Mesmo com a crise da pandemia do novo coronavírus o Brasil exportou tanta soja que não sobrou para o consumo interno, causando escassez para nós brasileiros e fazendo os preços de vários produtos subirem muito. O país já está com 60% de suas safras de 2021 já vendidas e 30% das de 2022. Apesar disso, as exportações da oleaginosa em grão seguem batendo recordes.
Neste ano, de janeiro a novembro, a exportação da soja já somou 81,4 milhões de toneladas, ultrapassando o total dos 12 meses de 2019, que foi de 74 milhões de toneladas. A previsão é de que até o fim do ano chegue próximo de 84 milhões de toneladas e supere o recorde de 2018, quanto foram vendidas 83,2 milhões de toneladas.
O montante de soja negociado para fora até novembro representa US$ 27,9 bilhões, frente aos R$ 23 bilhões de todo o ano passado. De maneira geral, além da soja, o agronegócio apresentou resultados positivos na balança comercial. O faturamento com exportações de janeiro a novembro, somou US$ 42,89 bilhões, com alta de 8,5%.
Na onda da exportação do grão, assim como do açúcar e da madeira, o Porto de Paranaguá também seguiu batendo recordes. Este ano, em 11 meses, houve a movimentação recorde de 53,3 milhões de toneladas de cargas nos portos do Paraná. Em todo o ano passado foram 51,9 milhões de toneladas. É o maior volume é o maior da história. Só o mês de novembro foram 4,4 milhões de toneladas movimentadas. A previsão é fechar o ano em com 57 milhões de toneladas.
O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Fernando Garcia, destacou que 2020, mesmo com a crise da Covid-19, foi muito especial para os portos paranaenses. Ele lembrou que foram atingidos seis recordes no ano. Os melhores meses de março, abril, maio, setembro e outubro da história em movimentações. Com 5,7 milhões de toneladas, maio se tornou também o melhor resultado mensal da história dos Portos.
“É um resultado de toda a comunidade portuária. O porto tem que ser cada vez mais competitivo e eficiente. Apesar da pandemia, o ano foi de muito trabalho. As exportações de grãos e alimentos cresceram, com o câmbio favorável, e o tempo seco favoreceu os embarques”, analisou Luiz Fernando Garcia.
Aproximadamente 65% da movimentação dos portos paranaenses este ano foram de produtos de exportação: 38,1 milhões de toneladas de cargas. O volume nesse sentido do comércio exterior é 13% maior que o registrado no mesmo período, em 2019 (28,2 milhões de toneladas). As importações somaram 17,1 milhões de toneladas. Cerca de 4% mais que no ano passado, com 16,4 milhões de toneladas.
Mais de 66% das exportações e importações foram de granéis sólidos. Foram quase 32,5 milhões de toneladas de grãos movimentadas (alta de 10%). No ano anterior, foram 29,6 milhões de toneladas. Nesse segmento, destaque para o aumento de 78% registrado no volume de açúcar embarcado. Já são 3,67 milhões de toneladas exportadas, ante 2 milhões em 2019. Somente no último mês, foram 566.617 toneladas, mais que o dobro do que o registrado em outubro do ano passado.
Caminhões
Mais um recorde de Paranaguá este ano foi no que diz respeito à quantidade de caminhões que passaram pelos portos paranaenses. Em 2020, de janeiro até o dia 27 de novembro, 422.774 caminhões passaram por Paranaguá. O número é aproximadamente 12,7% maior que durante todo o ano de 2019, quando foram 375.899 veículos recebidos. Os caminhoneiros, que não pararam durante a pandemia de Covid-19, são responsáveis por 84% da movimentação de produtos que chegam ou saem pelo porto paranaense.
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