Um estudo elaborado pela CSA Research, instituto francês de marketing e pesquisas de opinião, encomendado pela Citroën, constatou que passamos, em média, 4 anos e 11 meses de nossas vidas dentro de um automóvel.
É um período de tempo que muitas vezes faz falta no corre-corre diário e que poderia ser melhor aproveitado, e não somente para o transporte de um ponto a outro.
E será. A evolução da indústria automotiva está prestes a mudar o conceito de veículo como mero meio de locomoção. O desenvolvimento da direção autônoma trará um futuro onde os carros passarão a ser ambientes de convivência humana, como sala de estar, escritório e área de lazer.
Assim o motorista vira mais um ocupante do veículo, podendo aproveitar o tempo do trajeto para fazer outras coisas, como trabalhar ou relaxar, sem se preocupar com a estrada.
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Na 67.ª edição do Salão de Automóvel de Frankfurt (IAA), que chegou ao fim no domingo passado (24), pudemos vislumbrar como será a vida a bordo sem a figura do condutor. Algumas montadoras do planeta exibiram com destaque projetos de ‘carros sem motorista’.
O que se viu na maior feira no mundo foram conceitos com interiores fascinantes, que apresentam uma nova experiência dentro do veículo. Bancos dianteiros que podem ser girados em 180 graus para interagir com as pessoas nos assentos de atrás; janelas que se transformam em tela de computador ou de tevê; e tabletes à disposição para o trabalho e a diversão.
Caso a intenção seja apenas dormir, o sono poderá vir embalado pelo movimento do carro que trafega a um destino previamente definido.
“A forma como utilizamos os automóveis irá mudar. Repletos de tecnologias, eles se tornarão um espaço interativo e personalizado, que liga passageiros a outros carros, pessoas e objetos que os rodeiam”, destacaou Thierry Bollore, vice-presidente da Renault. A marca francesa expõe o Symbioz, um dos modelos mais adaptados a essa nova visão modal.
As inovações também farão com que as pessoas deleguem tarefas cotidianas ao veículo sem que tenham de sair de casa ou do trabalho. Se o automóvel andará sozinho, ele poderá ir até a padaria para buscar um pãozinho ou então levar os filhos à escola.
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Também não será necessário parar no posto para abastecer, uma vez que por serem elétricos permitirão o carregamento no modo sem fio durante o estacionamento, por exemplo. “A proposta dos carros autônomos é oferecer experiência. O motorista poderá fazer outras coisas ou agilizar algum assunto, enquanto seu carro se moverá sozinho”, diz Johannes Roscheck, CEO da Audi no Brasil.
Sem contar outras soluções interessantes como a busca por uma vaga no estacionamento e, principalmente, a eliminação do risco de acidentes, já que os automóveis estarão conectados entre si por sensores e poderão manter uma velocidade média e uma distância do tráfego em volta. Condição que pode evitar ainda o para e anda dos grandes centros, reduzindo assim os congestionamentos.
Quando veremos tudo isso?
Protótipos de carros autonômos já estão sendo testados em rodovias, oferecendo maior conforto para os ocupantes e o mais alto nível de segurança a todos os usuários da estrada. Mas quando a tecnologia estará disponível nas lojas?
Atualmente, muitos modelos já vêm equipados com sistemas de condução semiautônoma, que reduzem a a ação do motorista em muitas situações. São dispositivos que alertam e evitam uma colisão; conduzem o veículo automaticamente, freando e acelerando sozinho conforme o ritmo do trânsito; estacionam em vagas sem que o condutor coloque as mãos no volante; tomam medidas evasivas em uma emergência; entre outros.
Entre os modelos que possum a tecnologia mais avançada no segmento estão Audi A8, Tesla Model S, BMW Serie 7 e Volvo XC90.
Contudo, ainda há muito a ser desenvolvido para que possamos colocar os pés para cima e apreciar a paisagem durante a viagem. É necessário coordenar um trânsito de velocidades elevadas e situações complexas; viabilizar a comunicação de um veículo com o outro; e criar uma infra-estrutura em tempo real para atender a tecnologia autônoma. Além, é claro, desenvolver uma legislação com regras seguras para a circulação dos veículos sem motoristas.
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A maioria das fabricantes fala de carro autônomo nas ruas até 2020, porém a condução livre extrema, com todo o conforto e segurança que ela posso oferecer conforme citados acima, talvez só vire realidade a partir da metade da década seguinte.
Certo é que com os poderosos smartphones, sistemas de entretenimento e um número cada vez maior de soluções de software inteligentes, os automóveis assumirão o papel de companheiros digitais. Aprenderão nossos gostos e anseios; terão capacidade de pensar e antecipar situações; estarão inseridos em nossa rede social e no meio ambiente; e a nós caberá apenas controlá-los por meio de gestos e comandos de voz.
Audi Aicon
O conceito não possui volante, nem pedais. É impulsionado por quatro motores elétricos (um em cada roda) e à prova de acidentes, por isso dispensa cintos de segurança.
O projeto é um modelo autônomo de nível 5, a classificação mais completa na qual o veículo oferece total capacidade em se autoconduzir, sem a necessidade de um humano em seu interior.
Renault Symbioz
O estudo da marca francesa antecipa a simbiose que existirá entre automóveis, casas, cidades e infraestruturas rodoviárias. No salão, a empresa exibiu o projeto de uma casa que se comunica com o veículo. Aliás, a bateria do Symbioz é reaproveitada para abastecer a rede doméstica. E vice-versa.
O habitáculo permite que os ocupantes desfrutem de uma experiência como se estivesse em casa, quando o sistema de condução autônoma esta em ação.
Volkswagen I.D. Buzz
A saudosa Kombi ganhou uma releitura 100% elétrica e autônoma. A van entrará em produção na virada da década. Por dentro, o ambiente é clean, com ausências de botões. Tudo é acionado pelo toque das mãos.
O volante está ali caso alguém deseje assumir o comando, desabilitando o modo autônomo. Escamoteável, ele fica recolhido no painel quando não utilizado. O banco da frente gira, permitindo a interação com os demais ocupantes e criando um ambiente de sala de estar com direito a mesinha central.
Volkswagen Sedric
A Volkswagen também mostrou o conceito não tripulado capaz de transportar até quatro pessoas e sua bagagem, sendo uma espécie de robô-táxi. Segundo a marca, o Sedric proporcionará uma “enorme contribuição social”, pois ajudará os mais velhos e pessoas incapacitadas a se deslocarem sem depender de um condutor.
No interior, os bancos estão posicionados frente a frente, ao estilo dos taxis britânicos, com a opção de dobrá-los para ampliar o espaço para a bagagem.
Os níveis da tecnologia autônoma:
- Nível 1: quando o carro tem funções específicas autônomas, mas o motorista precisa manter as mãos no volante para reassumir o controle caso necessário.
- Nível 2: quando o motorista não precisa estar com as mãos no volante para conduzir o carro. Há pelo menos duas funções de controle primárias que trabalham juntas. Modelos da Tesla, por exemplo, oferecem esse nível de autonomia.
- Nível 3: o veículo consegue dirigir e operar as funções básicas para a condução autônoma.
- Nível 4: o motorista não precisar interagir com o veículo para que o mesmo possa trafegar. Ele, então, pode realizar outras tarefas, como ler um livro ou mexer no celular. O ideal, porém, é que se tenha alguém no banco do passageiro para uma eventualidade.
- Nível 5: o carro tem a capacidade total de se auto conduzir, sem que ninguém esteja em seu interior.
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