Desvalorização de carro blindado chega a 50%

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Atualmente rodam pelo país mais de 32 mil automóveis blindados. Só no ano passado receberam esta proteção 3.622 veículos, um crescimento de 13% em relação ao ano anterior, quando o mercado blindou 3.206 carros. Os dados são da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), que para este ano espera um crescimento ainda maior devido ao mercado aquecido e as vendas, que estão superando todas as expectativas.

Esse segmento, que está cada vez mais em expansão, é responsável também pelo crescimento no número de revendas de carros usados e blindados, principalmente de concessionárias aderindo a esta nova modalidade de vendas. Mas a desvalorização de um carro blindado tem se tornado motivo de preocupação para lojistas e concessionários e, por conseqüência, para o consumidor.

Segundo Rogério Garrubbo, proprietário da Concept Blindagens, uma das maiores empresas do ramo, com loja e fábrica em São Paulo, o mercado de carros usados e blindados é complicado, e contaminado. Ele afirma que a desvalorização com a qualidade do serviço e da aplicação que foi feita na hora da blindagem pode chegar a 50% do valor do carro na hora da troca. Os veículos caem de preço assim como qualquer usado, mas com a desvantagem dessa queda ter um percentual maior. Grande parte desses carros, mesmo com apenas dois anos de uso, apresentam defeitos irreparáveis. Porém é possível comprar um carro zero totalmente blindado. Revendas em parceria com empresas de blindagem colocam a disposição do consumidor alguns modelos já protegidos.

A Volkswagen, por exemplo, em parceria com a Inbrablindados, oferece os modelos Touareg, Passat, Bora, Variant, Golf, Polo Sedã, Saveiro e CrossFox, com motorização 1.6, blindados com a manutenção da garantia original de fábrica.

Os sedãs médios, considerados pelo segmento como carro popular, estão entre a preferência dos consumidores para a blindagem. Um Corolla, por exemplo, que custa em média R$ 70 mil, com o sistema de proteção passa a custar R$ 120 mil.

No ranking, os modelos mais blindados são: Corolla (Toyota) Vectra (GM), Pajero (Mitsubishi), Hillux (Toyota) e Passat (Volkswagen). Os carros abaixo de 90 cv, segundo a Associação Brasileira de Blindagem, não podem ser blindados. A motorização não agüentaria a carga elevada do automóvel.

Pelos dados da entidade, as mulheres representam 34% dos usuários de veículos blindados. Desse universo, as que têm entre 30 e 39 anos são as que mais utilizam a proteção (24%). Entre os homens, 66% dos usuários deste tipo de carro, a maior concentração está entre os que têm de 40 a 49 anos (28%). Executivos ou empresários representam 73%. A classe artística é a segunda maior, com 7%, seguida pelos políticos e juízes (5% cada).

São Paulo é o estado com o maior número de usuários (67%), seguido pelo Rio de Janeiro (24%). Empatados em terceiro estão Pernambuco e Rio Grande do Sul, com 3% das blindagens, e Minas Gerais em quinto, com 1,5%.