Após dois adiamentos, parece que finalmente o Brasil irá adotar as placas de veículos com padrão dos países do Mercosul.
A resolução n.º 729 publicada nesta quinta-feira (8) no Diário Oficial da União pelo Departamento Nacional de Trânsito define que a mudança começa em 1.º de setembro deste ano.
O novo sistema de identificação será adotado primeiro nos modelos zero quilômetro, ou no caso da transferência de propriedade ou de local de emplacamento, enquanto que os usados terão o prazo até 31 de dezembro de 2023 para se adequarem à nova legislação.
O modelo padrão já é usada na Argentina e no Uruguai e segue o estilo visto na União Europeia. Há uma tarja azul, a bandeira do Brasil e uma combinação de letras e números.
A placa contará ainda com um chip e um código (QR Code) para facilitar a identificação dos veículos roubados ou clonados nos países do Mercosul. Os custos deverão ser os mesmos dos patamares atuais para colocação e troca de placas: de R$ 120 a R$ 200, conforme o estado.
A nova placa foi apresentada em 2014, com previsão de estrear no Brasil em janeiro de 2016. Porém foi adiada duas vezes, primeiro para 2017 e depois sem prazo definido.
>>Para multar, agentes poderão ter de provar a infração com foto ou áudio
A identificação contará com sete caracteres, sendo quatro letras e três números. Com isso, serão possíveis mais de 450 milhões de combinações diferentes. O estilo atual com três letras e quatro números foi adotado nos anos 1990 e poderia durar pelo menos até 2030. São mais de 175 milhões de possibilidades de combinação em nosso país.
Veja como ficará a placa padrão Mercosul:
- Letras e números
Em vez de 3 letras e 4 números, como é hoje, as novas placas terão 4 letras e 3 números, e poderão estar embaralhados, assim como na Europa. No caso das cidades que tenham rodízio de placa na semana, o último caractere deverá ser um número para não atrapalhar o funcionamento do sistema. - Cor
A cor do fundo das placas será branca. O que varia, é a cor da fonte. Veículos de passeio: preto. Veículos comerciais: vermelha. Carros oficiais: azul e verde (em teste). Diplomáticos: dourado. Colecionador: prata. - Localidade
O nome do país estará na parte superior da patente, sobre uma barra azul. Nome da cidade e do estado estará na lateral direita, acompanhados dos respectivos brasões. - Tamanho
A placa terá as mesmas medidas das já utilizadas no Brasil (40 cm de comprimento por 13 cm de largura). - Falsificação
Marcas d’água com o nome do país e do Mercosul estarão grafadas na diagonal ao longo das placas.
Também será acrescentada uma tira holográfica à esquerda (similar às usadas nas notas de R$ 50 e R$ 100). O objetivo é dificultar falsificações. - QR Code e chip
Outro sistema de segurança que dificultará as fraudes é a inclusão do QR Code e do chip. Ambos combaterão o roubo e a clonagem e trarão detalhes como nome do proprietário, modelo do veículo, ano de fabricação e número do chassis.
O QR Code, por exemplo, poderá ser lido rapidamente via smartphone, enquanto o chip ajudará na fiscalização de autoridades policiais.
- Compartilhamento
Um novo sistema de compartilhamento de dados com informações como o nome do proprietário do veículo, número da placa, marca, modelo, tipo de carroceria, número de chassi, ano de fabricação e histórico de roubo e furto também será colocado em funcionamento junto com as novas placas. - Troca
O modelo será adotado a partir de setembro de 2018 para novos emplacamentos. Veículos transferidos de município ou com troca de categoria também precisarão fazer a mudança. Quem tem carro já emplacado, a substituição é opcional, não havendo a obrigatoriedade.
A evolução no Brasil
A primeira placa no Brasil surgiu em 1901. Eram pretas com letras brancas e tinha até cinco dígitos e o prefixo A (aluguel) ou P (particular).
Durou 40 anos até ser substituída por uma com sequência de dígitos, dividida em duplas e que exibia de três a sete caracteres.
Tinha a cor laranja e o nome do município vinha antes da sigla do estado. Em 1969 veio a placa amarela que combinava duas letras e quatro números.
>>Por risco à saúde, completar até a boca por de ser proibido no Brasil
A sigla do estado passou a vir à frente do município. Gerava confusão, pois veículos de estados diferentes podiam ter a mesma combinação.
Em 1990 foi implantado o sistema atual, com o acréscimo de mais uma letra e a mudança para a cor cinza.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião