As taxas de juros de custeio foram reduzidas para 6% a.a. para os médios produtores, com renda bruta anual de até R$ 2 milhões, e para 7% ao ano para os demais.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O governo federal confirmou nesta quarta-feira, 6, que o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019 terá R$ 194,37 bilhões em recursos para o financiamento de produtores e pecuaristas, com redução de 1,5 ponto porcentual na taxa de juros em relação ao atual período. O valor corresponde a um aumento de 3,2% sobre os R$ 188,4 bilhões de 2017/2018, a ser encerrado em 30 de junho próximo, e fica próximo aos R$ 198 bilhões demandados pelo setor produtivo.

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A queda de 1,5 ponto porcentual (p.p.) nos juros agrícolas fica aquém da redução de até 3,5 pontos porcentuais pedida pelos produtores, encaminhada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao governo.

Do total disponibilizado, R$ 151,1 bilhões serão para o crédito de custeio, sendo R$ 118,8 bilhões com juros controlados pelo governo e R$ 32,3 bilhões com juros livre. O crédito para investimentos será de R$ 40 bilhões. Além dos recursos de crédito para custeio e para investimentos, de R$ 191,1 bilhões, outros R$ 2,6 bilhões serão destinados ao apoio à comercialização e R$ 600 milhões para subvenção ao seguro rural.

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As taxas de juros de custeio foram reduzidas para 6% a.a. para os médios produtores, com renda bruta anual de até R$ 2 milhões, e para 7% ao ano para os demais. Já as taxas para os financiamentos de investimento ficaram entre 5,25% a.a. e 7,5% a.a.. Parte dos recursos captados em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) será destinada ao financiamento complementar de custeio e de comercialização, com juros de até 8,5% ao ano, segundo o governo.

Para o apoio ao setor cafeeiro, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) serão R$ 4,9 bilhões. A piscicultura integrada, novidade no plano safra deste ano, assim como a suinocultura e avicultura integradas, terão até R$ 200 mil em crédito por beneficiário e por atividade com juros de 7% a.a.. Para cooperativas de produção agropecuária o limite nessa modalidade de financiamento será de R$ 500 mil.

Programas de armazenagem para estruturas de até 6 mil toneladas nas propriedades de pequenos e médios produtores rurais e à recuperação de reserva legal e de áreas de preservação permanente, no âmbito do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), terão juros de 5,25% a.a., os menores do planos safra. O Programa ABC teve o limite alterado de R$ 2,2 milhões para R$ 5 milhões para todas as finalidades financiáveis.

Para a pecuária, o apoio contempla prazo de até dois anos no crédito de custeio para a retenção de matrizes bovinas de leite, suínas, caprinas e ovinas. Também foi aprovada linha de financiamento de até R$ 50 milhões para capital de giro às cooperativas de leite, com juros de 7% a.a. e 12 meses de prazo para pagamento. Pecuaristas também podem contar com empréstimos para aquisição de animais para reprodução ou criação, a juros controlados de 7% ao ano e limite de R$ 450 mil por beneficiário no ano agrícola. Uma das novidades do plano é a integração da psicultura nos financiamentos de custeio com juros de 7% ao ano.

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Reação

Para Maggi, os recursos podem permitir ao Brasil elevar a produção de grãos e oleaginosas para 250 milhões de toneladas no ciclo 2018/19, que se inicia oficialmente em 1º de julho, ante pouco mais de 230 milhões previstos para 2017/18.

“As taxas de juros anunciadas estão coerentes com os nossos pleitos, levando em conta o cenário para a economia, incluindo as incertezas de mudanças do governo... O plano atende as prioridades dos produtores rurais brasileiros, que tiveram sua voz reconhecida”, diz o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.