Popularizado no Brasil com o filme "Velozes e Furiosos", em 2001, mas já conhecido de muitos dentro e, principalmente, fora do país pelas corridas de rali e superturismo na Europa, o tuning caiu no gosto das pessoas e ganhou um espaço só seu no mercado nacional. Mas essa mania que virou estilo de vida pode perder fôlego com duas novas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que entram em vigor no próximo sábado.
A resolução 201 determina quais modificações nas características dos veículos serão permitidas, assim como a documentação necessária para tanto. A nova regra proíbe algumas alterações como mudanças na suspensão de veículos das espécies passageiro (automóvel), misto (utilitário) e carga (caminhonete) e impõem condições como a emissão do Certificado de Segurança Veicular (CSV) para outras modificações. Já a 200 vai exigir dos motoristas a homologação do veículo para certas mudanças como a de potência/cilindrada do automóvel por meio da requisição do Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT).
Para o advogado especialista em Direito de Trânsito, Marcelo José Araújo, há pontos na resolução 201 que podem gerar polêmicas, como o item "modificações visuais que não impliquem em semelhança com veículo de outro ano ou modelo". "Em carros como o Mazda MX3, por exemplo, que já vem com aerofólio, como será possível saber se o que está no veículo é original ou não? Se eu quiser transformar um Fox 1.0 em um CrossFox, que policial saberá a diferença? As autoridades de trânsito terão que ser profundos conhecedores de carros para não cometer erros, já que o CSV não é documento de portabilidade obrigatória", afirma Araújo.
É justamente dos erros de fiscalização e da burocracia que João Dyck, 24 anos, tem receio. "Acho que o mercado vai sentir a pressão das novas regras e o consumidor terá que gastar mais", diz o bacharel em Turismo, que encontrou nos eventos de tuning uma oportunidade de trabalho e desde janeiro vem "melhorando" seu Fiat Marea. Para ele, peças já homologadas e com instaladores credenciados facilitariam a vida dos motoristas.
Paulo Gottlieb, da Transtech Engenharia e Inspeção S/C, empresa de inspeção veicular, afirma que o CSV e o CAT são necessários e não são passíveis de substituição por peças homologadas ou inspeções veiculares obrigatórias. "É importante avaliar questões como o peso, as dimensões e a instalação dos componentes modificados. Uma inspeção obrigatória e uma de segurança têm critérios diferentes de avaliação", afirma.
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