A Volkswagen abriu a pré-venda do T-Cross na terça-feira passada (19), com um lote de 800 unidades das versões 1.0 200 TSI Comfortline (a partir de R$ 99.990) e 1.4 250 TSI Highline (R$ 109.490).
Na primeira meia hora após o anúncio, 300 reservas foram feitas. E 48 horas depois, esse número havia dobrado. São pessoas que pagaram R$ 5 mil de sinal pelo direito de serem os primeiras a circular com o novo SUV compacto.
Eles receberão no início de abril, um pouco antes das vendas começarem nas lojas.
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A alta procura era esperada pela marca, que estrategicamente liberou para a pré-venda outras 150 unidades (de um total de 1 mil exemplares) da série First Edition, exclusiva para o lançamento.
O restante das unidades da versão especial estará disponível quando o T-Cross estrear na rede de concessionárias, assim como a configuração de entrada 200 TSI manual, que parte de R$ 84.990, e a sua opção automática, por R$ 94.490.
O mais novo integrante do segmento que está em ebulição no mercado brasileiro é tratado como pela Volkswagencomo o seu mais importante lançamento dos últimos tempos. Ela não esconde o desejo de subir mais um degrau no ranking de vendas no Brasil e assim desbancar a líder Chevrolet.
E o T-Cross ocupará a linha de frente nesta ofensiva. A fabricante projeta que o seu SUV brigará pelo posto mais alto em vendas dentro do segmento, superando Jeep Renegade, Honda HR-V, Hyundai Creta, entre outros.
VEJA O COMPARATIVO NO SEGMENTO
Mas o modelo possui atributos que confirmam esse otimismo da Volkswagen? É o que a Gazeta do Povo foi conferir no test drive até Balneário Camboriú (SC), organizado pela marca durante as comemorações de 20 anos da fábrica de São José dos Pinhais (PR), local onde o carro será produzido.
A seguir listamos 10 pontos que podem conquistar ou afastar o cliente do carro:
MERECE APLAUSO
Motorização turbo é diversão garantida
Um dos fatores que pesarão a favor do T-Cross diante da concorrência é a oferta em toda a linha de motores turboflex com injeção direta de combustível: 1.0 TSI - 116/ 128 cv e 20,4 kgfm (gasolina/ etanol) - e 1.4 TSI - 150 cv e 25,5 kgfm (com qualquer combustível).
São projetos modernos e eficientes que já fazem sucesso no Polo e Virtus (propulsor menor) e no Golf, Jetta e Tiguan (maior). Andamos no motor 1.4 durante o test drive. E se no Tiguan ele já é instigante, imagine no irmão mais novo, que pesa 370 kg a menos (são 1.200 kg)!
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O propulsor casa muito bem com o câmbio automático Tiptronic de 6 marchas, de trocas suaves e relações curtas nas primeiras marchas e mais longas nas posições altas.
O torque abundante já em baixa rotação, na casa dos 1.700 rpm, torna imediatas as saídas de cruzamentos e as retomadas de velocidades e garante também ultrapassagens mais seguras.
O ronco grave do turbo empolga e fica ainda mais vigoroso no modo Sport. O zero a 100 km/h é feito em 8,7 segundos e a velocidade máxima (apenas como curiosidade) alcança 198 km/h.
Se o condutor quiser mais diversão ao volante pode efetuar as trocas de marchas de maneira manual por aletas atrás do volante ou na própria alavanca de câmbio.
Segurança padrão europeu
O T-Cross usa a plataforma MQB A0, a mesma de Polo e Virtus, que entrega um padrão europeu de construção, com chassi bastante rígido e seguro.
Tanto hatch quanto sedã receberam nota máxima no teste de colisão do Latin NCAP, o que deve ocorrer também com o SUV compacto.
De série, o modelo já vem com seis airbags e controle de estabilidade e de tração. Também oferece detector de fadiga e frenagem automática pós-colisão nas versões mais caras.
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Compacto por fora, espaçoso por dentro
O porte do T-Cross não é tão vistoso como nos rivais (veja o comparativo abaixo). Com 4,23 de comprimento, é uma do menores da categoria. Isso facilita as manobras e o encaixe nas vagas mais apertadas.
Porém, por dentro ele entrega uma espaço de SUV. São 2,65 m de distância entre-eixos, a mesma do Virtus, que lhe confere ótimos vãos para as pernas nas duas fileiras de bancos.
Os ocupantes detrás ainda têm uma saída de ar para deixar a viagem mais confortável.
Boa dinâmica ao volante
O T-Cross traz uma combinação interessante que eleva o nível de dirigibilidade, especialmente na estrada. A direção elétrica progressiva tem respostas diretas ao comando do motorista e a suspensão é firme, apesar de a Volks ajustá-la pensando no conforto.
Os balanços curtos (distância do eixo das rodas em relação as extremidades do carro) tornam as mudanças de direção mais ágeis considerando o padrão de utilitário esportivo.
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A baixa estatura - 1,57 m de altura ou 10 cm a menos que o Jeep Renegade - também permite que o utilitário fique mais no chão ao encarar curvas, sem aquela rolagem de carroceria tradicional vista nos SUVs.
