A paixão por carro na família Giraldi sempre se resumiu ao Chevette. Foram vários modelos, de diferentes cores e anos, que se revezavam na garagem do casal Dinarte e Natália e de suas filhas Virgínia e Susana. Um deles, o modelo 1.6 SL Automatic, de cor bege, adquirido zero-quilômetro em 1986, fez história por ser um dos primeiros com câmbio automático a rodar pelas ruas de Curitiba.

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"Até hoje atrai curiosos a cada parada no posto de gasolina. É tratado como relíquia", ressalta Virgínia Giraldi, empresária de 39 anos e filha mais nova do casal. Ela conta que a escolha por este tipo de transmissão se deu devido a um problema físico no braço direito de sua irmã Susana, que dificultava a troca de marchas. "Naquele época era raro o veículo que trazia o equipamento, por isso a saída foi comprar um sob encomenda, direto da fábrica", ressalta Virgínia – o acessório surgiu como opcional no Chevette a partir de 1985.

A modelo ganhou ainda uma antena elétrica e toca-fitas Roadstar e nesses 21 anos foi tratado como um verdadeiro integrante da família. Ele tem um mecânico exclusivo, que há muitos anos cuida da manutenção. Uma reforma para rejuvenescer "o caçula" dos Giraldi está programada para os próximos meses. Seu painel rachou com o tempo, a lataria precisa de uma nova pintura e algumas peças serão trocadas. "Só vamos colocar componentes originais", deixa claro Virgínia.

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O hatch virou o automóvel oficial de dona Natália durante sua estadia em Curitiba – aos 71 anos, ela e o marido curtem uma aposentadoria residindo em Guaratuba, litoral paranaense. "Também serve de curinga quando algum carro nosso vai parar na oficina", acrescenta a empresária, que chegou a disputar campeonatos de rali na década de 80 com um outro chevette da família. "Vender, nem pensar", avisa. "Tempo atrás meu pai até cogitou a hipótese, mas com a condição de que fosse para algum deficiente físico. Vários compradores apareceram, mas o coração falou mais alto e ele desistiu."