Os produtores independentes de suínos no Paraná começaram o mês de maio com uma leve recuperação nos preços do animal vivo. Apesar disso, o pessimismo ainda toma conta do setor, pois o saldo mensal está negativo. De acordo com o indicador do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o quilo do suíno vivo na semana do dia 06 fechou em R$ 2,81, queda de 11,97% em comparação à março, quando os produtores receberam uma média de R$ 3,19 por quilo.
“Com certeza o aumento nos preços da carne ajuda os produtores porque diminui o prejuízo. Mas o valor do quilo deveria estar R$ 4,30 para empatar com os custos de produção que estão altíssimos”, afirma o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir José Dariva.
Segundo ele, em algumas regiões do estado o produtor não recebe mais que R$ 2,30, forçando os pequenos a sair da atividade. “São raros os suinocultores que recebem acima de R$ 3. O excesso de produção pressiona os preços para baixo. Espero que este seja o nosso pior momento”, diz.
Nem mesmo o aumento no volume de carne suína exportada ajudou a enxugar o mercado interno e elevar os preços. Apesar do recuo nas exportações em abril, quando embarcaram 52,9 mil toneladas, 6,76% a menos do que em março, o volume ainda é o maior da série da Secretaria de Comercio Exterior (Secex) desde 2007. Na comparação com abril de 2015, houve um aumento de 47,12%. “Nós precisaríamos receber pelo menos R$ 1,50 a mais para cobrir os custos de produção. Estamos vivendo de esperança”, afirma o produtor independente Fernando Gavlik.
Para o coordenador do Lapesui, Paulo Rossi, o baixo volume da demanda é o principal motivo da queda nos preços. “A redução no poder de compra tem reflexo direto no mercado de carnes. As pessoas só vão comprar o necessário”, explica.
Para o consumidor, por outro lado, a conta está ficando mais cara. Segundo Rossi, com os preços mais altos da carne bovina, o varejo também joga o quilo do suíno para cima. “A redução da demanda não é absorvida pelo varejo”, comenta.
No supermercado, na primeira semana de maio, pagava-se uma média de R$ 18,31 pelo quilo da costela, acréscimo de 14,29% em comparação à semana de 06 de abril, quando a média do quilo era de R$ 16,02. Nos açougues e casas de carne, o corte teve um aumento de 3,29% em um mês, chegando a R$ 22,25 . “O consumidor não está tendo os benefícios da queda nos preços, mas nós também não estamos recebendo essa diferença a mais. Isso nos preocupa”, afirma Dariva.
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