O carro elétrico está se aproximando cada vez mais da realidade diária do motorista – até mesmo no Brasil. No Salão do Automóvel de São Paulo 2018, nada menos que três modelos da categoria foram lançados para o mercado nacional, em apenas um dia.
Essa nova tecnologia traz a promessa da eficiência e da economia para o condutor preocupado com os altos preços dos combustíveis ou com a poluição atmosférica gerada pelos motores a combustão. Enquanto isso, governos criam políticas para inseri-lo no mercado, tentando arcar com o que ainda é um custo elevado comparado a outros tipos de carro.
>> JAC anuncia carro elétrico mais barato no Brasil, picape e SUV de 7 lugares
Em meio a esse cenário, muitas dúvidas podem surgir com relação ao uso do carro elétrico. A especialista na categoria Vicky Parrott, do site inglês Driving Electric, compilou as perguntas mais comuns com relação a esse tipo de automóvel.
Variando desde as mais previsíveis até as mais bizarras, elas assombram a maior parte do público interessado, e uma delas pode ser sua também.
>> Conheça o carro 100% elétrico para fugir dos postos e vendido a preço ‘popular’
Confira as respostas que Parrott dá às 10 dúvidas mais comuns sobre o carro elétrico:
1. O que acontece se meu carro elétrico for atingido por um raio?
Existem fusíveis de proteção que vão impedir que ocorram danos ao carro ou à bateria no evento improvável de ele ser atingido por um raio.
Assim como com qualquer outro carro, o raio vai passar pela ‘gaiola’ da carroceria e por ela atingir o solo. Se você estiver carregando o carro no momento em que ele for atingido, é possível que ocorra uma sobretensão de energia que poderia causar danos, tanto ao carregador quanto aos circuitos internos do carro.
O dono de um Tesla reportou uma mensagem de erro aparecendo no painel de instrumentos do veículo depois que ele foi atingido por um raio enquanto era carregado, mas não ocorreram danos graves.
>> Gazeta responde às dúvidas mais comuns no uso da cadeirinha infantil
2. Posso lavar um carro carro elétrico em um lava-jato?
Essa é uma preocupação surpreendentemente comum. Claro, é completamente seguro, graças ao ‘teste de encharcamento’ que fabricantes fazem com todo tipo de carro.
Ele replica as condições de uma chuva pesada com alagamento, para garantir que o carro está totalmente vedado. Você pode lavar um carro elétrico com todos os métodos usados para qualquer outro carro.
3. Carros elétricos precisam de pneus especiais?
Algumas pessoas se preocupam, pensando que precisam de pneus ecológicos especiais, e é claro que carros elétricos, geralmente, vêm com pneus com menor resistência à rodagem.
Mas vocês não têm que voltar a mesma concessionária para comprar um jogo novo, você pode procurar por outras opções, da mesma forma que com qualquer outro carro.
4. Posso recarregar um carro elétrico enquanto estiver chovendo?
A resposta é sim. Apenas tome as mesmas precauções que com qualquer outro equipamento elétricos. Ou seja, evite que a chuva caia diretamente sobre o conector ou a porta de recarga.
Pontos de recarga dedicados, caseiros ou públicos, são projetados para serem à prova de água, assim como a porta de recarga do carro. Então é perfeitamente seguro deixar seu carro carregando na chuva.
>> IPVA 2019: confira as datas para o pagamento
5. Qual é a distância típica entre dois pontos de recarga?
Na Inglaterra, a distância média entre pontos de recarga é surpreendentemente baixa, de apenas 4 milhas (6,4 quilômetros). Claro, pontos de recarga não estão distribuídos igualmente em todo o Reino Unido, o que significa distâncias maiores em algumas áreas..
No Brasil, essas distâncias são maiores, já que ainda não existe uma infraestrutura completa para a recarga de elétricos. Ainda assim, algumas vias e estradas já oferecem cobertura de carregamento para longos trechos
6. Tem como transformar o som de um carro elétrico no som de outro carro – como um Lamborghini?
Devido aos carros elétricos serem tão silenciosos, especialmente em baixas velocidades, novas regras vão passar a valer no ano que vem [na Inglaterra] para garantir que pedestres e deficientes visuais possam ouvi-los.
