No Brasil, ela é presença obrigatória na mesa em festas de final de ano. No resto do mundo, porém, a máxima vale para o ano inteiro. A carne suína é a proteína mais consumida no mundo. Cada chinês, por exemplo, come em média 39 kg por ano. E estamos falando de mais de 1 bilhão de chineses. Na União Europeia, o consumo per capita anual gira em torno de 25 kg. No Brasil, são apenas 15 kg por habitante.
Uma das explicações para a baixa saída por aqui são os mitos que ainda rondam a carne suína, resultado de práticas que ficaram definitivamente no passado. Hoje, com processos altamente tecnificados e padrões sanitários elevados, conforme acompanhou a Expedição Suinocultura, a cadeia produtiva dos suínos oferece produtos de alta qualidade e, inclusive, com cortes gourmet. Por exemplo, você sabia que da carne suína também é possível tirar picanha? Coxão-mole? Alcatra? Filé mignon?
Confira abaixo uma série de curiosidades para deixar o preconceito de fora da mesa.
“Pode comer mais de uma vez por semana?”
A carne suína é fonte de proteínas, vitaminas do complexo B, ferro, selênio (antioxidante), entre outros minerais benéficos para a saúde. Mas é preciso cuidar do preparo: ela é uma opção saudável? Sim. Mas não adianta incluí-la no cardápio se for frita ou servida com acompanhamentos calóricos. Partes magras como o filé mignon, a bisteca e o carré podem entrar na mesa de 2 a 3 vezes por semana.
“Mas eu acho carne suína muito gordurosa...”
Atualmente, a proteína suína tem 31% menos gordura, 14% menos calorias e taxas de colesterol 10% menores do que há 20 anos. Isso porque, atualmente, a criação é feita à base de rações balanceadas, o que faz a camada de gordura diminuir. A carne suína possui maior quantidade de fibras brancas do que a bovina e isso a torna mais leve. Por esses e outros motivos é muito indicada em dietas para ganho de massa magra e em processos de emagrecimento para quem pratica atividades físicas.
“Eu pensava que era só torresmo...”
O suíno possui mais de 60 cortes, alguns pouco conhecidos, mas não menos saborosos, como prime rib e suã. O que antes era apenas identificado como lombo, costela, pernil e toucinho, agora pode ser melhor trabalhado, o que valoriza partes pouco conhecidas. É o caso da picanha, da alcatra suína e do filé mignon.
“É mesmo a mais consumida?”
Você sabia que o consumo de carne suína no mundo representa mais de um terço (37%) de toda a produção de proteína animal, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)? Esse índice faz dela a carne mais consumida em todo o planeta, à frente da bovina e da proteína de frango.
“Mas eu só como se for beeeeem frita, minha avó diz que pode fazer mal”
Tudo bem, com conselho de vó não se brinca. Mas, diferentemente do passado e do que ocorria também com outros tipos de proteína animal, a carne suína segue hoje altíssimos padrões de sanidade. Várias regras são seguidas durante a produção, para que o produto chegue à mesa do consumidor com altos padrões de qualidade e sabor. Os produtores devem manter programas rígidos de alimentação nas granjas e de conservação da água fornecida aos animais. As instalações precisam ser ventiladas e sem superlotação.
O rebanho brasileiro é alimentado exclusivamente com base em cereais. Além disso, há o respeito ao calendário de vacinação, que os criadores têm de seguir à risca para evitar doenças. Com o objetivo de garantir a segurança da cadeia produtiva, todo animal passa por um sistema de inspeção que envolve ações em âmbito municipal, estadual e federal.
“Mas é barata... será que é boa mesmo?”
Em geral, a carne suína exige menor custo de produção, sendo, por isso, mais acessível do que outras proteínas. O menor custo, no entanto, não influencia na qualidade do produto final. Portanto, barata não: acessível!
Fontes consultadas:
- Edmar Gervásio, analista técnico da cadeia da suinocultura do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná
- Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
- Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
- Chef Flávio Frenkel.
- Nutricionista Patricia Vicentini.
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