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Doença não afeta suínos do Paraná há mais de 20 anos. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Doença não afeta suínos do Paraná há mais de 20 anos.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Paraná está muito próximo de conquistar o reconhecimento internacional como área livre da Peste Suína Clássica (PSC). O status já havia sido concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e agora está próximo de também ser fornecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em documento enviado ao Brasil no início da semana a entidade sinalizou positivamente à proposta brasileira, que deve contemplar outros de 13 estados e o Distrito Federal.

O Paraná almejava o reconhecimento desde o fim de 2014, quando Santa Catarina e Rio Grande do Sul saíram na frente e conseguiram receber a certificação, no ano passado. Na época a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) articulou uma série de ações para tentar pegar carona com os dois estados, mas não obteve êxito. Agora a decisão é considerada como certa, aponta o presidente da Adapar, Inácio Kroetz. “Considero como certo o reconhecimento, pois nunca vi nenhum país ter recebido a aprovação pelo corpo técnico da OIE e depois não ter sido aprovado”, detalha.

Para consolidar a certificação a OIE irá realizar um referendo junto aos 180 países-membros da organização. Eles terão 60 dias para se manifestar sobre o assunto, e Mapa manterá uma equipe de plantão para prestar possíveis esclarecimentos. Após essa consulta o pedido será votado durante a 84ª Sessão-Geral da entidade (22 a 27 de maio, em Paris), para que finalmente o certificado seja concedido.

Também conhecida como cólera dos porcos ou febre suína, a PSC preocupa pelo alto nível de contágio e fatalidade entre os animais. Entretanto, as últimas ocorrências da doença no país foram em agosto de 2009, no Amapá, Pará e Rio Grande do Norte. No Paraná, não é registrado nenhum caso a mais de 20 anos, frisa Kroetz.

Efeito de mercado

A medida vai de encontro ao interesse de indústrias que estão executando investimentos de peso na cadeia produtiva. Somente as cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal, dos Campos Gerais, além da Frimesa, no Oeste, estão movimentando R$ 650 milhões em novos frigoríficos para o abate e processamento de suínos.

Em paralelo a medida também serve como argumento para busca do status de área livre sem vacinação da febre aftosa. Tanto a estrutura de controle do trânsito de animais quanto a contratação de novos técnicos para a Adapar e a reconstrução de postos de fiscalização nas fronteiras com Mato Grosso do Sul e São Paulo também pesam positivamente para a bovinocultura de corte. “Não adianta ter um reconhecimento e não ter o outro. Os critérios restritivos da peste suína clássica também atendem a questão da aftosa”, salienta Kroetz.

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