Depois de sete anos de ascenção no mercado nacional, as vendas de carros flex sofreram retração em 2011. O emplacamento de modelos com motor bicombustível caiu 1% para 2,84 milhões de unidades na comparação com 2010. Naquele ano os veículos da categoria alcançaram recorde com 2,87 milhões de veículos.
O tombo dos carros flex no ano passado não foi registrado apenas em número de vendas, mas também em market share. Os automóveis e comerciais leves movidos a gasolina e a etanol perderam 3 pontos porcentuais no mercado e passaram a responder por 83% das vendas.
Segundo a Associação dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) esta desaceleração nas vendas de modelos da categoria ao longo do ano, foram em razão das medidas adotadas pelo governo para desacequecer a economia. As regras mais rígidas para a liberação de crédito frearam a compra de automóveis de entrada e estimularam a aquisição de modelos de categorias superiores, com motores a gasolina ou a diesel. Apesar de não ter sido mencionado pela associação, outro motivo para a transformação é o crescimento da venda de carros importados. No ano passado, 23,6% dos veículos licenciados não foram produzidos no Brasil. Boa parte das 858 mil unidades importadas já chegam ao mercado local com propulsor flex. Ainda assim, há novos players no mercado que ainda não oferecem a tecnologia, principalmente os asiáticos. Houve também crescimento das vendas de automóveis importados premium, sem motores flexíveis.
A mudança no perfil de consumo fica mais nítida quando avaliada as cilindradas dos carros vendidos em 2011. A participação de modelos 1.0 caiu de 50,8% em 2010 para 45,2% no ano passado. Enquanto isso, a presença de automóveis novos entre 1.0 e 2.0 cresceu de 48% para 53,2%. Já o market share dos veículos com motores acima de 2.0 aumentou de 1,2% para 1,5% no ano passado.
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