Você encontrou o carro que queria. Versão certa e com tudo funcionando. Mas será que a quilometragem dele é verdadeira?
Fraudar o hodômetro é tática antiga dos vendedores que agem de má fé. Vem desde os tempos dos marcadores analógicos. Afinal, carros com quilometragem baixa valem mais. Veja algumas dicas para não ser passado para trás.
PEÇA O MANUAL
No manual estão informações como data e local da compra do veículo, e também estão registradas as revisões feitas na concessionária (obrigatórias para que a garantia seja mantida). A quilometragem anotada na última revisão já pode mostrar se o hodômetro foi fraudado.
VERIFIQUE OS PNEUS
Olhe a data de fabricação dos pneus e se todos são iguais. Um jogo de pneus dura ao menos 30 mil km (a não ser que se trate de um esportivo). Assim, desconfie se o carro com quilometragem menor que 30 mil estiver com pneus novos.
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DESGASTE
Pedais, volante e alavanca de câmbio ficam lisos com o tempo e os bancos podem perder densidade e ter as costuras desgastadas. Mas dificilmente isso acontecerá antes de 80 mil km. A ressalva é para o volante de carros populares: há casos de esfarelamento já aos 30 mil km.
COMPONENTES
Olhando por dentro das caixas de roda é possível ver se os amortecedores são novos. Embreagem boa também conta pontos no carro. Mas são trocas que acontecem entre 40 e 60 mil km.
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HISTÓRICO
Toda vez que o carro passa por uma vistoria de seguro a quilometragem vai para uma base de dados acessada pelas seguradoras e por empresas que checam o histórico. Consultar a situação do carro custa cerca de R$ 50e pode mostrar se o hodômetro foi adulterado.
Lembre-se que um usado mais rodado e com revisões em dia pode estar em melhores condições do que outro que esteve nas mãos de alguém desleixado. Importante é saber quanto o carro rodou para que as manutenções preventivas sejam feitas no tempo certo.
COMO FAZEM?
Para ter certeza da adulteração, é necessário retirar o painel e ver se os lacres foram violados. Mas arranhões nos plásticos podem mostrar se a peça foi arrancada. Em modelos mais modernos a quilometragem original fica registrada no módulo e pode ser acessada por scanners de concessionárias e oficinas especializadas.
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CAÍ NO GOLPE, E AGORA?
A quilometragem fraudada pode ser enquadrada como estelionato ou seguir o artigo 66 da Lei n° 8078/1990, que rege os direitos do consumidor, como afirmação falsa ou enganosa, ou omissão de informação relevante sobre natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
A pena pode ser de três meses a um ano, e multa. O comprador deve fazer a denúncia na delegacia, que investigará e analisará o carro em perícia para confirmar ou não a mudança, e entrar com ação na Justiça para reparação de danos.
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