos olhando os benefícios fiscais. O cerne dessa reorganização de agora tem a ver com refletir o que a companhia é hoje: uma empresa brasileira global nos setor de alimentos”, disse.
As receitas da JBS totalizaram R$ 43,911 bilhões nos três primeiros meses do ano, crescimento de 29,8% em relação a igual período de 2015. A unidade de maior faturamento, que é de JBS USA Carne Bovina, que engloba as operações em Austrália e Canadá, contribuiu com R$ 5,190 bilhões, um recuo de 10,4%.
Apesar da alta na receita líquida, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 2,137 bilhões, 22,5% inferior à registrada nos três primeiros meses de 2015.
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