Durante o domingo, centenas de pessoas torravam sob o sol de Curitiba para fotografar e gravar as mais de 300 Kombis reunidas no pátio da Faculdade Sociesc. Os carros viajaram de todos os cantos do Brasil e cone sul para comemorar o Dia Nacional da Kombi (DNK).
O evento é realizado há 11 anos em Curitiba e nesta edição bateu seu recorde: foram enfileiradas 388 Kombis, dos anos de 1959 a 2014, por 1,2 quilômetros na Linha Verde. Os carros desfilaram para um público de 35 mil pessoas.
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A “Velha Senhora”, que completa 60 anos em 2017, parou de ser produzida em 2013 no Brasil. Poucos anos depois da interrupção, a Volkswagen anunciou um novo modelo, a ser lançado em 2022, mas sem previsão de chegada ao Brasil. Dentre as mudanças mais marcantes do conceito I.D. Buzz, motor elétrico e design futurista da carroceria. Os fãs não usaram meias palavras ao avaliar as fotos da galeria.
“Virou uma van qualquer. E esse volante parece uma mesinha de avião”, decepcionou-se Lucca Dalberto, de 11 anos. Fã do estilo antigo do carro, “quadrado, alto e com a logo enorme”, o menino acredita que o novo modelo não vai emplacar.
“A questão que pega é o motor”, disse Carlos Soares, analista de sistemas e padrasto de Lucca. “A Harley Davidson também vai lançar motores com menos barulho, mas perde a graça”, conclui. Fãs da Volkswagen, há um ano a família comprou um Fusca 1969, que vão reformar o assoalho e teto.
“Talvez o novo modelo pegue pela comodidade e conforto. Mas não é a mesma aventura, além de que vai sair mais caro comprar um carro desse”, diz o músico José Luis, guitarrista da banda curitibana Sangue de Limão. Há dez anos dirige sua Kombi 1974 e aprendeu na marra a consertar motor e trocar peças.
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Leia a matéria completaA fácil manutenção dos modelo antigos é um dos pontos positivos elencados pelas pessoas ouvidas pela reportagem. “O novo modelo não vai manter nada do DNA da antiga Kombi, como aconteceu com o Beetle em relação ao Fusca. Vai ser uma homenagem”, diz Rodrigo Canosso, fabricante de peças para Kombi e Fusca, de Londrina.
Apesar de ter quatro Kombis na garagem (1974, 1985, 1994 2011), ele viajou a Curitiba com outro carro para vender as peças durante o DNK, para que os “xodós” não corressem nenhum risco na estrada.
Se fosse para mudar algo na Kombi, o comerciante Rogério Acosta colocaria direção hidráulica e ar-condicionado. “Quando as montadoras reestilizam os carros, perdem-se todas as características. Com o Passat aconteceu o mesmo, só aproveitaram o nome. Deveriam manter a baixa manutenção”, diz Acosta, que tem uma Kombi 2008, na qual funciona seu empório de produtos coloniais.
Para o organizador do encontro do Dia Nacional da Kombi, Marco Rebuli, a renovação veio em bom momento. “Por ser elétrico perde o saudosismo do boxer, motor refrigerado a ar, que assovia quando se acelera. Mas pela questão ambiental é importante o motor elétrico. Acredito que muitas instituições e prefeituras adotariam o novo modelo”, aposta.
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