Especialistas reunidos no 19.º Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil, entre os dias 5 e 7 de outubro, em São Paulo, apontaram para a necessidade de uma preocupação maior com soluções para a mobilidade. Besaliel Botelho, presidente da SAE Brasil, disse que o bom momento vivido pela indústria automobilística brasileira também exige cautela e impõe desafios. "As empresas locais têm de competir com o mercado externo e isso exige mais criatividade e soluções urgentes para a mobilidade", explicou. "É preciso mais mobilidade limpa, soluções para reduzir a emissão de gases e o consumo de combustíveis".
Marcos Vinicius de Souza, diretor do Departamento de Fomento à Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, falou no evento sobre as ações do governo pela mobilidade. Segundo ele, o objetivo é ajudar as empresas nas políticas de inovação a partir de três principais linhas. A primeira está relacionada a recursos humanos. Ele citou o "apagão de engenheiros" vivido pelo Brasil , que é uma característica de outros países também, exceto dos asiáticos. A solução, apontou, está na reformulação dos currículos dos cursos de formação, o que já está em discussão, e na convocação das empresas para auxiliar na capacitação dos profissionais.
A segunda ação está relacionada com a internacionalização das empresas voltadas para a inovação. Souza disse que o país está sendo mais agressivo para atrair centros de pesquisa, inovação e desenvolvimento. E já há resultados. "Em seis meses os centros da GE e da IBM já anunciaram sua chegada", completou. E, finalmente, ele citou a questão da sustentabilidade, que precisa chegar mais rapidamente à mobilidade por meio de novas tecnologias e instrumentos de políticas públicas.
Mas será que os brasileiros estão dispostos a pagar mais por veículos com apelo ambiental? No painel que discutiu a redução do consumo de combustíveis e das emissões, os especialistas concordaram que não. Augusto Dornelles Filho, gerente de contas estratégicas da DuPont do Brasil, disse que "ainda não há consciência coletiva". Para José Luiz Hellmeister Loureiro, gerente executivo da Volkswagen, o consumidor paga porque está no pacote, mas não paga para ter um carro ecologicamente correto.Roberto Gothardo Krenus, engenheiro especialista da Delphi, lembrou que o motorista não é atraído se não houver um impacto no seu bolso. E para Ruy Quadros, coordenador de extensão do Instituto de Geociência da Unicamp, essa preocupação ainda não atinge a grande massa, mas apenas alguns segmentos.
A jornalista viajou a convite da Brose do Brasil
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