No próximo dia 5 de setembro, será comemorado os 50 anos daquele que foi o "primeiro automóvel feito no Brasil". O responsável pelo feito é o Romi-Isetta, um exótico carrinho que mais parece um "ovo" ambulante e que pode receber dois ocupantes. Vale lembrar que, oficialmente, o veículo não é reconhecido como o primogênito entre os carros nacionais. Isso porque o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), órgão que regulava o setor na época, exigia que os modelos tivessem duas portas. E aí está um dos diferenciais do Romi-Isetta: o "ovinho" possui uma única porta, que fica na parte da frente. Assim, o Geia atribuiu o título ao DKW Universal, feito pela Vemag. Ambos foram apresentados em 1956.
Cópia do italiano Isetta de 1952, que mesmo antes, na década de 1940 já rodava na Alemanha, o Romi-Isetta foi licenciado em 1953. O prefixo Romi vem da Empresa Romi que atua até hoje com máquinas e que produziu o veículo no país. Na época, a versão brasileira aos poucos foi se ajustando, com mudanças na altura dos faróis e suspensão. Mas o carrinho jamais perdeu suas características originais: porta frontal, único banco, rodas pequenas, motor com autonomia até 85 km/h, capacidade de rodar 25 quilômetros com um litro de gasolina, 350 quilos distribuídos em 2,27 metros de comprimento e 1,38 de largura. Além disso, a troca de marchas do câmbio de quatro velocidades era feita com a mão esquerda e o motor inicial era o Iso de 198 cm3 de 9,5 cavalos, substituído mais tarde pelo BMW 298 cm3 de 13 cv.
A produção do carrinho durou apenas cinco anos, pois as vendas nunca foram muito boas por dois motivos. Em fevereiro de 1957, a Geia publicou um decreto que concedia incentivos fiscais, cambiais e financeiros às empresas que produzissem automóveis que se enquadrassem em determinadas características, como a capacidade para quatro ou mais passageiros e a presença de pelo menos duas portas. Além disso, o veículo acabou custando mais que o mercado desejava. O consumidor preferiu não arriscar comprar um carro tão pequeno, embora fosse econômico. Em 1961, a produção foi encerrada.
No Paraná
Estima-se que existem cerca de 50 Romi-Isetta espalhados pelo Brasil, sem contar os modelos desmontados, sem peças. As unidades que ainda rodam estão cotadas em torno de R$ 50 mil. Um dos modelos, em perfeito estado, está em Curitiba. Adquirido há cinco anos por Edilberto Heuer, 56 anos, o carrinho passou por uma restauração minuciosa, que incluiu a recuperação da lataria, pintura, cromados, estofamento e motorização. "Na realidade, o trabalho ainda não está finalizado, pois todas as peças são originais e precisam ser garimpadas. Ainda falta alguns detalhes", conta o dono do modelo. Aficionado por automóveis antigos da Chevrolet, Heuer só adquiriu o veículo a pedido da filha. "Ela ficou encantada com o Romi-Isetta e pediu para eu comprá-lo", recorda. Hoje, Heuer garante que o carro faz parte da família e que não tem planos de se desfazer do carro, mesmo não sendo um dos modelos da Chevrolet.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião