Fabricantes terão acesso a dados não sigilosos dos proprietários dos veículos| Foto: Luiz Costa/Arquivo Gazeta do Povo

Venda

Dono pode ter veículo bloqueado

Segundo informação da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), menos de 60% dos clientes que necessitam de reparo no carro, devido a defeitos de fábrica, atendem ao chamado da montadora para corrigir o problema. Seja por falta de informação ou por não ter a dimensão da gravidade do problema. Mas, a partir do Sistema de Monitoramento Online de Recall, não será possível realizar a transferência do veículo, caso o proprietário não tenha realizado os reparos estabelecidos por um recall. Assim o veículo fica bloqueado para a venda até que o serviço seja efetuado na concessionária autorizada.

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Diante das inúmeras convoca­ções feitas por montadoras para corrigir defeitos de fá­­brica, o governo federal quer tornar obrigatório um novo sistema de avaliação de qualidade do veículo, que inclui no­­vos testes e um sistema para facilitar a realização de recall. Criado pelo Ministé­rio da Justiça, o Siste­ma de Monito­ra­­mento Online de Recall deve ser implementado no prazo de 90 dias.

Segundo informou o diretor-ge­­ral do Departa­men­­to Nacional de Trân­­sito (De­­natran), Al­­fre­­do Peres da Silva, a base de da­­dos será integrada por órgãos pú­­blicos, como o De­­parta­mento de Prote­ção e Defesa do Con­­­sumidor da Secretaria de Direi­­to do Consu­midor do Minis­té­­rio da Justiça (DPDC), além da Asso­ciação Na­­cio­­nal dos Fabri­can­­tes de Veí­­cu­los Automotores (Anfa­vea). "A grande dificuldade é o fato de a montadora não ter aces­­so aos da­­dos do atual proprietário do veículo", explicou Silva na reunião que fez, semana passada, na Câmara dos Deputados.

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Os órgãos governamentais deverão garantir o sigilo das in­­formações relativas aos donos atuais dos automóveis. Para preservar esses dados, o diretor-ge­­ral do Denatran afirmou que a ideia é firmar convênio com os Cor­­reios, a fim de que a Anfavea possa convocar os interessados em recall sem ter acesso a informações sigilosas.

A diretora-substituta do De­­partamento DPDC, Juliana Pe­­reira da Silva, garantiu durante a reunião que o governo estuda firmar parceria com órgãos nor­­te-americanos e australianos que cuidam de recall de automóveis. "Queremos ampliar as redes de informação para que, se houver problema em um país, os procedimentos sejam adotados também no outro", explicou.

Teste de impacto

Além das mudanças em relação aos recalls, a partir de 2012 deverá ser obrigatório um novo teste de impacto (crash test), com bo­­necos que simulam pessoas. Atual­­mente, é exigido um teste de im­­pacto mais simples para avaliar os veículos lançados no mercado. Para os modelos em circulação, esse sistema passará a ser exigido a partir de 2014.