Bravo briga pela ‘divisão de acesso’

Para avançar na 'divisão de acesso' dos hatches médios, a Fiat lançou nesta semana a linha 2016 do Bravo, que ganhou um visual renovado e mais itens de série. Primeira reestilização desde a estreia no Brasil, em 2010, o modelo também recebeu uma nova versão: a BlackMotion, presente em outros veículos da marca, como o Punto. O carro parte dos R$ 61.990 para a configuração de entrada, a Essence; R$ 67.990 para a Sporting; R$ 68.990 para a BlackMotion; e R$ 78.490 para a T-Jet.

Com rivais bem-sucedidos, como o Ford Focus – líder de mercado, com 21.860 unidades vendidas no ano passado --, Chevrolet Cruze Sport6 e VW Golf, a fabricante italiana mira o topo da 'segunda divisão' do segmento, o que significa ultrapassar o quinto colocado, Hyundai i30, e tirar a quarta posição do ranking do Peugeot 308. E para conquistar esse objetivo, a arma usada será a relação custo-benefício.

Neste quesito, ocupa lugar de destaque o sistema de conectividade e entretenimento UConnect, presente em outras marcas do Grupo Fiat Chrysler (FCA), entre elas Jeep, Dodge, Chrysler e RAM. Conforme a montadora, todas as versões virão equipadas com o produto, que é acessado por meio de uma tela de 5" sensível ao toque. Além do rádio com entrada auxiliar e USB, o sistema possui conexão bluetooth, comando de voz para chamadas telefônicas e acesso às mídias, leitura e envio de SMS. De fábrica na configuração BlackMotion e opcional nas demais, a fabricante oferece ainda o kit UConnect Nav, que acrescenta sistema de navegação por GPS.

Por fora

As linhas do novo Bravo também passaram por mudanças. Na frente, as entradas de ar ganharam um desenho trapezoidal e a grade em formato de colmeia. Foi adicionada uma barra cromada em 'V' e novas molduras nos faróis de neblina. Já as linhas da traseira dão uma impressão maior de robustez. As lanternas receberam molduras pretas, há defletores de ar e spoiler. A logomarca foi ampliada e realocada para o centro do porta-malas. Além disso, cada versão terá rodas com desenhos exclusivos. A de entrada virá com um conjunto de aro 16, enquanto as demais terão 17 polegadas.

Na mecânica, porém, o hatch manteve as mesmas configurações da linha anterior. As versões Essence, Sporting e BlackMotion vêm equipadas com um motor 1.8, de 132 cv e 18,9 kgfm de torque às 2.250 rpm, associado a um câmbio de cinco marchas nas opções manual e automatizada Dualogic Plus. Por outro lado, a T-Jet possui um bloco 1.4 16V turbo, que desenvolve 152 cv e 23 kgfm às 3.000 rotações, apenas com transmissão manual de seis marchas.

Carro conquista pela 'beleza interior'

Ao bater os olhos no Bravo 2016, nota-se que ele teve poucas mudanças visuais no exterior. Mas é na cabine que o veículo chama a atenção do motorista. O material usado para o acabamento interno é bom e passa a impressão de sofisticação. Os bancos são confortáveis e a central multimídia com tela sensível ao toque é simples e intuitiva – além de ter um preço acessível para o consumidor, já que está presente desde a versão mais básica.

Já ao volante, o Bravo T-Jet, configuração mais esportiva com motor turbo, é esperto e apresenta uma aceleração rápida ao pisar no acelerador. Mas não espere dele um carro silencioso e com direção macia. O ruído do motor invade com frequência o habitáculo e o comportamento é agressivo no asfalto – principalmente quando acionado o modo overbooster, o que o torna mais arredio.

A versão BlackMotion, novidade da gama dos hatches, incorpora as atualizações do câmbio automatizado Dualogic presentes no Novo Uno. Assim como no modelo mais popular, a transmissão do Bravo corrigiu em grande parte os 'soluços' na troca de marchas observados na geração anterior, mas isso não significa que ele não apresente delays nesta operação.

Ao usar as aletas atrás do volante, a direção fica mais divertida, mas deixa a desejar em comparação com outros sistemas, como o de dupla embreagem. Mas, ao contrário do Uno, o modelo mantém a manopla de câmbio em vez dos botões – segundo a fabricante, para preservar a esportividade do modelo.

* O jornalista viajou a convite da Fiat