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Custo é menor do que o automático
A grande vantagem do câmbio automatizado é o menor custo em relação ao automático, outra característica que permite a transmissão equipar modelos mais baratos. O engenheiro mecânico conta que não é difícil adaptar uma linha de montagem convencional para a produção de veículos com câmbio automatizado. E como a oferta de modelos com esse mecanismo está aumentando, com o crescimento do volume de produção, a tendência é que essa tecnologia fique mais acessível tanto para a compra quanto para a manutenção.
O câmbio automatizado, que já está presente em vários modelos, começa a despertar o interesse dos consumidores. Hoje uma grande parte dos carros da Volkswagen e da Fiat são comprados com este sistema, que nasceu em 1989 na Fórmula 1 e começou a ser utilizado em carros de passeio na Europa em 2000. No Brasil, apareceu inicialmente no Chevrolet Meriva em 2007.O sistema automatizado não é automático, nem manual. É um pouco dos dois, como um carro flex, que roda tanto com álcool quanto com gasolina e quem escolhe qual usar é o motorista. Quando a opção automatizada é selecionada, uma central eletrônica atua na embreagem e no câmbio. Por meio de sensores de velocidade e rotação do motor, essa central escolhe o melhor momento e efetua a troca das marchas por isso não há o pedal de embreagem. O condutor também pode fazer as mudanças manualmente, de forma sequencial, na própria alavanca. Nos câmbios automatizados há a opção de modo de condução mais esportivo, comum nos automáticos. Ao pressionar a tecla "S", as trocas de marchas passam a ser efetuadas em um giro mais alto e em um tempo menor, aproveitando melhor a potência do motor.O que muda de um sistema de uma marca para outra é basicamente o nome. A GM chama de Easytronic, a Fiat de Dualogic e a Volkswagen de ASG. "O conceito tecnológico do câmbio automatizado da Fiat e da Volkswagen é o mesmo, mas como há diferenças entre os modelos o sistema foi adaptado para cada marca", diz Eduardo Campos, engenheiro e gerente comercial da Magneti Marelli Power Train, fabricante de sistemas e componentes automotivos que desenvolveu a tecnologia para as duas marcas. Em relação ao Easytronic, a diferença é que o mecanismo, desenvolvido pela Luk, é elétrico enquanto o da Magneti Marelli é hidráulico.Trocas provocam trancoA principal desvantagem do câmbio automatizado são os trancos causados pela mudança de marcha. Isso porque, quando a marcha é trocada, a embreagem é acionada, causando uma perda de torque que logo depois é retomada quando o motor é novamente conectado à transmissão. Nos automáticos, o conversor de torque (sistema que liga a transmissão ao motor por meio hidráulico) evita o tranco. O engenheiro mecânico Cláudio Castro, membro da Comissão Técnica de Transmissão da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), conta que dependendo da calibração do câmbio automatizado esse tranco pode ser mais ou menos sentido. A Volkswagen, com o I-Motion, conseguiu reduzir esse efeito modificando a relação das marchas.
Mas, de acordo com Cláudio, o câmbio automatizado tem uma série de vantagens. Como ele é montado a partir de um câmbio convencional, é mais leve: enquanto este está cerca de 8 kg acima do câmbio manual, o automático chega a pesar 50 kg a mais. Outra característica é que, enquanto a transmissão automática consome potência do motor, no automatizado a perda do desempenho é menor. Por isso, esse câmbio pode ser adotado em veículos com motorizações de baixa cilindrada.
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