Não! Ainda não colocamos Fiat Argo e Volkswagen Polo lado a lado em um comparativo na pista de teste, iniciativa que tomaremos a partir de setembro, quando o Volks for lançado no Brasil.
Mas as informações que reunimos sobre os dois carros são mais que suficientes para montar a reportagem que você vê a seguir. Nela, analisamos seis itens de cada carro, incluindo as impressões ao dirigir, para antecipar qual compacto merecerá sua atenção daqui a alguns meses.
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DESIGN
Argo e Polo são carros atraentes. Mas o design do Polo é mais bem-resolvido. Repare, por exemplo, na junção das portas com o teto de ambos os modelos: no VW, o recorte das portas acompanha a moldura das janelas e fica oculto; no Fiat, a linha é aparente, como uma cicatriz na carroceria.
A dianteira de ambos segue o que as fábricas chamam de identidade visual da marca. E o que incomoda na dianteira do Argo é o excesso de elementos. A Fiat diz que todos os elementos de estilo são funcionais para favorecer a aerodinâmica, mas, nesse caso, menos ficou melhor que mais: formada por grade menos agressiva, a dianteira do Polo agrada mais ao olhar.
No conjunto, o Argo conta com soluções já vistas em outros modelos: o perfil traseiro lembra o do Gol e as lanternas bipartidas foram inspiradas nas do Alfa Romeo Giuletta. O design do Polo tem mais personalidade – o vinco que contorna a carroceria, por exemplo, resulta em belo efeito estético e deve se tornar marca registrada do carro. Mais simples, tende a cansar menos com o tempo.
ACABAMENTO E ERGONOMIA
A Fiat nunca tinha se esmerado tanto no acabamento de um carro como no Argo. Aplicou superfícies macias nos segmentos que podem estar em contato com o corpo dos ocupantes, preocupou-se em revestir os comandos de refrigeração com borracha aderente e agradável ao toque, os encaixes são bem feitos e os materiais têm excelente qualidade percebida.
A mesma percepção de qualidade você encontrará no Polo: materiais de textura agradável, encaixes milimetricamente ajustados e soluções que inspiram o bem-estar a bordo. Mas na configuração interna, o Polo sai na frente com o cluster integrado à tela multimídia de 8" – a Fiat adotou o padrão convencional do tablet flutuante no painel.
Em ergonomia, o Polo também é melhor: os bancos são mais envolventes e permitem que você dirija em posição mais baixa; no Fiat o ajuste se resume a duas posições: alta e mais alta.
CONSTRUÇÃO
O mesmo capricho que a Fiat dedicou ao interior do Argo pode ser visto na construção do carro. Não há pontos de solda aparentes, como na tampa do porta-malas e nas junções das portas – que, a propósito, receberam dupla borracha de vedação, solução que ajuda no conforto acústico e que, até aqui, era exclusiva de modelos mais caros.
Os vãos da carroceria são uniformes e a qualidade da pintura é excelente. Cuidados também verificados no Polo que nesta nova geração recebeu a mesma atenção que a Volks dedica aos seus modelos mais caros. Ambos são moldados em chapas de aço mais leves e mais resistentes.
TECNOLOGIA
Neste item, o Polo se sobressai por algumas soluções: ele tem plataforma mais avançada que a do Argo, emprega turbo no motor três cilindros e a transmissão (mesmo com a antiga caixa Tiptronic a ser usada no Brasil) é mais eficiente.
O Argo é erguido sobre a base do Punto que passou a receber tipos de aço mais leve e menos sujeito a torção. Mas a MQB A0 na qual se assenta o Polo é uma das grandes referências da indústria.
O três cilindros Firefly da Fiat é econômico e oferece torque razoável, mas não há opção de turbo, como no Polo. E a transmissão Tiptronic de 7 velocidades é mais rápida nas passagens de marcha que a automática empregada em algumas versões do Argo.
O Polo também se sobressai por oferecer, como opcional, o cluster digital que pode ser personalizado e uma central de multimídia mais completa. Obviamente isso tudo terá um preço – que, prevê-se, não será baixo.
ESPAÇO
A vantagem é do Polo. Ligeiramente maior no comprimento (4,05 m x 3,99 m) e na distância entre-eixos (2,56 x 2,52) e também na largura (1,75 x 1,72), o VW abriga melhor cinco ocupantes.
Como no Argo, o assoalho é plano e quem viaja atrás tem maior área para pernas e cabeça. O porta-malas do Polo tem 51 litros a mais que o do Argo (351 litros x 300 litros).
AO VOLANTE
As primeiras impressões com o Polo nacional surpreendeu positivamente, em grande medida pela excelência da plataforma. O hatch compacto mostrou segurança ao fazer curvas na pista de teste, sem sustos, mesmo em velocidades mais altas.
O motor 1.0 TSI (turbo) três cilindros, de até 128 cv e 20,5 kgfm de torque, associado ao câmbio de 7 velocidades, empurra o carro com disposição, confirmando que os motores menores sobrealimentados não devem em nada a propulsores 2.0 aspirados, com a vantagem de serem bem mais econômicos e oferecerem melhores retomadas em baixa e média rotações.
O Argo, na versão 1.3, de 109 cv, do mesmo modo agradou pela estabilidade, mas nem tanto pelo desempenho. Ambos têm a mesma configuração de suspensão (independente na dianteira e eixo de torção na traseira), mas o Polo tem rodar mais refinado em função da plataforma mais moderna.
CONCLUSÃO
O Polo é superior ao Argo. Mas o que irá definir a disputa – e determinar sua escolha – será o preço da etiqueta e os custos de manutenção. O Argo mais simples parte de R$ 46.800 e pode chegar a R$ 70.600. Ainda é cedo para estimar o preço do Polo, mas a tendência é que custará mais caro – o quanto, não se sabe ainda.
NOTAS (pontuação máxima 10) | VW POLO | FIAT ARGO |
Ergonomia | 10 | 9 |
Conforto motorista | 10 | 8 |
Conforto traseiro | 10 | 8 |
Acabamento | 10 | 10 |
Construção | 10 | 10 |
Porta-malas | 10 | 8 |
Estilo externo | 9 | 9 |
Estilo interno | 9 | 9 |
Multimídia | 10 | 8 |
Motor | 10 | 8 |
Câmbio | 10 | 7 |
Tecnologia | 10 | 8 |
Total | 119 | 101 |
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