A União Europeia apoiou a decisão das autoridades sanitárias belgas de sacrificar mais de 4 mil suínos no entorno da área em que apareceram javalis infectados com o vírus da febre suína africana.
A zona de exclusão, onde ocorrerá o sacrifício preventivo dos animais, fica próxima às fronteiras da Bélgica, França e Luxemburgo. Os suinocultores serão compensados com indenizações a serem pagas metade pelo governo belga e metade pela autoridade europeia.
O ministro da Integração Social da Bélgica, Denis Decarne, disse que até agora o vírus foi encontrado em apenas seis javalis, e que o plantel de 6 milhões de suínos do país se mantém saudável. Ainda assim, vários países europeus deixaram de comprar carne suína da Bélgica. Preparando-se para o pior, a União Europeia já discute formas de dar apoio financeiro aos criadores que perderem seus planteis, caso a doença se espalhe.
Como medida adicional para combater o vírus, as autoridades belgas decidiram isolar uma área de 63 mil hectares ao redor do foco da doença para tentar capturar e abater todos os javalis da região.
Seis novos casos de febre suína africana em javalis foram confirmados nesta semana na Bélgica, totalizando 15 ocorrências, segundo a Boerenbond, que representa os pecuaristas belgas.
A febre suína africana não é transmissível a humanos, mas é altamente infecciosa entre suínos e exige o sacrifício de todo o plantel onde surge o vírus. Atualmente, a doença causa problemas na Rússia, Polônia, Romênia e, mais recentemente, na China e na Bélgica. No Brasil, a peste suína africana foi erradicada em 1984. Não existe vacina. O vírus permanece nas fezes dos animais por até três meses e, em alimentos maturados, até nove meses.
Para evitar o ingresso da febre africana no país, o Ministério da Agricultura intensificou a vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras, e reforçou o alerta para que a população não traga alimentos de viagens internacionais. Esses alimentos, uma vez identificados e apreendidos, serão incinerados.
Em caso de viagem aos países onde há registros da doença, deve-se evitar locais de criação de suínos. Havendo contato com esses animais, calçados e roupas devem ser higienizados e, após o retorno, a pessoa deve ficar de sete a 15 dias longe de suínos domésticos. Para esclarecer dúvidas sobre a doença, uma equipe do Ministério da Agricultura atende pelo número 0800-704 1995.
Mercado
Para o coordenador do laboratório de suinocultura da Universidade Federal do Paraná, Paulo Rossi, existe “um perigo real” de a doença ser reintroduzida no Brasil, principalmente por pessoas que insistem em carregar alimentos em viagens internacionais. Do ponto de vista do mercado, a questão sanitária lá fora ainda não mexeu com os preços. “Provavelmente a Rússia terá de importar carne suína, mas por enquanto, não há nenhuma sinalização. Quem grita muito quando tem problema somos nós, brasileiros. É só lembrar do episódio da febre aftosa no Paraná, nem se sabia o que era e já falava que tinha a febre. Lá fora, primeiro eles veem tudo o que está acontecendo para, depois, falar. O Brasil é que gosta de dar tiro no pé”, aponta Rossi.
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