O câmbio automático deixou de ser uma tendência e virou realidade nos carros vendidos no Brasil. Em 2018, 49% dos modelos zero km saíram das concessionárias sem o pedal de embreagem, segundo o estudo da empresa paulista Bright Consulting.
Para 2019 a pesquisa projeta uma virada dos veículos automáticos e automatizados, vendendo mais que as opções manuais, com a procura crescendo rapidamente ao longo da próxima década.
De acordo com o levantamento, a presença cada vez maior das transmissões que dispensa a troca de marchas segue a mesma necessidade do ar-condicionado, outrora um item de luxo, mas que equipou 98% dos carros nacionais emplacados no ano passado.
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É o mesmo caso da direção hidráulica ou elétrica, outro recurso que tornou-se indispensável para o motorista desde os automóveis mais acessíveis.
“O Brasil está passando por uma mudança no perfil do consumidor. Hoje são pessoas extremamente conectadas, que adotam facilidades e conveniência no seu dia a dia”, salienta Paulo Cardamone, CEO da Bright Consulting.
Confira os 10 modelos automáticos mais baratos no Brasil
O Ford Ka e o Volkswagen Gol são bons exemplos de que a cabeça do consumidor mudou e que o conforto na dirigibilidade virou fator de compra na hora da escolha, assim como o ar-condicionado e o sistema multimídia.
Ambos se renderam ao câmbio automático somente no ano passado, enquanto que os rivais já ofereciam em seu portfólio, casos de Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Toyota Etios e Nissan March.
O impacto nas vendas foi nítida, com o Ka desbancando o HB20 no posto de segundo carro mais emplacado no país - durante muito tempo ele 'amargou’ a terceira colocação.
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Já o veterano Gol, mesmo com a forte concorrência, conseguiu se manter entre os cinco veículos mais licenciados em 2018.
“O resultado nas vendas de Gol e Voyage após a entrada da versão automática foi positiva. Atingimos um cliente que não abre mão desta característica”, diz Rodrigo Purchio, gerente de Marketing do Produto da Volkswagen do Brasil.
Ele conta que há muitos clientes que vão até loja atrás do modelo manual, mas acabam conhecendo o automático e se convertendo no momento da compra, principalmente ao perceberem o custo-benefício e o conforto ao dirigir.
“A tecnologia começa a ficar viável cada vez mais em veículos com preço de entrada menor. Os compactos são os últimos a terem um volume mais expressivo neste segmento e, por isso, foi natural que Gol e Voyage entrassem na onda do automático”, ressalta o executivo.
Nos compactos premium ou veículos maiores, as vendas das versões automáticas já dominam o mercado. “Hoje, 74% do nosso portfólio é ofertado com esse tipo de transmissão", informa.
A tendência é que a caixa mecânica fique restrita às configurações de entrada e alguns modelos esportivos, que têm a troca manual na sua essência.
Câmbio | Automático/ automatizado | Manual |
2015 | 34,4% | 65,5% |
2016 | 38,0% | 62,0% |
2017 | 42,6% | 57,4% |
2018 | 48,7% | 51,4% |
Fonte: Bright Consulting |
Em alguns mercados desenvolvidos, como EUA e Japão, o índice de automático ou automatizados chega a quase 100%. “É uma questão cultural, construída ao logo dos anos. Achar um motorista no mercado americano que dirija com câmbio mecânico é difícil”, frisa Cardamone, da Bright Consulting.
Segundo um monitoramento de mercado feito pela Volkswagen, a crescente procura por automóveis que possibilitam descansar o pé esquerdo é reflexo do aumento no trânsito nas cidades e do tempo cada vez maior que a pessoa passa dirigindo, além de o cliente enxergar como uma tecnologia mais amigável.
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No passado recente o câmbio automático era uma solução encontrada apenas em veículos de luxo, e, portanto, o consumidor ainda tinha a percepção de que se tratava de um recurso caro. “O custo para ter um veículo automático era um absurdo. Hoje está bem mais acessível, com uma diferença muito pequena em relação à versão manual", pontua Cardamone.
Em relação ao consumo, que também afastava o cliente do automático, o gerente de Produto da Volks afirma que isso já não existe mais, pois os câmbios estão mais modernos, leves e eficazes.
Para ele, hoje o gasto de combustível está muito ligado ao perfil do motorista e ao regime de condução. “A diferença nos dados de consumo de um veículo manual para o automático é extremamente pequena, quase imperceptível”, garante.
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SAIBA MAIS
- Consumo: a presença da injeção eletrônica reduziu o gasto maior de combustível no veículo automático. A transmissão do tipo CVT, inclusive, chega a ser mais eficiente no consumo em relação à manual.
- Desempenho: boa parte das caixas automáticas ou automatizadas costuma oferecer modo esportivo (identificado pela letra ‘S’) para “esticar mais o motor”. Além disso, conseguem entregar torque e potência mesmo em baixas rotações.
Alguns modelos trazem a opção sequencial, na qual o condutor pode “subir e descer” marcha manualmente no momento que quiser. É “+ e -” do câmbio ou as borboletas localizadas atrás do volante - Prevenção: A durabilidade da transmissão automática está diretamente ligada ao cuidado que o motorista dispensa ao veículo.Veja com atenção aos prazos de troca do fluido hidráulico e filtro. Quanto mais perfeita estiver a lubrificação, menor será o desgaste.
