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Fique atento - Menos risco de lesões

Mesmo sem a exigência do uso da cadeirinha pelas leis de trânsito, os especialistas são unânimes a respeito da importância de seu uso. Para Alberto Sabbag, médico especialista da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), usar a cadeirinha é o único modo de prevenir acidentes com crianças no carro. Ele lembra que o equipamento reduz para 3% o risco de lesões numa eventual colisão. Segundo o especialista, no caso de acidente, a criança desprotegida pode ser lançada dentro do carro, causando fraturas múltiplas e até traumatismo. Segundo Alessandra Françóia, da ONG Criança Segura, os pais devem ficar atentos à qualidade do produto e seguir à risca o manual de instruções para sua instalação no carro.

Saiba mais

• O Código Nacional de Trânsito proíbe o transporte de crianças menores de dez anos no banco da frente.

• Abalado pela morte de uma de suas filhas num acidente de trânsito, o engenheiro polonês radicado nos Estados Unidos, Janusz Liberkowski, projetou uma cadeirinha em forma de esfera, que absorve o impacto de uma batida girando, protegendo a coluna e a cabeça da criança. Pelo protótipo batizado de Anecia Survival Safety (Anecia era o nome de sua filha), ele ganhou US$ 1 milhão no programa American Inventor. O engenheiro ainda conseguiu firmar parceria com a empresa Evenflo, que fabrica cadeirinhas, para testar e desenvolver o produto para comercialização. O preço estimado é de US$ 295 (R$ 558). Não existe previsão de venda no Brasil.

Apesar de ainda não ser obrigatório, já é possível comprar cadeirinhas infantis para carros com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que passará a ser exigido a partir de novembro. Segundo informações do órgão federal, oito assentos para crianças já receberam a certificação, de um total de 43 produtos comercializados no país. Destas empresas, quatro são nacionais (que produzem cadeirinhas com as marcas Galzerano, Lenox, Safe Kid e Tubline) e as demais são importadas (Infanti, K-Mart, Hi-Care e Nania). Estes fabricantes já receberam o selo do Inmetro, pois passaram por testes de segurança realizados pela Universidade de Campinas (Unicamp) há dois anos.

Vale lembrar que, em janeiro deste ano, o Inmetro publicou uma portaria que passa a exigir dos fabricantes de cadeirinhas a certificação do órgão para produção e comercialização do produto. Após entrar em vigor em novembro, os fabricantes e as lojas terão mais seis meses para venderem seus estoques e se adequarem à regra. Mas o próprio Inmetro reconhece que esse prazo deverá ser prorrogado já que, até o momento, apenas dois laboratórios certificadores estão em vias de receber o credenciamento para testar as cadeirinhas e, até novembro, provavelmente não terão condições de realizar a certificação. A assessoria do instituto diz ainda que o adiamento da resolução está em estudo e deverá ser divulgada nas próximas semanas.

Apesar do Código Nacional de Trânsito não exigir o uso da cadeirinha infantil nos carros, Alessandra Françóia, coordenadora regional da Criança Segura, organização não-governamental (ONG) que se dedica à segurança das crianças no trânsito, avalia que o fato da resolução do Inmetro ter sido aprovada antes de uma regulamentação da obrigatoriedade já é positivo. "Preferimos que se exija primeiro o selo, para garantir a qualidade dos produtos que apareçam no mercado, para não ocorrer como os kits de primeiros socorros que, logo que se tornaram obrigatórios, surgiram muitas marcas, algumas de baixa qualidade. Temos que garantir a segurança da criança", opina.

Alessandra ainda diz que considera o Código bastante deficitário, mas que existe uma disposição dos órgãos responsáveis para alterá-lo. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), há uma resolução em trâmite que especificará quais serão as exigências para o uso da cadeirinha e como deverá ser feita a fiscalização. Não existe previsão de quando a resolução entrará em vigor, mas estima-se, segundo o Denatran, que até o fim do ano o texto esteja pronto.

Bom exemplo

O designer Adílio Alves Santos é pai pela segunda vez. Seu filho Juliano, com apenas dois meses, conheceu a cadeirinha logo nos primeiros dias de vida. "Uso a cadeirinha desde que ele saiu da maternidade e não arrisco a andar sem, segurança pra mim é fundamental, sou até neurótico com isso", conta ele, que diz ter achado a instalação do acessório bastante simples e afirma ter seguido as recomendações do manual. Santos comenta que existe uma história triste na família de sua esposa, que perdeu um irmão ainda bebê num acidente de trânsito. "Naquela época não tinha esse tipo de equipamento, hoje tem e não se pode deixar de usar", afirma.

Ao longo da infância, Juliano ainda vai passear em outras cadeirinhas e o pai Adílio já se prepara. "Pretendo usar cadeirinha até ele ter tamanho suficiente pra usar cinto. A atual pode ser usada até uns dois anos, depois devo comprar um outro modelo", conclui.

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