Scania P124 do piloto paranaense Pedro Muffato: transformação começa com o desmonte total do caminhão| Foto: Divulgação/Orlei Silva

Decisão

Cinco pilotos disputam o título

A emoção da Fórmula Truck está garantida porque, como em todos os anos, o campeonato só será decidido na última etapa, em Brasília, no dia 5 de dezembro. Faltando apenas duas corridas (Curitiba e Brasília), cinco pilotos figuram com chances de título. Felipe Giaffone, líder do campeonato, tem 137 pontos. Atrás dele, Valmir Benavides tem 120. Em terceiro, Roberval Andrade tem 113 pontos. A quarta colocação é de Wellington Cirino, com 109 pontos, seguido por Geraldo Piquet, com 105.

Nas duas últimas corridas da temporada, 64 pontos estão em jogo, 32 de cada uma (25 de vitória; 5 por passar em primeiro na bandeira amarela; 1 por fazer a pole e 1 pela volta mais rápida). Dessa forma, com uma combinação de resultados os cinco têm chances.

Ingressos

Os ingressos antecipados estão à ven­­da nos Postos BR – Petrobras, Re­­formadores Autorizados Vipal e locais autorizados a R$ 25, com di­­reito a um boné do evento. O in­­gresso é válido para os três dias (sexta-feira e sábado, quando serão realizados os treinos, e domingo, dia de apresentações, show e corrida). No autódromo, estarão à venda a partir do dia 12/11.

Estudantes pagam meia-entrada (R$ 12,50) e esses ingressos estarão à venda somente no autódromo a partir de sexta-feira. São limitados e não dão direito ao boné. É obrigatória a apresentação da identificação estudantil (dentro da validade ou período) e do RG (no ato da compra e da entrada). Crianças menores de 8 anos acompanhadas de pais ou responsável, deficientes e idosos maiores de 60 anos não pagam.

CARREGANDO :)

Os caminhões que disputam a Fórmula Truck – que terá sua penúltima corrida do ano em Curitiba no domingo, dia 14 – não são veículos projetados especialmente para a competição, mas estradeiros adaptados para as pistas. Nos campeonatos europeus de Super-Truck, ao contrário, os caminhões são feitos para as provas.Para explicar as mudanças, vamos usar como base o modelo eletrônico Scania P124, do piloto paranaense Pedro Muffato. O primeiro passo para a transformação é desmontar o caminhão todo, deixando-o apenas com as longarinas, as duas vigas de aço que, junto com as travessas, formam o chassi.

A distância entre os eixos é reduzida de 4,2 para 3,4 metros, com recuo de 55 centímetros na posição do motor. O comprimento total do cavalo passa de 6,5 para 5,4 metros. A troca do eixo original dianteiro por um de ônibus garante um rebaixamento de 12 centímeros na altura do motor em relação ao solo.

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Aerodinâmica

Para rodar nas pistas, os veículos passam a contar com carenagem lateral de fibra de vidro, desenhada para melhorar a aerodinâmica. Os tanques de combustível laterais (dois no caminhão de estrada, com capacidade total de 700 litros) são substituídos por um único, de 150 litros, colocado no meio do chassi.

A potência do motor passa de 420 cv do P124 de estrada para perto de 1.000 cv, com virabrequim e comando especiais, bielas sob medida, pistões e válvulas especiais e retrabalho no cabeçote. Os bicos injetores são originais. Enquanto o caminhão de estrada chega a 2.100 rpm, o Truck chega a 3.700 rpm.

O lugar da entrada de ar para o turbo muda da lateral da cabine para uma tomada frontal, na parte superior do para-brisa. O sistema ainda conta com escapamento direto, sem o silenciador e o catalisador, obrigatórios no caminhão de transporte. O Truck, que pesa quase cinco toneladas, atinge a velocidade de 230 km/h.

Cabine

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Mudanças radicais são realizadas na cabine, que deixa de ser confortável, como é a do carreteiro. Saem o painel, os revestimentos, a forração térmica, a cabine leito, os bancos pneumáticos e o ar-condicionado. Entram o banco tipo concha para competição e espelhos menores. No lugar do painel aparecem o conta-giros e os relógios de temperatura de água e óleo e de pressão do turbo.

Por questão de segurança, a cabine é mantida igual à original, em chapas de aço, nas quais é instalado o santantônio (arco de proteção em caso de capotagem) homologado pela organização. Também é obrigatório o uso do cinto de segurança com cinco pontos de fixação.

No caso dos pneus, como não há um modelo específico para corridas de caminhão, a Truck brasileira usa o Bridgestone R227, sem câmara. O uso de roda original de aço para o rodado externo do eixo traseiro é obrigatório. Nos demais, as rodas são de alumínio. O sistema de freios também é especial e funciona a disco na traseira e na dianteira, com sistema especial de refrigeração.

O câmbio usado no P124 de corrida é igual ao do caminhão de estrada. A confecção da quinta roda (engate da carreta) é em fibra de vidro, diferente da do caminhão original, que é feita de aço. É obrigatório o uso da quinta roda para não descaracterizar o cavalo mecânico.