Eis o tipo de automóvel que (quase) todo brasileiro almeja hoje em dia. A sentença vira verdade quando você soma a venda dos cinco SUVs/ crossovers compactos emplacados de janeiro a abril (59.613 unidades) e compara com todo o mercado de sedãs médios comercializados no período (41.933 unidades). A diferença belisca os 30% em favor dos utilitários.
Em virtude disso, cada novo desafiante neste mundo em ebulição que é o mercado de SUVs traz mais desempenho e economia de combustível, munidos de motores cada vez menores.
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Isso é especialmente verdadeiro no caso do Chevrolet Equinox 2018, que foi totalmente renovado nos Estados Unidos e chega ao mercado brasileiro no segmento semestre para substituir o Captiva– antes faz sua primeira aparição para o público sul-americano no Salão de Buenos Aires, a partir de 8 de junho.
A terceira geração traz uma nova plataforma desenvolvida pela Opel, que elimina 12 cm no comprimento e dezenas de quilos do peso em relação ao antecessor. Apesar do entre-eixos 13,2 cm menor, o espaço interno para os passageiros e bagagem permaneceu praticamente intacto.
Com menos peso para transportar, seu motor sobrealimentado de quatro cilindros não teve dificuldades em superar as médias de consumo do modelo anterior, chegando a mais de 12,5 km/l em percurso rodoviário.
A versão testada em solo americano foi a AWD Premier, com tração integral e embalada pelo motor 1.5 turbo, de 173 cv e 28 kgfm de torque. Trata-se da topo de linha, que poderá fazer parte do catálogo no Brasil.
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Nos EUA a configuração começa em US$ 35.330 (cerca de R$ 112 mil), o que significa superar os R$ 150 mil quando desembarcar por aqui. É claro que as versões mais acessíveis do Equinox deverão girar, pelo menos, próximos a R$ 110 mil e R$ 120 mil para ser competitivo no segmento, que tem Jeep Compass, Hyundai ix35 e Kia Sportage.
O acabamento Premier é equipado com câmbio automático de seis marchas, faróis e lanternas em led, bancos de couro, aquecimento e ventilação nos bancos dianteiros, volante e assentos traseiros com aquecimento, ar-condicionado de duas zonas, chave presencial e partida remota.
O sistema OnStar inclui um roteador wi-fi 4G, enquanto o multimídia MyLink é controlado por uma tela de 8” e oferece bluetooth e espalhamento do celular via Apple CarPlay e Android Auto.
Nível alto de segurança
Os recursos de segurança são vastos. Destaque para o alertas de colisão frontal e de mudança involuntária de faixa; assistente de permanência na faixa; e frenagem autônoma em baixa velocidade, embora a controle de velocidade cruzeiro adaptativo não faça parte do pacote. Uma série elaborada de sensores e câmeras fornece alerta de pontos cegos, assistente de estacionamento, câmera de ré e câmera perimetral.
O pedal de freio do crossover é firme e fácil de modular quando você tenta frear de forma agressiva sem acionar o ABS. A segurança está falando mais alto ao volante agora.
Para ver o quanto este desempenho aprimorado em frenagens e em curvas beneficia o comportamento dinâmico do carro, demos ao Equinox a chance de mostrar seu talento na pista de teste. A primeira observação foi uma rodagem sutil o bastante para aliviar as imperfeições do asfalto, sem reverberações pela carroceria, que é bastante rígida.
Há resistência à rolagem suficiente para manter a cabine alinhada nas sequências de curvas em alta velocidade. A ativação do botão AWD reduz a probabilidade de destracionamento durante acelerações mais fortes, mas o acoplamento do eixo traseiro não afeta a dinâmica de modo perceptível suficiente para gerar algum incômodo.
A direção com assistência elétrica se mostrou bem. Em depressões, ondulações e irregularidades do asfalto o Equinox manteve sua trajetória sem a necessidade de correções para conseguirmos tangenciar as curvas.
Respostas mais demoradas
Notamos alguma comunicação no volante, mas como sempre, faltou um pouco de feedback. Contudo, o conjunto mecânico do Equinox só cumpre parte do acordo dinâmico. Bem que ele poderia ser mais rápido que os 8,9 s para ir de 0 a 100 km/h.
O Equinox fica para trás de rivais como o Hyundai New Tucson, que faz de 0 a 100 km/h na casa dos 8 segundos. A culpa vem de uma transmissão preguiçosa que também vai mal nas retomadas. Reduzir marchas com rapidez é o seu ponto mais fraco.
Ele também é nitidamente mais ruidoso que alguns de seus rivais, como o Jeep Compass, por exemplo. Ao abusar do motor 1.5 para acompanhar o tráfego e curtir sua dinâmica nas estradas secundárias, conseguimos apenas uma média 9 km/l.
O amplo teto solar clareou todo o interior preto do carro, exceto o quarto traseiro, que ficou sombreado pelas grossas colunas C e D e pelas pequenas janelas escurecidas.
Molduras de metal polido, costura de bom gosto e uma infinidade de couro perfurado forneceu um ambiente luxuoso, afetado apenas por um pouco mais de plástico duro do que se espera em um crossover de R$ 150 mil.
Aventurando-se além da trivialidade de porta-copos, os designers de interiores providenciaram abrigos bastante úteis para chaves e smartphone, e também há seis portas USB, uma tomada de 120 Volts, e uma base de carregamento por indução para celulares e tablets.
Os bancos dianteiros são confortáveis, mas não tão firmes para segurar seu quadril quando a força G lateral é explorada com vontade. O assento elevado do banco traseiro é suficientemente largo para acomodar dois adultos ou três crianças.
Duas alavancas soltam o encosto e o assento para providenciar uma superfície plana e quase nivelada com o porta-malas. Também há espaço extra abaixo do fundo do porta-malas.
O Equinox tem sido um grande sucesso para a Chevrolet nos EUA, acumulando mais de 2 milhões de unidades vendidas desde 2004. No Brasil, ele encontrará um rival de peso: o Compass. Numa faixa de preço levemente abaixo, o Jeep tem conseguido resultado de vendas de gente grande. A briga será proporcional.
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