Versão Premium, com todos os opcionais, sai por R$ 89.900| Foto: Gustavo Epifanio/Agência Infomoto
Computador de bordo informa até a pressão dos pneus
O ESA permite a escolha do modo de pilotagem
Retrovisores oferecem excelente visão traseira
No sistema de som, dá para acoplar um pen-drive
Com bolsas laterais, largura da moto chega a 90,5 cm
Veja a ficha técnica da BMW R 1200 RT 2010

Se você olhar para essa BMW R 1200 RT e não sentir uma vontade incontrolável de pegar a estrada, lamento informar, mas há algo de errado com vo­­cê. Afinal, a grã-turismo alemã é a perfeita tradução do turismo sobre duas rodas. Ainda mais nesse novo modelo 2010, que recebeu diversas melhorias, entre elas a versão atualizada do motor boxer de dois ci­­­­lindros opostos e 1.170 cm³, que oferece mais torque desde baixos regimes. Além, é claro, de alguns itens que transformam um simples passeio de moto em uma viagem pra lá de prazerosa.

CARREGANDO :)

A R 1200 RT 2010 oferece, por exemplo, parabrisa ajustável eletronicamente, posição de pilotagem confortável para rodar centenas de quilômetros, tanque com capacidade pa­­­ra 25 litros e, agora, um sistema de som que permite acoplar um tocador de MP3, um Ipod ou até mesmo um pen-drive para escolher a trilha sonora perfeita para um tour de moto.

Alto e bom som

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Com uma seleção de músicas que iam de Red Hot Chilli Pep­pers a Yes, passando por Rol­ling Stones e Franz Ferdinand, devidamente gravada no pen-drive, saímos cedo para aproveitar o ensolarado Dia de Ti­­radentes, no feriado de 21 de abril. Bastou seguir a dica da BMW: gravar os arquivos em pastas com o nome BMW1, BMW2, e assim por dian­­te. A moto alemã tam­­bém se rendeu às músicas digitais e não oferece mais CD Player.

Mas, como tu­­do na vida, a R 1200 RT tem também seu lado ruim. Pois circular com os 259 kg (em ordem de marcha) distribuídos em mais de dois metros de com­­primento e 90,5 cm de largura (com as duas bolsas laterais) por regiões de tráfego in­­tenso não é uma tarefa das mais agradáveis. Sorte que uma das qualidades do motor boxer é oferecer bastante torque desde as baixas rotações.

A nova versão do motor de dois cilindros opostos com 1.170 cm³ ganhou um duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), novas borboletas de aceleração e novas válvulas, tu­­do para garantir um torque má­­­ximo maior: 12,25 kgfm a 6.000 rpm (no modelo anterior eram 11,74 kgfm na mesma ro­­tação). Número suficiente pa­­ra levar a RT de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos. As me­­lhorias garantiram também uma curva de torque mais plana.

A RT parece até uma moto au­­tomática. Mesmo em terceira marcha, em 1.500 rotações, basta girar o acelerador para o motor oferecer vigor sem a tradicional "batida de pino". Isso graças ao comando eletrônico que gerencia o motor e evita o des­­conforto. Dessa forma fica até fácil pilotar essa grande mo­­tocicleta em baixas velocidades. Difícil é circular entre os carros com quase um metro de largura!

Outro ponto positivo é que os retrovisores dessa BMW realmente funcionam. Aco­­pla­­dos à enorme carenagem frontal oferecem excelente visão traseira.

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A potência máxima foi mantida: os mesmos 110 cv, só que ago­­­­ra a 7.750 rpm. E o motor po­­de atingir mais 500 rotações, che­­gando a 8.500 giros. Não que estas informações não se­­jam im­­portantes. Mas é que de­­sem­penho não é a proposta da RT.

Aceleração

Na estrada, regulamos o piloto automático para 100 km/h, li­­mite de velocidade da rodovia; ajustamos o parabrisa em uma altura adequada; e curtimos a trilha sonora, enquanto usávamos o novo e prático seletor que aumenta o volume e muda de faixa no punho esquerdo.

O conforto era tanto que não dava nem vontade de acelerar mais. Essa é a proposta da R 1200 RT: viajar com prazer, sem pressa e confortavelmente. Até mesmo porque acima de 140 km/h ficava difícil ouvir a música.

Rodeado pela bela paisagem, o piloto se distrai com as informações do computador de bordo: autonomia, consumo médio, velocidade média, pressão dos pneus... Dá para aproveitar e testar as mudanças do novo ajuste eletrônico de suspensão (ESA II), com o qual é pos­­sível escolher os mo­­dos Comfort, Normal e Sport, além de piloto, piloto e garupa e com bagagem. Na cidade, com mais buracos, o modo Com­­­­fort, mais macio, se mostrou adequado. O Normal foi ideal para a tocada tranquila . O modo Sport parece rígido de­­mais, trans­­ferindo ao piloto to­­da e qual­­quer imperfeição do piso.

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Que pena!

Depois de mais de quase 300 km rodando sem destino certo, apenas curtindo os mimos dessa grã-turismo, era hora de voltar para casa. Uma pena! Por­­que a distância foi pouca para as qualidades da R 1200 RT. De acordo com o computador de bordo, o consumo médio foi de 18,5 km/l, que resulta, teoricamente, em uma autonomia de mais de 460 km.

Com algum esforço para manobrar a enorme moto alemã, devido à estatura mediana do piloto, ela foi para a garagem. Uma tarefa delicada, já que seu banco original fica a 84 cm do solo (pode ser ajustado em 82 cm também).

E para ter uma dessas definitivamente na garagem, é preciso desembolsar R$ 89.900 (valor da ver­­­são Premium com to­­dos os opcionais descritos). E os pilotos de es­­tatura mediana não precisam se preocupar porque há a opção de um banco mais baixo, a 78 cm do chão.