A Fenatran marca o início de uma nova era para a Scania. A fabricante abriu a pré-venda de caminhões movidos a GNV (gás natural veicular), GNL (gás natural liquefeito) e biometano, como alternativas ao diesel. As primeiras entregas ocorrem em abril de 2020.
De acordo com a montadora, clientes já realizam testes com os modelos R410 e a linha XT, equipadas com motorizações inéditas na América Latina e têm registrado 15%, e até mais, de economia de combustível em comparação a similares a diesel.
Na mostra paulistana há duas unidades do R 410 6x2, uma a GNV e o outro 100% GNL. Ambos também podem ser abastecidos com gás biometano.
Segundo a Scania o valor do veículo é cerca de 35% maior com a nova tecnologia comparado ao modelo a diesel, mas garante que essa diferença se paga num período de até três anos, justamente com a redução no gastos de combustível.
Considerando que um caminhão tem uma vida útil média de 7 anos, será possível alcançar rentabilidade nos quatro anos restantes, explica Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania. Hoje, o P340 6x2 turbodiesel custa cerca de R$ 400 mil.
"Não é conversão. Eles têm garantia de fábrica e tecnologia confiável. Têm desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de serem 20% mais silenciosos que os modelos convencionais”, conta o executivo.
Além disso entregam a mesma performance no desempenho. São 410 cv e 1.100 a 1.200 quilômetros de autonomia. Já em relação a emissões de CO2, a redução pode chegar a até 15% comparado ao óleo combustível.
A opção de abastecer também com biometano - isolado ou misturado aos outros gases - pode representar um ganhar ainda maior, na visão da montadora. O metro cúbico gira em torno de R$ 1,30 e produz energia similar a um litro de diesel.
Alguns clientes desse tipo de veículo são usinas e empresas do setor de sucos, que podem produzir o próprio combustível a partir de biomassas como o bagaço da cana e outros resíduos, e também por meio do lixo dos aterros sanitários.
A montadora informa que a troca de diesel por gás é uma solução sustentável que tem sido cada vez mais procurada tanto para o mercado automotivo como industrial.
"Em 2019, os pedidos já aumentaram aproximadamente 40%. Os motores apresentam o mesmo rendimento dos similares movidos a diesel, mas com o importante componente de sustentabilidade e energia limpa. Com biogás, a redução de emissões de CO2 pode atingir até 90%”, afirma Celso Mendonça, gerente de Vendas de Motores Industriais da Scania no Brasil.
Nova geração impactam nas vendas
A Scania aproveita a Fenatran para a exibir a nova geração de caminhões, lançada em outubro do ano passado e que levou o título de "Caminhão do Ano", na versão latino-americana do prêmio "Truck of de Year".
Ela foi a responsável por elevar em 74,1% o volume de emplacamentos da marca sueca nos primeiros nove meses de 2019 (foram 9.599 unidades contra 5.515 no mesmo período de 2018).
A montadora também registrou um crescimento acima do verificado no mercado, contabilizando 74,1% ante 60,9% do segmento de pesado, e 61,3% contra 51,6% os veículos acima de 16 toneladas.
Entre as novidades estão a nova opção de motor de 7 litros e câmbio de 14 velocidades para o P 280 6x2. O modelo possui suspensão traseira a ar, freio de estacionamento eletrônico e cabine estendida na cor azul Ultramarino.
E para comemorar os ótimos números de vendas em 2019, a montadora lança na Fenatran a série especial Vintage, com o antigo logotipo Scania Vabis. A cabine exibe a pintura Black Magic com adesivos dourados no alto da cabine, nas portas e nas saias laterais.
A modelo que serviu de base é o R 450 6x2, atual campeão de vendas da Scania e o segundo modelo mais vendido no setor de pesados. Ele é equipado com motor de 13 litros, com 450 cv e 239,7 kgfm de torque.
*O jornalista viajou a convite da Anfavea
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast