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A trégua dada pela chuva pode ser interrompida neste fim de semana. A previsão do Simepar – instituto responsável por monitorar e prever as condições meteorológicas para o estado – é de pancadas no sábado em todo o Paraná. Ou seja, novos riscos de alagamento e inundações, como os ocorridos no último domingo em diferentes pontos de Curitiba. Por isso, se sair de casa motorizado, tome alguns cuidados para não ser surpreendido.

Um pequeno alagamento, por exemplo, que alguns consideram uma boa oportunidade para lavar as rodas e a parte baixa do veículo, pode acarretar num grave enguiço conhecido como calço hidráulico. O fenômeno ocorre quando o motor aspira água em vez de ar – geralmente pelo sistema de ventilação forçado do cárter (respiro), posicionado abaixo da linha dos faróis ou pelo duto do filtro de ar.

"A água preenche a câmara de combustão (local onde se dá a explosão da mistura ar/combustível) e o carro ‘morre’ na hora. Ao dar partida novamente ou tentar pegar no tranco, os pistões sobem e encontram a resistência da água, que tem dificuldades para sair. Ela então força a biela, que chega a entortar ocasionando o calço hidráulico", explica Fábio Jordelino da Silva, da Flash Recuperadora, em Curitiba. Segundo ele, por conseqüência outros componentes também são afetados, como virabrequim, bronzina, cabeçote e até pistões. O custo para recuperar o motor danificado, neste caso, pode variar de R$ 500 a 4,5 mil. Só o jogo de biela, uma das peças mais atingidas no calço hidráulico, sai em média R$ 1 mil.

Numa situação de inundação em hipótese alguma deve-se ligar o veículo caso ele tenha apagado. O correto é empurrá-lo para fora da água e chamar um guincho ou então secar as peças do motor com um pano e ar comprimido, encontrado nos postos de combustíveis. "Isso diminui a avaria no motor, exigindo apenas a secagem das peças para que volte a funcionar", salienta Arnaldo Teixeira de Souza Filho, eletro-mecânico da Florença Veículos, concessionária Fiat na capital.

O profissional recomenda também conferir a tomada de ar. Caso não esteja inundada ou com a aparência de enxuta, significa que o carro morreu por outros motivos que não pela entrada de água na câmara de combustão. Sendo assim, pode-se dar partida sem risco algum. Agora, se afogou devido ao excesso de água, Arnaldo dá a dica de retirar as velas para que a água escorra. "Espere ela sair totalmente e então dê a partida", orienta.

Buracos

Os alagamentos também costumam encobrir buracos e bocas-de-lobo, criando armadilhas para os motoristas. A queda em crateras pode amassar os aros, cortar os pneus ou formar bolhas, além de empenar as bandejas de suspensão. Fernando Luís Moreira, gerente comercial da Ingo Hoffman Pneus recomenda após topar num buraco efetuar no mínimo a geometria, mesmo que não haja dano aparente. "Carro desalinhado ocasiona desgaste prematuro dos pneus, falta de estabilidade nas curvas e desconforto ao dirigir", aponta. A geometria computadoriza nos dois eixos custa em média R$ 50.

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