Um padrão foi desenvolvido, e prevê que um entre diversos sons não intrusivos serão emitidos em velocidades mais baixas, quando o barulho de um carro elétrico passando for baixo demais para ser notado.
Mas os únicos sons permitidos são limitados a uma mistura de ‘sons tonais e ruído branco’, similar a um motor comum. Então, não. Infelizmente, você não será capaz de dar ao seu carro elétrico uma trilha sonora de supercarro.
7. Como a velocidade afeta a autonomia?
Carros elétricos são lendários por sua aceleração e recentemente a Audi apresentou um modelo que irá de 0 a 100 km/h em 2 segundos. E sim, acelerar muito gasta mais energia do que se você dirigir mais regularmente.
Isso é parte da razão pela qual existe uma diferença entre a autonomia máxima que você vê nos materiais informativos dos fabricantes, e os números relativos ao uso no ‘mundo real’.
Mas isso não é só porque o motor usa, naturalmente, mais energia para manter 110 km/h em comparação a 50 km/h, por exemplo.
Alguns testes revelaram que, de fato, a aceleração forte e frequente desperdiça energia, se comparada a alcançar a velocidade desejada aos poucos. Se você insistir em pisar fundo em toda arrancada, espere uma diminuição de 20% na autonomia durante a jornada.
8. A bateria vai ficar viciada?
Estamos todos acostumados com baterias recarregáveis, como as de telefones celulares, ficando ‘viciadas’ com o tempo. Isso ocorre porque todas as baterias perdem capacidade quanto mais vezes são carregadas e descarregadas – o que é conhecido como um ‘ciclo’ – incluindo as que você encontra em carros elétricos e híbridos.
As evidências, até agora, mostram que a deterioração é muito lenta, então mesmo depois de 161 mil km ou mais, provavelmente, você ainda vai ter pelo menos 75% da performance original da bateria.
Alguns fabricantes também oferecem garantia para substituir as baterias se elas caírem abaixo de um certo nível de capacidade dentro de um dado período, e também há guias de melhores práticas para manter a performance da sua bateria, incluindo não deixar ela descarregar completamente.
Claro, se você estiver comprando um carro elétrico usado, vale a pena pedir para ver o carro completamente carregado. Assim, você poderá ver qual é a sua autonomia máxima estimada. Mesmo assim, carros elétricos já estão se mostrando mais confiáveis – com baterias e tudo – do que carros muito mais complexos com motores a combustão.
9. Posso rebocar um trailer com um carro elétrico?
Você pode – mas você ficará limitado na hora de escolher o modelo do carro, se isso for importante para você. Isso não é porque carros elétricos não são indicados para reboque, é porque os fabricantes não costumam certificá-los para isso. Tudo tem a ver com o peso combinado do veículo e do que quer que esteja sendo rebocado.
Carros elétricos tendem a ser mais pesados que modelos comuns por causa dos grandes pacotes de baterias, então o peso combinado do carro e do reboque afetaria a eficiência dos freios.
Mas a história é diferente para carros do tipo híbrido plug-in. Nesse caso, há uma muitas opções de modelo de fabricantes como Mitsubishi, Volvo e Audi que podem levar um reboque
10. Você pode fazer uma ‘chupeta’ em um carro elétrico?
Você pode fazer um carro híbrido plug-in ou um híbrido comum funcionar com uma ‘chupeta‘, mas um carro elétrico não, ele deve ser recarregado. Talvez você consiga conectar os cabos na bateria de 12V de um carro elétrico para alimentar alguns sistemas elétricos, como telas e computadores. Mas isso não vai fazer o carro andar se ele estiver sem energia.
Também pode ser interessante mencionar que muitos fabricantes recomendam que você não faça ‘chupeta’ em um carro usando um veículo híbrido ou elétrico como fonte, então cheque o manual antes de tentar conectar os cabos.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast