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O bom momento que atravessa a pecuária bovina paranaense corre o risco de ser freado. O laudo positivo para marcação priônica do caso atípico da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca, realizado no Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (Lanagro-PE) e ratificado pelo laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), em Weybridge, na Inglaterra, colocou o setor estadual em alerta. O caso foi registrado em um animal que estava pronto para abate no frigorífico da JBS em São José dos Quatro Marcos, no sudoeste de Mato Grosso.

“Ainda não temos o conhecimento de que algum mercado fechou, mas existe o temor. No momento não há o que fazer, só aguardar”, ressalta Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes).

Em dezembro de 2012, o Paraná passou por situação semelhante quando a comunidade internacional confirmou que uma vaca morta em dezembro de 2010 em Sertanópolis (Norte do Paraná) portava o agente causador da “doença da vaca louca”. Na ocasião, alguns contêineres com carne brasileira foram rejeitados em portos internacionais.

“Temerosos todos ficam, pois alguns países reagem rapidamente. Porém não vejo razões técnicas para criar confusão de mercado. Não há motivos para mudar a classificação do Paraná”, pontua Norberto Ortigara, Secretário Estadual da Agricultura e do Abastecimento.

A identificação da vaca com suspeita da doença ocorre no momento que a pecuária estadual tem se expandido. A expectativa do setor é exportar acima de 38 mil toneladas de carne bovina do Paraná este ano, marca não alcançada desde 2005, quando o estado sofreu uma série de restrições comerciais após a confirmação de focos da febre aftosa. O principal mercado será a Rússia, que habilitou dois frigoríficos no estado - Astra, de Cruzeiro d’Oeste (Noroeste), e o VPR, de Colorado (Norte). Além disso, de 2012 para 2013, o Paraná conseguiu abrir 17 novos mercados, como Argélia, Emirados Árabes, Honduras, Ucrânia e Uruguai, entre outros. No mesmo período, sete interromperam suas compras, incluindo o Irã.

Na semana passada, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou uma varredura no Mato Grosso. Foram investigadas 11 propriedades onde esteve a vaca sacrificada. Depois que mais de 4 mil animais foram inspecionados, 49 foram selecionados, por terem nascido um ano antes ou um ano depois da vaca que levantou a suspeita e a conclusão foi de que todos estavam em plena condição física e de saúde e não tinham a doença.

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