A forma de produção de leitões no Paraná começou a mudar. Na semana passada, o início das operações da Unidade Produtora de Leitões (UPL) da Frísia, ex-Batavo, no município de Carambeí, nos Campos Gerais, teria aberto uma nova era na suinocultura paranaense. Isso porque a nova estrutura, ao custo de R$ 40 milhões, moderniza as tecnologias utilizadas nas granjas convencionais.
As mudanças começam na estrutura física do espaço dos criadouros. Os galpões para acomodação dos animais foram construídos com 20 metros por 200, quase o dobro das plantas atuais. Isso reduz a necessidade de mão de obra no manejo dos animais. Por outro lado, exige a necessidade de climatizar o espaço – desde o ar até o piso –, com energia que virá do biogás dos dejetos dos animais.
Outra novidade é o sistema de gestação, em que as porcas ficam em baias coletivas, abolindo as gaiolas individuais encontradas nas granjas convencionais. Por fim, a cooperativa investiu em genética líquida. Uma empresa de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, passa a fornecer sêmem de machos selecionados, o que garante melhoramento do plantel.
“O mercado está migrando para esses conceitos. Nos especializamos na cadeia de produção e a estimativa é de 10% de ganho [de renda] com esse sistema [na comparação com granjas convencionais]”, ressalta Mauro Sérgio Souza, gerente de pecuária da Frísia.
A UPL terá capacidade para alojar 5 mil matrizes. Os animais irão permanecer 63 dias no local, sendo 21 com a mãe, até ser desmamado (com cerca de seis quilos), e depois na “creche”, onde permanece até atingir 22 quilos. Posteriormente serão repassados aos 35 cooperados, que investiram outros R$ 40 milhões em suas propriedades para realizar a ‘terminação” dos animais antes de entregá-los ao frigorífico administrado pelas três cooperativas holandesas dos Campos Gerais. A estimativa é produzir 17 milhões de toneladas/ano.
“Hoje, a escala é uma necessidade básica de qualquer atividade. A cooperativa pode ser um vetor desse processo”, diz Renato Greidanus, presidente da Frísia.
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