A seguir, listamos os modelos mais baratos no Brasil equipados com o câmbio automático. Deixamos de fora as opções automatizadas Dualogic Plus (Fiat), i-Motion (Volkswagen) e Easy’R (Renault), que possuem uma embreagem robotizada, apesar de não existir o pedal. Tal tecnologia ainda não é tão confortável no uso diário quanto a automática, mesmo oferecendo preços mais convidativos.
1.º CHEVROLET ONIX ADVANTAGE
Motor: 1.4, de 98/ 106 cv e 12,9/ 13,9 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas.
Consumo cidade: 7,9/ 11,6 km/l (e/g)
Consumo estrada: 9,7/ 14,0 km/l (e/g)
Porta-malas: 280 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; sistema de som com bluetooth; vidros (dianteiros), retrovisores e travas elétricas; painel digital; regulagens de altura do banco, volante e do cinto; isofix; alertas de baixa pressão dos pneus, faróis acesos e mudança de marcha; e porta-malas com abertura elétrica no painel e pela chave.
2.º TOYOTA ETIOS X
Motor: 1.3, de 88/ 98 cv e 12,5/ 13,0 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 4 marchas
Consumo cidade: 8,2/ 11,8 km/l (etanol/ gasolina)
Consumo estrada: 9,2/ 13,3 km/l (e/g)
Porta-malas: 270 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; controle de estabilidade e de tração; assistente de partida em subida; trio elétrico; quadro de instrumentos digital; Isofix; chave com abertura e fechamentos das portas; computador de bordo; alarme de portas abertas e faróis acesos; e descansa braços no assento do motorista.
3.º VOLKSWAGEN GOL
Motor: 1.6, de 110/ 120 cv e 15,8/ 16,8 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas
Consumo na cidade: 7,7/ 11,1 km/l (e/g)
Consumo na estrada: 9,6/ 13,6 km/l (e/g)
Porta-malas: 285 l
Principais itens
Direção hidráulica; ar-condicionado; suporte para celular integrado ao painel com entrada USB (exclusivo no segmento); vidros dianteiros e trava elétricos; regulagens de altura do banco do motorista.
4.º FORD KA SE
Motor: 1.5, de 128/ 136 cv e 15,6/ 16,1 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas.
Consumo cidade: 7,8/ 11,0 km/l (e/g)
Consumo estrada: 10,1/ 14,2 km/l (e/g)
Porta-malas: 257 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; computador de bordo; piloto automático; vidros elétricos dianteiros; sistema de som com comando de voz; e porta-celular no painel com entrada USB para carregamento.
5.º NISSAN MARCH SV
Motor: 1.6, de 111 cv e 15,1 kgfm
Câmbio: CVT
Consumo cidade: 7,8/ 11,7 km/l (e/g)
Consumo estrada: 9,8/ 14,5 km/l (e/g)
Porta-malas: 265 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; faróis de neblina; rodas de liga aro 15; volante multifuncional; trio elétrico; computador de bordo; alarme de faróis acesos; chave com abertura e fechamento das portas; e som com CD/ AUX/ bluetooth.
6.º TOYOTA ETIOS SEDÃ X
Motor: 1.5 cv, de 102/ 107 cv e 14,3/ 14,7 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 4 marchas.
Consumo cidade: 8,4/ 12,2 km/l (e/g)
Consumo estrada: 10,4/ 14,9 km/l (e/g)
Porta-malas: 562 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; trio elétrico; controles de estabilidade e de tração; assistente de partida em subida; quadro de instrumentos digital; Isofix; chave com telecomando; computador de bordo; alarme de portas abertas e faróis acesos; cinto traseiro laterais e central de três pontos; e descansa braços no assento do motorista.
HYUNDAI HB20 COMFORT PLUS
Motor: 1.6, de 122/ 128 cv e 16,0/ 16,5 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas
Consumo cidade: 7,1/ 9,9 km/l (e/g)
Consumo estrada: 9,4/ 12,5 km/l (e/g)
Porta-malas: 300 l
Principais itens
Direção hidráulica; ar-condicionado; sistema de som com bluetooth; isofix; retrovisores elétricos; volante multifuncional; computador de bordo; chave com abertura e fechamento automático das portas; e descansa braço do motorista.
8.º CITROËN C3 ATTRACTION
Motor: 1.6, de 115/ 118 cv e 16,1 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas.
Consumo cidade: 7,6/ 10,9 km/l (e/g)
Consumo estrada: 9,3/ 13,2 km/l (e/g)
Porta-malas: 300 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado digital; computador de bordo; vidros elétricos; luz diurna em led porta-luvas refrigerado; faróis de neblina; e central multimídia com tela de 7” e conexão para celular.
9.º FORD KA SEDAN SE
Motor: 1.5, de 128/ 136 cv e 15,6/ 16,1 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas.
Consumo cidade: 7,8/ 11,0 km/l (e/g)
Consumo estrada: 10,1/ 14,2 km/l (e/g)
Porta-malas: 445 l
Principais itens
Direção elétrica; ar-condicionado; computador de bordo; piloto automático; vidros elétricos dianteiros; sistema de som com comando de voz; e porta-celular no painel com entrada USB para carregamento.
10.º VOLKSWAGEN VOYAGE
Motor: 1.6, de 110/ 120 cv e 15,8/ 16,8 kgfm (g/e)
Câmbio: automático de 6 marchas
Consumo na cidade: 8,0/ 11,6 km/l (e/g)
Consumo na estrada: 10,1/ 14,3 km/l (e/g)
Porta-malas: 480 l
Principais itens
Direção hidráulica; ar-condicionado; suporte para celular integrado ao painel com entrada USB (exclusivo no segmento); vidros dianteiros e trava elétricos; e regulagens de altura do banco do motorista.
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