O jornalista Paulo Braga, da Automotive Business, foi o mediador. Na mesa: Dornelles, da DuPont; Loureiro, da VW; Krenus, da Delphi; e Ruy Quadros, da Unicamp| Foto: Fotos: Divulgação/Marcos Pereira
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Especialistas reunidos no 19.º Congresso e Exposição Interna­cio­nais de Tecnologia da Mobili­dade SAE Brasil, entre os dias 5 e 7 de outubro, em São Paulo, apon­taram para a necessidade de uma preocupação maior com soluções para a mobilidade. Be­­saliel Botelho, presidente da SAE Brasil, disse que o bom momento vivido pela indústria automobilística brasileira também exige cautela e impõe desafios. "As em­­presas locais têm de competir com o mercado externo e isso exi­­ge mais criatividade e soluções urgentes para a mobilidade", explicou. "É preciso mais mo­­bilidade limpa, soluções para reduzir a emissão de gases e o con­­sumo de combustíveis".

Marcos Vinicius de Souza, di­­retor do Departamento de Fo­­mento à Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, falou no evento sobre as ações do governo pela mobilidade. Segundo ele, o objetivo é ajudar as empresas nas políticas de inovação a partir de três principais linhas. A primeira está relacionada a recursos humanos. Ele citou o "apagão de engenheiros" vivido pelo Brasil , que é uma característica de outros países também, exceto dos asiáticos. A solução, apontou, está na reformulação dos currículos dos cursos de formação, o que já está em discussão, e na convocação das empresas para auxiliar na capacitação dos profissionais.

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A segunda ação está relacionada com a internacionalização das empresas voltadas para a inovação. Souza disse que o país está sendo mais agressivo para atrair centros de pesquisa, inovação e desenvolvimento. E já há resultados. "Em seis meses os centros da GE e da IBM já anunciaram sua chegada", completou. E, finalmente, ele citou a ques­­tão da sustentabilidade, que precisa chegar mais rapidamente à mobilidade por meio de novas tecnologias e instrumentos de políticas públicas.

Mas será que os brasileiros estão dispostos a pagar mais por veículos com apelo ambiental? No painel que discutiu a redução do consumo de combustíveis e das emissões, os especialistas concordaram que não. Au­­gusto Dornelles Filho, gerente de contas estratégicas da DuPont do Brasil, disse que "ainda não há consciência coletiva". Para José Luiz Hellmeister Loureiro, ge­­ren­­te executivo da Volks­wa­gen, o consumidor paga porque está no pacote, mas não pa­­ga pa­­ra ter um carro ecologicamente correto.Roberto Gothardo Krenus, en­­genheiro especialista da Delphi, lembrou que o motorista não é atraído se não houver um impacto no seu bolso. E para Ruy Qua­dros, coordenador de extensão do Instituto de Geociência da Unicamp, essa preocupação ainda não atinge a grande massa, mas apenas alguns segmentos.

A jornalista viajou a convite da Brose do Brasil