Quem visitar uma concessionária Honda a partir desta quinta-feira (25) ficará impressionado com o modelo que estará em destaque no lugar mais nobre do showroom. Vai se deparar com a 10.ª geração do Honda Civic, que começa a ser vendida no mercado brasileiro. Em Curitiba, as lojas Niponsul e Prixx farão uma ação para os clientes para festejar a estreia.
E não é exagero dizer que o sedã é um carro complemente distinto do antecessor. E com predicados de sobra para enfrentar concorrentes de um segmento que evoluiu, principalmente a nova geração do Chevrolet Cruze, as reestilizações de Nissan Sentra e Ford Focus, além, é claro, do líder a ser batido Toyota Corolla, que mudou de geração em 2014 e em breve passará por um facelift.
O que mais chama atenção no modelo é o forte apelo esportivo de seus traços, mas a grande novidade está escondida debaixo do capô: o inédito motor 1.5 turbo a gasolina, de 173 cv de potência e 22,4 kgfm de toque, que é feito nos Estados Unidos.
Ele equipa apenas a versão mais cara da gama, a Touring, com preço de R$ 124.900. Vem administrado pela caixa automática CVT, outra estreia na linha 2017 em substituição à automática de cinco marchas.
Na geração anterior, o topo da gama era a configuração EXR, que partia de R$ 94.100 e vinha impulsionada pelo 2.0 Flex aspirado, de 155 cv e 19,5 kgfm. Este propulsor foi mantido nas demais versões do novo Civic: a também inédita Sport, com câmbio manual de seis velocidades (R$ 87.900) ou o opcional CVT (R$ 94.900); e as tradicionais EX (R$ 98.400) e EXL (R$ 105.900), ambas disponíveis somente na transmissão CVT.
No catálogo renovado não aparece mais a apimentada Si, com seu propulsor 2.4, de 206 cv e 23,9 kgfm, e tabelada em R$ 124,9 mil. Ela desembarcava no Brasil importada do Canadá, ao contrário do restante da linha, que continuará a ser produzida na fábrica de Sumaré (SP). As últimas unidades do Si ainda estão à venda, com desconto de R$ 5 mil.
Turbo dá pegada esportiva ao Civic
Com o advento da tecnologia downsizing, a propulsão turbo em motores de baixa cilindrada perdeu um pouco a finalidade de entregar esportividade ao carro. A sua presença está mais relacionada à eficiência enérgica aliada à menor emissão de poluentes.
Com o Civic 2017, no entanto, ainda é possível desfrutar da essência que move os motores sobrealimentados. O cartão de visitas é o ronco mais nervoso, especialmente em altas rotações.
Durante o test drive para imprensa realizado em rodovias de São Paulo percebemos essa dupla funcionalidade do conjunto mecânico. Ao acelerar devagar, sem pressa, na momento de colocar o veículo em movimento, o Civic obedece o gerenciamento comum de um câmbio CVT, mantendo o giro baixo.
Agora, basta pisar mais fundo no pedal direito para a rotação subir rapidamente até o limite de ‘troca’ - isso mesmo, a Honda simulou marchas (sete no total). A solução reduz a monotonia comuns às caixas de relações continuamente variáveis.
Tanto no 2.0 quanto no 1.5 Turbo, o Civic conta com o modo ‘Sport’ e o botão ‘Econ’, que ajusta parâmetros do carro para ficar mais arisco ou consumir menos, respectivamente.
Assim, ao mudar a alavanca do ‘Drive’ para o ‘Sport’, a variação nas trocas fica mais evidenciada e a condução torna-se bem mais animada. Essa passagem nas marchas, inclusive, por ser operada via borboletas atrás do volante - também disponível no motor 2.0.
O motor turbinado traz tecnologias como injeção direta, variação no tempo de abertura das válvulas e válvula wastegaste eletrônica. Por enquanto, só a gasolina, mas a Honda admite trabalhar numa versão flex.
Painel de dois andares é aposentado
Ao entrar no carro a primeira diferença que se nota é que o painel de dois andares foi deixado de lado na 10.ª geração. No lugar, um velocímetro digital localizado dentro do conta-giros, que virou digital nas versões EXL e Touring - estas configurações também trazem uma tela TFT de alta resolução no centro do quadro de instrumentos.
VÍDEO: Veja o novo Civic em ação
A alavanca do freio de estacionamento deu lugar ao acionamento por botão, e com a função hold, que mantém o freio pressionado no trânsito parado. O console central tem um posição elevada e a parte próxima ao painel é vazada, como visto no HR-V, com as entradas USB (duas) e HDMI localizadas numa porção inferior.
O interior emprega materiais de boa qualidade e demonstra um acabamento aprimorado, sem falhas. O ângulo de visão frontal melhorou com a redução na espessura das colunas dianteiras.
O motorista ganhou uma posição de dirigir mais baixa e esportiva e os bancos abraçam confortavelmente os ocupantes. Ao olhar de fora, a curvatura mais acentuada do teto passa a impressão de que o espaço para a cabeça foi reduzido, porém, a altura interna não alterada em relação ao Civic anterior, uma vez que a base do banco ficou mais baixa.
