Tão difícil quanto criar um visual que agrade o consumidor é escolher um nome que irá ‘pegar’ no mercado. E as montadoras quebram a cabeça para dar o melhor batismo, mas nem sempre são felizes na escolha.
Alguns beiram o ridículo e acabam virando motivo de piada. Listamos dez modelos cuja sonoridade, significado ou mau gosto do nome depõem contra o veículo, alguns deles comercializados no Brasil.
AMC Gremlin
O nome dado ao modelo dos anos de 1970 foi inspirado numa criatura malévola, que gostava de causar confusão e sabotar componentes mecânicos, especialmente aviões durante a Segunda Guerra Mundial.
A lenda desses seres acabou originando o filme Gremlin, de 1984. Se você assistiu, perceberá que o esquisito veículo é tão feito quanto os monstrinhos da telona.
Kia Besta
Foi a van que mais rivalizou no Brasil com a VW Kombi, fazendo sucesso nas décadas de 1990 e 2000 como transporte alternativo (vans escolares e lotações, por exemplo).
As vendas em alta ofuscaram uma polêmica maior em torno do nome. A Kia Besta ajudou a promover a empresa sul-coreana no país.
Contudo em 2006 a fabricante pôs fim à trajetória da minivan no mercado nacional, mesmo ela respondendo por mais de 50% do faturamento da marca.
O nome surgiu de uma adaptação de “Best A” (a melhor, classe A), como a Besta era chamada em alguns mercados. No Brasil, também faz relação ao animal usado para o transporte de carga, adequando à proposta do veículo.
Chana
Algumas montadoras chinesas têm uma pronúncia complicada em seu país. Por isso, quando resolvem explorar outros mercados, especialmente os ocidentais, escolhem nomes mais fáceis de ouvir e falar.
A Chang’an só não contava que a escolha para o mercado brasileiro acabasse virando motivo de piada. A marca Chana chegou em 2006 e não passou impune aos comentários maldosos quando se referia aos veículos comerciais da empresa - pois refere-se também a uma expressão chula para o órgão reprodutor feminino.
O nome durou até 2011, quando então a chinesa optou por trabalhar mesmo com Changan por aqui.
Kia Picanto
Lançado no Brasil em 2007, o subcompacto chamou atenção pelo nome que suscita a uma conotação sexual. E ele é assim chamado em quase todo o planeta, menos na Europa, onde é conhecido como Morning (manhã).
Atualmente a brincadeira com o nome já esfriou. O Picanto tem origem no francês piquant, ou picante. O modelo é sinônimo de hatch premium e seu design moderno faz dele um dos mais bonitos do segmento. Em breve ganhará uma reestilização.
Citröen Picasso
Outro na linha de interpretação do Picanto. Quando estreou por aqui, fez dobradinha com a marca Chana na roda de piadas.
Na verdade, o nome é uma homenagem da Citröen ao pintor e escultor espanhol Pablo Picasso e usado pela marca como sobrenome para diversos modelos. A precursora no Brasil foi a Xsara Picasso, minivan familiar que fez um enorme sucesso nos anos 2000, sendo a mais vendida do segmento.
Deixou de ser produzida em 2004 para dar lugar a C4 Picasso. O portifólio da Citroën ainda tem o C3 Picasso.
Ford Pinto
Nos EUA, pinto é uma raça de cavalo (pônei) com pelagem branca e pintas de outra cor. Na década de 1970 a Ford decidiu lançar um modelo homenageando o animal.
E acabou sendo um dos carros mais vendidos no período em que foi produzido, até 1980. Teve vida curta, apesar do sucesso, por que apresentava um problema de planejamento em sua concepção.
O tanque de combustível ficava entre o eixo traseiro e o para-choque. Com isso, qualquer batida na traseira fazia vazar combustível. Isso motivou um recall de 1,5 milhão de unidades e vários processos.
Mazda Laputa
O kei car da marca japonesa foi produzido entre 1999 e 2006, mas nunca chegou a vir pelo Brasil ou qualquer mercado de língua espanhola, pois aí era piada na certa.
O nome Laputa faz referência à ilha voadora do livro “As Viagens de Gulliver”, que quando traduzido para os países de idioma espanhol foi adaptado para Lapuntu.
Volkswagen Thing
Como explicar para alguém que você dirige uma “coisa”! Pois esse foi o infeliz nome (em inglês) dado pela Volkswagen nos EUA para a sua versão europeia do famoso Jeep 4x4 de uso militar.
Curioso, já que o nome original era Type 181 e em outros países foi chamado também de Safari e Trekker. Contudo, ao olhar o design do ‘The Thing’, até que o batismo inusitado lhe caiu bem.
Mitsubishi Pajero
O utilitário esportivo é um dos modelos de maior sucesso da marca japonesa. E se no Brasil o seu nome não representa nenhuma agressão aos ouvidos, em mercados que falam o espanhol ele é um palavrão.
Pajero é um gíria relacionada ao ato de masturbação. Por isso há países em a Mitsubishi local decidiu trocar o nome para Montero.
A denominação comercial do veículo vem de Paja, de origem argentina. Nos anos 40 no país vizinho surgiram veículos que eram usados no campo sobre as pajas, que em português significa pasto seco. A Mitsubishi decidiu adotar o nome Pajero para reforçar o fato de o veículo topo de linha da marca conseguir circular sobre qualquer terreno.
Studebaker Dictator
Quando os americanos lançaram o modelo em 1927, a figura do ditador (ditactor, em inglês) ainda era algo distante. O italiano Benito Mussolini, um dos maiores exemplos desta forma de governar, era conhecido nos EUA à época por seu um líder audacioso e não pela violência do facismo.
A Studebaker queria que o seu Dictator “ditasse os padrões” no mercado automotivo. Mas bastou exportá-lo para a Europa para que o nome encontrasse resistência e críticas, afinal o peso político por lá era mais forte.
O jeito foi rebatizar o sedã grande, que passou a chamar Director (Diretor), Porém, a.mudança não surtiu o efeito. Pouco tempo depois Adolf Hitler ganhou projeção mundial e a Studebaker acabou aposentando o modelo.
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