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  • Com muita paciência o rapaz me ofereceu / Um carro todo velho que por lá apareceu / Enquanto o Cadillac consertava eu usava / O calhambeque, bip, bip, quero buzinar o calhambeque.
  • Fuscão preto você é feito de aço / Fez o meu peito em pedaço / E também aprendeu matar / Fuscão preto com o seu ronco maldito / Meu castelo tão bonito / Você fez desmoronar...
  • Minha Brasília amarela / Tá de portas abertas / Pra mode a gente se amar / Pelados em Santos.
  • De Land Rover é fácil, é mole, é lindo / Quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino... / Motor 1.6, bebendo igual um pagodinho / Peguei da firma e os donos nem sabem que eu to curtindo / Corneta tá torando, grave empurrando tudo / Twitter balanceado, as menina chegando junto.
  • Agora eu fiquei doce igual caramelo / Tô tirando onda de Camaro amarelo / Agora você diz:
  • Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio / Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho / Com números do lado, dentro dois ou três tarados / Assassinos armados, uniformizados / Veraneio vascaína vem dobrando a esquina.

Tudo começou com o "O Calhambeque" do ainda roqueiro com pinta de rebelde Roberto Carlos. A música feita na década de 1960 contava a história de um rapaz que levou o seu Cadillac ao conserto e, para não ficar a pé, recebeu da oficina um calhambeque. No início, o rapaz se sentia envergonhado por dirigir um carro "antiquado", mas os "brotinhos" ficaram encantados com o modelo. O rapaz passou então a curtir o seu "carango" e acabou trocando seu Cadillac pelo calhambeque, bip, bip.

A partir daí, usar o automóvel como tema de música, ou inserida nela, passou a virar sinônimo de sucesso garantido. Fuscão Preto é outro clássico no qual o carro é o personagem central. Taxada de brega, ela fala de uma grande desilusão amorosa ao testemunhar o maldito momento em que a mulher amada foge com outro dentro de um Fusca de cor preta. A canção foi um sucesso estrondoso em 1982 na voz de Almir Rogério e acabou até virando filme no ano seguinte, com a participação de Xuxa.

Em 1986, o grupo Capital Inicial regravou uma das letras da banda Aborto Elétrico, lançada em 1978: a música Veraneio Vascaína, que fala sobre a Chevrolet Veraneio que era usada pela polícia na época. Ela era pintada nas cores branca, preta, cinza e vermelha, por acaso as mesmas do brasão do clube Vasco da Gama. O tema da letra, uma crítica à polícia, levou o primeiro disco do Capital Inicial a ter sua venda proibida para menores de 18 anos.

Em 1995, foi a vez da "Bra­­sília amarela com rodas gaúchas" ser entoada pelo país inteiro. A música "Pelados em Santos", o maior hit dos irreverentes Mamonas Assassinas, é garantia de diversão, principalmente no clipe bem-humorado onde o modelo da Volks rouba a cena.

Recentemente, outros carros alcançaram as paradas de sucesso. Mesmo quem tampa os ouvidos diante do estilo sertanejo universitário conhece o refrão "Agora eu fiquei doce igual caramelo. Tô tirando onda de Camaro amarelo". A letra gravada pela dupla Munhoz e Mariano foi parar na novela " das oito" Avenida Brasil, exibida pela RPCTV. Isso contribuiu ainda mais para música "grudar que nem chiclete", como define a expressão popular para algo que não sai da cabeça.

Nesta mesma linha, o sertanejo Gabriel Gava canta "Fiorino", no qual aproveita o compartimento de carga traseiro do minifurgão da Fiat para instalar um colchonete e lá receber as suas conquistas amorosas. "De Land Rover é fácil, é mole, é lindo. Quero ver jogar a gata no fundo da Fiorino", desafia.

E essa mania não é só brasileira. Já em 1971 a cantora norte-americana Janis Joplin lançou a música Mercedes, na qual fala "Deus, você pode me comprar uma Mercedes? Todos os meus amigos dirigem Porsches e eu preciso compensar."

No ritmo automotivo

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