Produção de leitões em Minas Gerais| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Sem conseguir transportar a produção devido aos bloqueios nas estradas, o dono da fazenda Santa Luzia, em Passos (MG), Mauricio Silveira Coelho, teve de descartar mais de 30 mil litros de leite no final da semana. Para evitar o desperdício total, a solução foi dar leite a sua produção de suínos.

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Além de setor lactíneo da fazenda, ele afirmou que, em uma de suas granjas, a ração para leitões não estava chegando. A solução encontrada foi alimentá-los com capim, além do leite. 

De acordo com o fazendeiro, sua propriedade produz, em condições normais, cerca de 35 mil litros de leite por dia. 

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“Hoje em dia, um produtor consegue armazenar leite por até 48 horas, mas não temos como parar nossa produção. As vacas não podem parar de ser ordenhadas, porque correm risco de vida. Se a situação não for resolvida, o caos será instaurado”, disse Coelho. 

De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o perigo ao parar de ordenhar um animal é que a vaca poderia desenvolver mastite, uma inflação da glândula mamária. 

Por questões ambientais, fazendas não podem despejar o leite em rios ou lagos por risco de contaminação. Por isso, a solução encontrada na fazenda Santa Luzia foi despejar o leite em biodigestores. 

Coelho calculou que teve um prejuízo de R$ 50 mil por dia, desde o início da manifestação.

A situação de desperdício atingiu o país todo.Segundo a CNA, cerca de 95 milhões de litros de leite são produzidos diariamente no país e estão sendo descartados. 

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A confederação estima um prejuízo diário de R$ 226 milhões aos produtores de leite, valor que soma a receita que deixa de entrar aos custos de produção.