Emplacamentos
Top 10 possui fábrica no Brasil
Entre as dez primeiras montadoras posicionadas no ranking de emplacamentos da Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos), apenas a Hyundai pode não se encaixar nas exigências estipuladas pelo governo, apesar de possuir uma fábrica em Goiás. A marca sul-coreana atualmente ocupa a 6ª posição, mas almeja o 4º lugar, atropelando Renault e Ford no caminho até lá. Todas as demais marcas no top 10 possuem ao menos uma fábrica no Brasil: Fiat, VW, GM, Ford, Renault, Honda, Citroën, Toyota e Peugeot. Contudo, do 11º ao 20º lugares no ranking, a situação é diferente. Neste grupo estão Kia, JAC, Chery e Hafei. Somadas, as quatro detêm 4,15% da fatia do mercado.
O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos vindos de fora do Mercosul e do México, anunciado esta semana pelo governo, atingirá em cheio as marcas chinesas novatas e baratas, como JAC Motors e Chery, além das tradicionais e caras, como Audi e BMW.
Segundo a nova medida, automóveis de até mil cilindradas, que têm atualmente IPI de 7%, receberão agora a incidência de 37%. Já para os carros entre mil e 2 mil cilindradas, a tributação saltará para 41% (flex) e 43% (a gasolina), bem superior aos atuais 11% e 13%. Estima-se que o impacto nos preços finais poderá ficar entre 25% e 30%.
Com isso, o preço do Chery QQ, que foi lançado no Brasil este ano com a fama de ser o popular completo mais barato do Brasil, passaria de R$ 23.990 para R$ 31.190, considerando os 30% de aumento no valor atual. O compacto hoje representa 50% das vendas da marca chinesa e emplacou em agosto 1.893 unidades.
A JAC Motors, que chegou ao país com uma política agressiva de marketing, propagandeando seu carro "completão" a preço de um "peladão" da concorrência, é outro alvo da medida. O hatch J3 custa R$ 37.900 e pode ir a R$ 49.270. Um duro golpe para quem já detém 11,18% do mercado de importados entre as empresas filiadas à Abeiva (associação que congrega as marcas importadoras que não possuem fábrica no Brasil). Ela é a segunda maior importadora desse grupo, perdendo apenas para a Kia Motors. A JAC já vendeu 14.459 unidades no país desde que abriu seus negócios em março. A líder Kia Motors somou 53.918 unidades esse ano. Em terceiro vem a Chery, com 12.770 unidades.
Aliás, todas as marcas asiáticas, com exceção das japonesas Toyota, Honda e Nissan, devem ser atingidas, uma vez que os principais requisitos exigidos pelo novo regime automotivo para obter a isenção na elevação do IPI são que os veículos tenham 65% de conteúdo de fabricação brasileira ou do Mercosul e que cumpram ao menos seis de 11 etapas de produção no Brasil, entre elas, estampagem, pintura, fabricação de trem de força (motor e câmbio), etc..
No caso da sul-coreana Hyundai é uma incógnita porque ela tem uma unidade fabril em Goiás, mas a conterrânea Kia está desprotegida nesse quesito, o que pode comprometer o desempenho de vendas do sedã Cerato, hoje vice-líder em seu segmento, passando o Honda Civic e ficando atrás apenas do Toyota Corolla.A Chery terá uma fábrica em Jacareí em 2013 e a JAC planeja uma em 2014.
Lifan e Hafei completam a lista das chinesas, que já há alguns meses vêm nadando de braçada nas vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil, principalmente por oferecer bons pacotes de equipamentos por um preço final menor que a média do mercado.
Modelos de marcas premium também podem ser afetados. O Audi A1, por exemplo, teria o preço revisado de R$ 89.900 para R$ 116.870. E o simpático Smart fortwo, que ficou mais barato com a vinda da versão de entrada mhd, saltaria de R$ 49.900 para R$ 64.870, valor cobrado atualmente pela versão cabriolet.
Os automóveis com mais de 2 mil cilindradas recolhem, hoje, IPI de 18%, para os bicombustíveis; e 25%, para os veículos que só usam gasolina. As novas alíquotas serão de 48% e 55%, respectivamente. A nova tributação entra em vigor daqui 60 dias.
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