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Ano do Jacaré

Carne de Jacaré do Pantanal deve ter boom no Brasil em 2018

Zootecnista, Willer Girardi  trabalha há mais de dez anos com a criação de jacarés . Novo frigorífico terá capacidade de abate de mais de 500 animais por dia. | Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Zootecnista, Willer Girardi trabalha há mais de dez anos com a criação de jacarés . Novo frigorífico terá capacidade de abate de mais de 500 animais por dia. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Pelo horóscopo chinês, 2018 vai ser o ano do cão. Mas no que depender da Caimasul vai ser mesmo o ano do Jacaré do Pantanal. Dedicada à criação de jacarés em cativeiro, a empresa está concluindo em Corumbá (MS) o terceiro e maior frigorífico de jacarés do Brasil.

A expectativa de Willer Girardi, um dos proprietários, é de que o empreendimento entre em atividade já em maio. “Até o final deste mês [de abril] devemos receber a visita final do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, conta. Criada em 2007, além da carne de jacaré, a companhia trabalha com couro, artesanatos e outros subprodutos do animal.

O investimento total na propriedade deve alcançar R$ 30 milhões, realizado com recursos próprios. Hoje vivem na propriedade cerca de 80 mil jacarés. A ideia é começar a expansão em 2018 e, em três anos, ter capacidade de abate de até 600 animais por dia. “É o maior plantel do Brasil”, garante Girardi. O volume de carne desossada pode chegar a 65 mil kg por mês e a 300 toneladas por ano.

Atualmente, a empresa tem cerca de 60 funcionários e gera 50 empregos indiretos na época de coleta de ovos de jacaré do pantanal, realizada junto à população ribeirinha entre dezembro e março. “Dispomos de técnicos para treinar as pessoas e fiscalizar a coleta, que precisa ser feita legalmente em regiões específicas”, explica o sócio, que tem formação em zootecnia.

Quando estiver em sua capacidade máxima de produção, o empresário estima um quadro de 120 trabalhos diretos e 150 indiretos.

Criação de jacarés da fazenda Caimasul: 80 mil animais vivem atualmente na propriedade | Anderson Gallo/Diário Corumbaense

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Criação de jacarés da fazenda Caimasul: 80 mil animais vivem atualmente na propriedade

Willer Girardi tem experiência de mais de dez anos na criação de jacarés do pantanal | Divulgação/Caimasul

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Willer Girardi tem experiência de mais de dez anos na criação de jacarés do pantanal

Vista aérea da propriedade de criação de jacarés | Divulgação/Caimasul

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Vista aérea da propriedade de criação de jacarés

Tanques especialmente desenvolvidos servem de abrigo para o jacaré do pantanal | Divulgação/Caimasul

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Tanques especialmente desenvolvidos servem de abrigo para o jacaré do pantanal

Fabio Mattos: chef do restaurante Poco Tapas leva à cozinha cerca de 30 kg de carne de jacaré por mês | Hugo Harada/Gazeta do Povo

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Fabio Mattos: chef do restaurante Poco Tapas leva à cozinha cerca de 30 kg de carne de jacaré por mês

Croquete de jacaré: antes e depois de empanado | Hugo Harada/Gazeta do Povo

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Croquete de jacaré: antes e depois de empanado

Versão “final” da criação do chef Fabio Mattos: Croquete de jacaré com marshmallow de limão e cenoura | Hugo Harada/Gazeta do Povo

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Versão “final” da criação do chef Fabio Mattos: Croquete de jacaré com marshmallow de limão e cenoura

Mercado consumidor: carne de jacaré

Conforme estudo publicado pela Universidade Federal Fluminense, no Brasil, em 2012, eram abatidos 10 mil jacarés. A vizinha Colômbia, líder do segmento, chega a abater legalmente 600 mil animais - além de 1 milhão clandestinamente.

A maior fatia do mercado de carnes de jacaré no Brasil é “abocanhada” por São Paulo. A Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal (Coocrijapan) informa que o estado possui os maiores distribuidores do produto.

“Nosso abate é feito conforme o consumo e a encomenda de carnes. É por meio disso que fazemos a produção. Podemos abater cem animais em uma semana ou menos, pois um cliente pode demorar até três meses para fazer um novo pedido”, revela Karina Lara, coordenadora do departamento comercial da Coocrijapan.

O proprietário da Caimasul confirma o interesse paulista. Antes mesmo de o frigorífico entrar em funcionamento, ele já tem a rede de distribuição formada e diz que São Paulo tem cerca de 30% das encomendas, seguido por Mato Grosso do Sul (20%), Minas Gerais e Goiás (ambos com 15%). O Paraná tem participação de 5%, diz o empresário.

Segundo Girardi, a parte mais consumida do animal é o rabo, vendido como o item mais nobre. A informação, contudo, é discutível. “O rabo é uma das partes que o animal mais utiliza, e por isso tem mais músculo e menos gordura”, diz o chef Fabio Mattos, proprietário do restaurante Poco Tapas, de Curitiba, especialista em gastronomia molecular. Ele encomenda peito e sobrecoxa para fazer servir aos clientes croquete de jacaré.

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