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O Zoe será bem explorado durante a Copa, circulando também próximo à Arena da Baixada | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
O Zoe será bem explorado durante a Copa, circulando também próximo à Arena da Baixada| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Opinião

Força do motor e conforto impressionam

Foi o primeiro contato que tive com um carro elétrico (a convite da Gazeta do Povo). E apesar de eu gostar de modelos mais esportivos, o que mais me chamou a atenção no hatch foi a força do bloco elétrico. Pisava e o Zoe respondia prontamente, como se fosse um veículo com motor potente (ele rende 88 cv). O sistema que para o carro em subida, não permitindo que ele recue, também é um conforto a se destacar. Fiquei impressionado com o extremo silêncio, seja na partida ou em movimento.

É uma experiência completamente diferente do que eu dirigir os meus Polo Sedan e Ford Fiesta. O câmbio automático de relação infinita passa a sensação de estar acelerando um carrinho de brinquedo. O interior moderno, com o painel todo digital, lembrou-me um ambiente de celular. É tudo muito claro. Tem tudo a ver com a nova geração de motoristas.

Charles José Sprada, 40 anos, farmacêutico em Curitiba.

Ao volante

Silêncio impera na partida com o carro em movimento

O silêncio é uma virtude em qualquer carro elétrico. Não se ouve nada quando o motor entra em funcionamento. A vibração é nula e é quase imperceptível o zunido crescente, que se mistura ao barulho do pneu no rolamento, à medida que o veículo ganha velocidade.

Na cidade, a força do torque em baixa rotação vira uma patada a cada saída de cruzamento. O recurso que segura o carro nas paradas em aclives libera o pé direito para o descanso, já que o esquerdo fica o tempo todo no apoio lateral devido à presença do câmbio automático. Na estrada, as retomadas são feitas com facilidade, mas acima dos 120 km/h, o fôlego já começa a desaparecer.

O painel todo digital traz uma grande tela de LCD, onde o computador de bordo é completo. Informa velocidade, consumo instantâneo e médio, autonomia e um indicador sobre se o carro está consumindo ou regenerando a energia. No console central existe um botão Eco que serve para reduzir a eficiência do ar-condicionado e o próprio rendimento do motor elétrico, para que a autonomia chegue aos 210 km anunciados.

  • Por fora, o modelo chama a atenção pelo design exclusivo e as lanternas transparentes
  • Todas as informações ao motorista são digitais e dão um toque sofisticado ao modelo
  • Uma das unidades entregues ao Setran sendo recarregado
  • Ambiente clean e em tom claro realçam a sensação de conforto e prazer à bordo

O trânsito de Curitiba está menos poluente e barulhento desde quinta-feira passada (5). Uma parceria entre a Renault e a prefeitura pôs nas ruas veículos 100% elétricos. São cinco unidades do hatch Zoe, três da minivan Kangoo e dois do qua­driciclo Twizy, além de três ônibus protótipos, montados pela Itaipu Binacional, outra integrante do projeto batizado de ‘Curitiba Ecoelétrico’. Os modelos serão usados pela Secretaria Mu­nicipal de Trânsito (Setran), Guarda Municipal e Instituto Curitiba de Turismo por dois anos.

A reportagem teve a oportunidade de dirigir o Zoe e avaliar seu comportamento. Baseado no Clio Europeu, ele oferece um design exclusivo que não passa despercebido aos olhos de quem não está habituado à tecnologia, já comum na Europa, EUA e Japão. No Velho Continente, por exemplo, o Zoe começou a ser vendido em 2012 ao preço de 21 mil euros (R$ 65 mil), porém em países onde há incentivos do governo para a mobilidade verde, como é o caso da França, o preço cai para 14 mil euros (R$ 43 mil). No Brasil, considerando as tributações de importação, não sairia por menos de R$ 200 mil.

O modelo tem um aspecto encorpado, mas não foi isso que despertou a curiosidade das pessoas no trânsito. As luzes de condução diurna nos para-choques e as lanternas transparentes, ambas com um coloração azulada, prendem a atenção, bem como os dizeres em inglês na lateral informando se tratar de um veí­culo movido a eletricidade.

As baterias, localizadas no assoalho, garantem uma autonomia de até 210 km, segundo dados de fábrica. Recebemos o Zoe com 110 km de carga. Para evitar gastá-la toda antes de devolver o veículo à Renault, usamos bastante a frenagem regenerativa, que recupera energia de maneira tímida, mas o suficiente para retardar a queda do porcentual de indicador de carga exibido no quadro de instrumentos, que é todo digital.

Se tivéssemos um posto de reabastecimento de 220 volts em casa, o tempo para a recarga completa seria de 8 horas, com um gasto inferior a R$ 10. Para atingir a mesma autonomia de 210 km com o Clio, por exemplo, um dos modelos com menor consumo de combustível no país, o custo alcançaria quase R$ 40, levando em conta os R$ 2,90 cobrados pelo litro de gasolina.

O motor do Zoe rende 88 cv. Parece pouco, porém uma das características dos elétricos é oferecer torque elevado assim que o acelerador é pres­sionado. No caso do Renault são 22,4 kgfm, a mesma força do BMW 316i, só que o alemão a gasolina en­trega 136 cv. Os números do Zoe garantem agilidade no trânsito urbano. Os 50 km/h são atingidos em apenas 4 segundos.

Por dentro, o visual é clean. Há poucos botões de comando e a tonalidade clara predomina no ambiente. O revestimento do painel e das portas leva plástico duro e de boa qualidade. O toque de sofisticação está no monitor colorido no console central. São 7 polegadas que concentram todo o ‘infotenimento’ (navegação, rádio, climatização, telefone), incluindo as diversas funções do sistema elétrico (controle de fluxos energéticos, autonomia, dicas para baixar consumo, etc).

Pioneira

Curitiba é a primeira cidade do país a integrar o programa Mobilidade Elétrica Inteligente (Mob-i), da Itaipu Binacional – a próxima será Brasília. E a Copa do Mundo será vitrine para a frota elétrica. Os carros irão trafegar em locais estratégicos com aglomeração de turistas, como as imediações da Arena da Baixada, da Fanfest, na Pedreira Paulo Leminski, e do polo hoteleiro. Também foram instalados postos de recarga, já em funcionamento na Praça Rui Barbosa, parques Tanguá e Barigui, Jardim Botânico, entre outros.

Da casca

O Zoe é o primeiro veículo da Renault criado do ‘zero’ para ser um automóvel 100% elétrico, ao contrário da maioria dos carros que circula pelo mundo sem motores a combustão. Ele não é um modelo adaptado para se tornar elétrico, como a própria Renault fez com o Fluence e o Kangoo. Outros ‘verdes’ famosos são o Nissan Leaf, que irá rodar como táxi em São Paulo e Rio de Janeiro até os Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, e o Chevrolet Volt, vendido nos EUA.

Conheça o Zoe

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