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O Paraná, com os portos de Paranaguá e Antonina e com a grande produção agropecuária, já é uma das principais referências logísticas do país. O estado, no entanto, quer ser conhecido como Hub (centro de conexões) Logístico da América Latina. Mas para isso, precisa fortalecer ainda mais novos modais de transporte, como as ferrovias que cortam seu território e o ligam a outros entes federativos. Por isso, nessa quarta-feira (16) os governadores paranaense, Ratinho Júnior, e sul-mato-grossense, Reinaldo Azambuja, reuniram-se com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e com representantes do Ministério da Infraestrutura para tratar dos estudos da Nova Ferroeste, também conhecida como Corredor Oeste de Exportação, e do novo ramal ferroviário que ligará Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá.
“A importância desse encontro entre Paraná e Mato Grosso do Sul, juntamente com os ministérios, está no alinhamento e na demonstração da vontade política com relação ao projeto ferroviário para os dois estados e para o Brasil”, afirmou o governador do Paraná.
A nova rota ferroviária é imprescindível para a melhoria do agronegócio e da infraestrutura brasileira. Um dos pedidos feitos pelos governadores ao governo federal foi para agilizar processos e licenciamentos ambientais.
“O apoio dos ministérios é fundamental para nos ajudar a agilizar as questões burocráticas ambientais. Os estudos são realizados sempre buscando o melhor traçado, com menor impacto possível”, afirmou Ratinho Júnior.
“Entendo que precisamos agilizar os processos que tramitam nos governos dos estados, como também pelo governo federal”, disse Reinaldo Azambuja.
A nova malha ferroviária, que terá até 1.371 quilômetros de extensão, inclui a construção de uma nova ferrovia entre Maracaju (MS) e Cascavel, um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá, e um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, além da revitalização do atual trecho da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. O projeto está em fase de elaboração e ainda não há um valor definido para a obra.
“Temos um percurso a cumprir, precisamos abreviar o tempo para trazer os investidores para o empreendimento da nova ferrovia, que é muito importante para o país. É mais uma ligação ferroviária ao Porto de Paranaguá, que é um porto extremamente competitivo. Esse projeto dará competitividade às exportações. O Brasil precisa ter uma logística favorável ao setor produtivo”, afirmou o governador do Mato Grosso do Sul.
A ministra Tereza Cristina, que é sul-mato-grossense, se prontificou a ajudar intensamente, uma vez que está preocupada com as exportações de grãos dos dois estados.
“Tenho uma preocupação com as exportações de grãos, como o milho, por exemplo. Podemos e temos que produzir mais, existe demanda internacional para isso. Nesse sentido, o projeto se torna uma avenida de oportunidades. O Brasil ficou muito tempo atrasado com ferrovias”, disse a ministra.
Cooperação técnica
Em agosto, o Paraná firmou um acordo de cooperação técnica com o Mato Grosso do Sul para acelerar projeto. A empresa TPF Engenharia foi contratada para execução dos Estudos de Viabilidade Técnico-operacional, Econômico-Financeira, Ambiental e Jurídica (EVTEA). O documento deve ficar pronto em 2021.
Há uma proposta de abertura da concessão do projeto para a iniciativa privada. Em junho, a Ferroeste foi qualificada para integrar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, atendendo a um pedido feito pelo governo estadual. Com a inclusão no PPI, a União vai ajudar o Paraná com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
A expectativa é colocar a Ferroeste em leilão na B3 - Bolsa de Valores do Brasil até novembro de 2021, já com o EVTEA e o EIA/RIMA concluídos. O modelo de concessão está sendo discutido pelo grupo de trabalho que elabora o Plano Estadual Ferroviário do Paraná.
O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Fagundes, apresentou, durante a reunião, o andamento do novo traçado e as expectativas para 2021. “Esse será o segundo maior corredor de exportação do Brasil e queremos deixar esse projeto com a licença prévia pronta antes do leilão. Iremos ao Mato Grosso do Sul em janeiro para estudar as opções de traçado e estamos dentro do cronograma.”
Problema histórico
O Corredor Oeste de Exportação resolverá um problema histórico de infraestrutura do Paraná, com impacto para o Brasil e para o Mercosul. O novo traçado vai ligar o Paraná à malha ferroviária nacional, beneficiando as principais potências do agronegócio nacional, além do Paraguai, que é hoje um dos principais produtores mundiais de grãos.