Só que os mais exigentes sentirão a falta de um posição mais alta ao dirigir, um dos atributos que conquistam consumidores neste segmento. A impressão que se tem é de estar ao volante do Polo, o que não deixa de ser um elogio.
Inovação no visual
A aparência do T-Cross foge um pouco ao padrão do segmento e não deve passar despercebido nas ruas.
Destaque para a traseira inédita, com as lanternas conectadas por uma espécie de painel escurecido, cuja função é refletir as luzes dos veículos que vêm atrás durante à noite.
A iluminação da lanternas em led traz elementos com a assinatura refinada da marca, em formato de ‘C’.
A dianteira é mais sóbria e remete à do novo Tiguan. Outro detalhe que valoriza a proposta do modelo é a inscrição T-Cross no centro da tampa do porta-malas e no aplique prateado que corta a entrada de ar.
Na versão Highline a luz diurna DRL é integrada aos faróis. Nas demais configurações ela está inserida ao farol de neblina, que por sua vez ficam abrigados em nichos quadrados de contornos arredondados que soltam aos olhos pelo tamanho nas extremidades do para-choque.
MERECE “TÁ BOM”
Nível de tecnologia interessante, mas são opcionais
A novidade da Volkswagen traz um nível de tecnologia pouco visto nos rivais. Só que está distribuído por pacotes opcionais que encarecem o veículo.
Para ter sistema de estacionamento automático (Park Assist 3.0), som premium Beats com subwoofer e faróis full led é preciso desembolsar R$ 6.050 a partir da versão 1.0 TSI Comfortline, subindo o preço para R$ 106.040.
Já o moderno quadro de instrumento 100% digital e personalizável, casado com a central multimídia de 8 polegadas com navegação por satélite, sai por R$ 4 mil a mais e está disponível somente para a opção topo de linha Highline 1.4 TSI.
O preço daí alcança R$ 113.990. O pacote inclui ainda o seletor de modos de condução (Normal, ECO e Sport).
O teto solar panorâmico é outro opcional, oferecido a partir da versão intermediária por R$ 4,8 mil (na cesta há ainda retrovisor eletrocrômico, sensor de chuva e farol alto automático.
Preços dentro da média, mas o do câmbio manual...
A faixa de preços sugerida pela Volkswagen está dentro do que é pedido pelos rivais. Só é difícil digerir os R$ 85 mil cobrados pela versão de entrada 1.0 TSI, equipado com câmbio manual de seis velocidades.
A transmissão automática ou automatizada está presente em 49% dos automóveis vendidos no país. E neste segmento é pouco provável encontrar alguém disposto a desembolsar a elevada quantia para ter de ficar trocando marchas a todo momento.
Para dispensar o pedal da embreagem, o cliente do T-Cross terá de desembolsar no mínimo R$ 94.490 (configuração logo acima à de entrada).
Os rivais Jeep Renegade e Hyundai Creta oferecem as opções manuais por R$ 78.490 (1.8 flex) e R$ 78.990 (1.6 flex), respectivamente.
MERECE VAIA
Acabamento simples para o status do carro
A Volkswagen decidiu seguir a fórmula já usada no Polo e no Virtus e abrir mão de luxo no acabamento, mesmo para um modelo que passa dos R$ 80 mil.
Há uma predominância de plástico duro no painel, revestimento de portas e console. Mesmo sendo de boa qualidade e com encaixes perfeitos, o material deixa o ambiente do carro sóbrio demais. Soma-se ao desenho comum (leia-se pouco atraente) dos nichos onde ficam os botões de comandos para ar-condicionado e outras funções do carro.
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O interior só ganha sofisticação com o quadro de instrumento digital e a moderna e tecnológica central multimídia com tela de 8 polegadas, mas aí o preço bate os R$ 115 mil.
Porta-malas limitado
A capacidade de 373 litros do porta-malas está entre as menores do segmento. Perde para a maioria dos concorrentes, como HR-V (437 l), Kicks (432 l) e Creta (431 l).
A Volks até criou uma solução para ampliar o volume do compartimento para 420 l, usando uma gancho retrátil para deixar o encosto do banco traseiro levemente para a frente. Só que o encosto fica reto demais e chega a incomodar numa viagem mais longa.
Não teria sido melhor colocar um assento deslizante para abrir espaço lá trás, como fez na Tiguan?
Apesar do nome, ele é urbano
Tá certo que quase todos os SUVs compactos do mercado têm uma proposta urbana, mas bem que VW poderia incluir ao menos a tração integral na sua versão mais cara para fazer jus ao nome - a tração é dianteira 4x2.
A Ford fez isso no EcoSport Storm e a Renault, no Duster Dynamique 4x4. Além de contribuir para a estabilidade do carro, principalmente em rodovia, abriria a possibilidade de se aventurar por trilhas leves fora de estrada.
Quem quiser algo mais radical terá de recorrer ao Renegade diesel, dotado de sistema 4x4 com reduzida e capacidade off road mais agressiva.
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