Ao volante
Pisando leve, novo motor tem economia de 1.8
A Honda "vende" o Civic com novo motor como sendo mais econômico que o 1.8, já que trabalha em rotações menores por conta do maior torque, o que também demanda acelerações mais tranquilas por parte do motorista. Durante o test-drive realizado nas rodovias próximas a Campinas (SP), cidade onde foi feita a apresentação do carro à imprensa, o bloco 2.0 não demonstrou consumir menos, mas obteve marca muito próxima. Pelo menos quando o pedal da aceleração foi pouco exigido. Em velocidade cruzeiro de 90 km/h, o bloco maior com câmbio automático registrou uma média de 9.8 km/l, diante dos 10 km/l do 1.8 manual de seis marchas.
Já quando abusamos das retomadas e de acelerações mais vigorosas, acompanhadas de um "grito" até exagerado saindo debaixo do capô, a diferença aumentou. O motor "mais fraco" fez 8.5 km/l, enquanto o mais forte não passou dos 6 km/l. "Até 3 mil rpm, o 2.0 mantém a mesma potência do 1.8, porém o torque maior é percebido em rotações mais baixas", destacou Alfredo Guedes, engenheiro da Honda. Realmente, o motor vitaminado responde mais rápido ao toque no acelerador e as ultrapassagens são feitas sem sustos, contudo ele está longe de ter uma pegada mais esportiva. Isso ficará sob a responsabilidade da versão Si Coupé, que chega em 2014 com um propulsor 2.4 que renderá 201 cv.
50.490
Foi o o volume de emplacamentos do Honda Civic em 2012. O modelo só ficou atrás do Toyota Corolla (56.365) no segmento de sedãs médios. O GM Cruze fechou em terceiro, com 39.530, seguido de VW Jetta, 20.637, Renault Fluence, 15.336, Nissan Sentra, 8.343, Fiat Linea, 8.331, e Hyundai Elantra, 7.973.
No ano passado a Honda mexeu no Civic para tentar recuperar a liderança do segmento de sedã médio, conquistada em 2006 pelo revolucionário New Civic e que durou até 2009, com a retomada do posto pelo Toyota Corolla. O visual esportivo daquela versão acabou cansando e a marca decidiu voltar aos contornos clássicos, porém com linhas mais musculosas e com curvas e vincos marcantes do capô ao para-choque, dando um ar mais robusto ao modelo. O resultado oxigenou as vendas do carro, no entanto não foi o suficiente para desbancar o concorrente japonês.
Agora, a Honda acrescenta mais munição ao seu três volumes para tentar derrubar o rival. Logo após o Carnaval chega às lojas a linha 2014 do Civic e a novidade é o motor 2.0 bicombustível, batizado de Flex One, que gera 155 cavalos, com torque de 19,5 kgfm. Assim, com o bloco mais forte, ele poderá brigar mais de perto com o Corolla 2.0 (153 cv). O câmbio do Civic 2.0 é automático de cinco marchas, com opções de troca por borboletas (paddle shift) no volante.
Além disso, o propulsor inova também ao dispensar o tanquinho de gasolina para partida a frio. Um aquecedor se encarrega de deixar o combustível na temperatura ideal para a combustão. O sistema entra em operação no momento em que o botão de destravar as portas na chave canivete (outra novidade) é acionado pelo condutor. "É o tempo de o motorista abrir as portas, sentar no banco e colocar a chave na ignição. A partida ocorrerá de forma imediata", garante Alfredo Guedes, supervisor de relações institucionais da Honda.
A fabricante aproveitou também para mudar a nomenclatura das versões. Sai a intermediária LXL e a top de linha EXS, entra a LXR e EXR, com preços tabelados em R$ 74.290 e R$ 83.890, respectivamente. A LXS (de entrada) permanece e com o conhecido motor 1.8 flex (140 cv), mas ganha a transmissão manual de seis marchas ao custo de R$ 66.690 o Corolla 1.8 rende 144 cv e parte de R$ 59.080. A opção automática do Civic 1.8 sai por R$ 69.900.
Equipamentos
A nova variante do sedã é identificada pela grade com detalhes em preto brilhante e emblema na tampa do porta-malas. A versão LXR ganha farol de neblina (ausente na antiga LXL). Já a versão EXR possui airbag lateral, além dos airbags frontais disponíveis na linha, controles de tração e de estabilidade, assistência de emergência à frenagem, navegador por GPS integrado à tela central de 7" e teto solar elétrico. Ambas apresentam ainda o revestimento das alças do porta-malas.
A linha 2014 agora vem equipadas com Bluetooth, que permite atender as chamadas sem a necessidade de manuseio do celular e até mesmo sem tirar as mãos do volante.
O modelo mantém o botão (ECON), introduzido na versão 2012, que privilegia o baixo consumo, alterando o funcionamento do controle eletrônico da injeção, ar-condicionado e piloto automático. Também permanece a central inteligente (i-MID), que exibe em uma tela de LCD de 5" diversas informações, com comandos no volante, e a imagem da câmera de ré.
O jornalista viajou a convite da Honda
Rivais diretos
Honda Civic 2.0
Potência máxima: 155 cv a 6.300 rpmTorque: 19,5 kgfm a 4.800 rpm Câmbio: AT de 5 marchasDimensões: 4,52 m (c), 1,75 (l) e 1,45 m (a) Entre-eixos: 2,66 mPreço: a partir de R$ 74.290
Toyota Corolla 2.0
Potência máxima: 153 cv a 5.800 rpmTorque máximo: 20,7 kgfm a 4.800 rpmCâmbio: AT de 4 marchasDimensões: 4,54 m (c), 1,76 (l) e 1,48 m(a)Entre-eixos: 2,60 mPreço: a partir de R$ 71.630
*VW Jetta 2.0
Potência máxima: 120 cv a 5.000 rpmTorque máximo: 18,4 kgfm a 4.000 rpmCâmbio: AT de 6 marchasDimensões: 4,64 m (c), 1,77 m (l) e 1,47 m (a)Entre-eixos: 2,65 mPreço: a partir de R$ 67.990
*Há a versão 2.0 TSI, com 200 cv (R$ 86.290)
Renault Fluence 2.0
Potência máxima: 143 cv a 6.000 rpmTorque máximo: 20,3 kgfm a 3.750 rpmCâmbio: CVT Dimensões: 4,62 m (c), 1,81 m (l) e 1,47 m (a)Entreeixos: 2,70 mPreço: a partir de R$ 63.450
AT: automático. (C): comprimento. (L): largura e (A): altura. Obs.: O Chevrolet Cruze, 3º mais vendido da categoria, só possui motor 1.8 (144 cv). No automático, parte de R$ 65.749
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