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Na avaliação do diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Bruno Lucchi, o valor do Plano Safra anunciado pelo governo Lula nesta quarta-feira (3) está “muito aquém daquilo que o setor demandou”.
Na tentativa de se aproximar do agronegócio, depois de chamar o setor de “fascista”, o presidente Lula lançou a nova edição do Plano Safra com um financiamento recorde de R$ 475 bilhões
O montante será dividido em R$ 400 bilhões para o agro empresarial e R$ 75 bilhões para os pequenos e médios produtores no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf).
Apesar da propaganda do governo em torno do valor liberado, a proposta da CNA era de R$ 570 bilhões ao todo.
“A negociação é muito complexa, não depende só da agricultura, é muito mais uma discussão que você tem que fazer com o Ministério da Fazenda. E, aí, realmente houve essa negociação, onde se chegou num valor que está muito aquém daquilo que o setor demandou”, afirmou Lucchi em entrevista concedida à CNN Brasil, nesta quarta-feira (3).
“Então, eu posso dizer assim, que tecnicamente, com o Ministério da Agricultura, não há nenhum problema. E a questão com a Fazenda, às vezes acho que é uma falta de entendimento até do próprio setor, de saber da importância da gente ter um seguro rural forte, até para a gente ter um seguro rural forte”, completou.
O financiamento recorde desta temporada ocorre no momento em que Lula tenta se aproximar do setor majoritariamente aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em meio a cobranças por um ajuste fiscal que atinja os gastos públicos, e não mais na arrecadação de impostos.
“A gente tem que incentivar as pessoas a plantarem o máximo possível, e garantir que, na hora da colheita, a gente não vai deixar eles terem prejuízo porque plantaram demais. O governo tem que garantir o pagamento correto para que aquelas pessoas possam fazer os seus produtos chegarem nos supermercados”, disse Lula ao anunciar o Plano.