Dois elementos se destacam ao rodar com o novo Civic. O primeiro é o silêncio da cabine. Quase não se ouve ruídos e vibrações - uma queixa comum no modelo anterior. É resultado da selagem tripla nas portas, de novos isoladores no capô e de revestimento nas caixas de roda traseiras. A Touring oferece ainda isolantes adicionais no assoalho e para-brisa acústico.
O segundo é a rapidez nas respostas da direção. São apenas 2,2 voltas de batente a batente, o que resulta em pouco esterço no volante para começar a virar o carro, passando a impressão de agilidade. O nível de conforto na cabine não deve em nada para o ’irmão maior’ Accord ou modelos de luxo de outras marcas.
Igual ao Civic americano
Com a nova política da Honda de lançar um único modelo para todos os mercados, o Civic brasileiro passa a ter o mesmo nível de montagem e qualidade de materiais empregados em mercados ricos, como o dos Estados Unidos.
O acabamento interno traz materiais mais nobres tal qual lá fora. O painel agora é construído a partir de espuma injetada (o anterior trazia plástico rígido) e boa parte da superfície de contato oferece um toque suave, tanto no plástico emborrachado quanto no couro.
Fastback
A ousadia vista no Civic 10 resgata a revolução vista na oitava geração (em 2006), quando o ‘New Civic’ deu um salto de imagem e assumiu a liderança de vendas no segmento. Temos agora uma linha descendente da traseira que remete a de um fastback, temperado com as modernas lanternas estilo bumerangue.
A dianteira adota a nova linguagem visual da Honda, com régua cromada que nasce mais grossa a partir da grade e fica mais fina ao cobrir os faróis até a lateral.
O Civic produzido em Sumaré é o mesmo vendido nos EUA e Europa. A Honda decidiu uniformizar o modelo em todos os mercados e, pela primeira vez, deixou o projeto de desenvolvimento a carga da Honda norte-americana (principal mercado do Civic).
Civic usa base do Accord para crescer no tamanho e espaço
O Civic 10 foi criado a partir da nova plataforma do próximo Accord. Com isso, o modelo sobe de patamar nas dimensões. Ele está mais comprido (4,63 m de comprimento) e largo (1,80 m) - são 4,3 cm a mais nas duas medidas. No entanto ficou mais baixo (1,43 m), o que reduziu o centro de gravidade, tornando a condução mais esportiva.
O entre-eixos também cresceu, para 2,70 m (são 3 cm de diferença), abrindo espaço para as pernas de quem vai atrás e fazendo a capacidade do porta-malas aumentar para 525 litros na versão manual e 519 litros na CVT - o anterior transportava 480 litros. Todas as configurações são equipadas com rodas aro 17 e pneus de medida 215/50.
Consumo
A Honda divulga que as versões equipadas com o motor 2.0 Flex One obtiveram um consumo de 10,6 km/l em trecho urbano e 12,9 km/l em rodoviário abastecido com gasolina, quando equipado com a transmissão CVT. Com a caixa manual de seis velocidades, o consumo foi de 10,2 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada com gasolina. Já o 1.5 turbo a gasolina equipado somente com câmbio CVT obteve o consumo de 12 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada.
O que ele traz
Versões e preços da 10.ª geração do Civic:
Itens de série
Direção elétrica; airbags frontais, laterais e de cortina; controles de tração e de estabilidade; assistente de partida em aclive; ar-condicionado digital; freio de estacionamento eletrônico; controle de cruzeiro; botão Econ; sistema de som com quatro alto-falantes, bluetooth e USB e comandos no volante; e câmera de estacionamento.
Sport 2.0
R$ 87.900 manual
R$ 94.900 CVT
Grade frontal em black piano; rodas escurecidas de 17”; revestimento dos bancos em tecido na cor preta; velocímetro digital com conta-giros analógico; e áudio com tela de 5”.
EX 2.0
R$ 98.400 CVT
Agrega rodas de 17“ com acabamento diamantado; grade frontal cromada; retrovisores rebatíveis eletricamente com repetidores laterais em led; sensor de iluminação; e bancos em couro.
EXL 2.0
R$ 105.900 CVT
Adiciona ar-condicionado de duas zonas; sistema multimídia com tela de 7”, navegador, interface para smartphone, entrada HDMI, duas portas USB, dois tweeters dianteiros e dois traseiros; e painel de instrumentos com tela de alta definição.
Touring 1.5 turbo
R$ 124.900 CVT
Sistema que indica pontos cegos; conjunto ótico dianteiro full led (inclusive faróis de neblina); sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; bancos dianteiros com ajuste elétrico; sensor de chuva; retrovisor interno eletrocrômico; teto solar elétrico; sistema de partida por botão no painel ou pelo controle remoto; painel e guarnição das portas com acabamento em alumínio escovado; e maçanetas externas cromadas.
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