O mercado automotivo brasileiro é dominado pelas gigantes montadoras americanas, europeias e asiáticas há muito tempo. Mas durante um certo período o empresariado local bem que tentou participar deste universo apresentando projetos nacionais.
Muitos se aventuraram com proposta pra lá de ousadas. No entanto, tiveram vida curta ou sequer ganharam às ruas. Seja pela falta de investimentos, crise financeira ou pouca receptividade do consumidor.
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Decidimos fazer uma lista com dez modelos que não deram certo e que pouca gente irá se lembrar de um dia terem existido. Confira:
Obvio 828
Idealizado pelo empresário carioca Ricardo Machado, ainda em 2002, o minicarro nasceu triflex (gasolina, álcool e GNV), com mecânica Volkswagen, com a proposta de ser vendido pela internet.
Mas nem sequer estreou, mesmo após várias tentativas do seu criador com parcerias estrangeiras.
Mesmo assim, o Obvio 828 ganhou motorização elétrica e migrou para o sistema de compartilhamento de carros, o ‘car sharing’, com a comercialização restrita a empresas.
TAC Stark
Apresentado como protótipo em 2006, a versão final do jipe compacto surgiu em Santa Catarina no fim de 2009 desenvolvido pela TAC – Tecnologia Automotiva Catarinense –, de Joinville. A ideia era ser uma opção na época para o Troller T4 e o Agrale AM50 Marruá em incursões off road.
O Stark (‘forte’, em alemão) vinha com motor diesel 2.3 turbointercooler, de 127 cv e 30,6 kgfm de torque. Se destacava pelo visual, com chassi tubular e suspensão individual nas 4 rodas.
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As vendas só aconteceram em 2012 e em edição limitada a 199 unidades. A fábrica mudou para Sobral, no Ceará,e ficou parada até 2014, quando retomou as atividades trabalhando sob encomenda. Atualmente está em busca de novos investidores.
Rossin-Bertin Vorax
O Salão do Automóvel de São Paulo de 2010 tinha como uma das estrelaso esportivo Vorax, novidade da Rossin-Bertin equipada com motor BMW V10, de 570 cv (o mesmo do M5 na época).
O design arrebatador de vincos fortes, criado por Fharys Rossin, ex-designer da GM, atraiu os olhares dos visitantes e de interessados em ter o modelo na garagem. Com chassi em alumínio e a carroceria em fibra de carbono, o modelo era capaz de atingir 330 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos.
Prometido para 2012, a projeção da Rossin-Bertin, empresa catarinense de Blumenau, era vender 50 unidades no Brasil e 300 no exterior no primeiro ano de comercialização. Mas o Rossin-Bertin nunca chegou ao mercado.
Lobini H1
Outro esportivo com tinha potencial para conquistar um público apaixonado por velocidade. Apareceu em 2002 no Salão de São Paulo e em seguida passou a ser fabricado artesanalmente em Cotia (SP), com um volume de produção de duas a quatro unidades/mês.
A compra do Lobini H1 era só sob encomenda e o cliente tinha a opção de pagar em diversas parcelas. Quando as prestações atingissem 70% do valor do carro, o carro começava a ser construído.
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Debaixo do capô pulsava o motor turbo 1.8 do Audi A3/ Golf GTi, que rendia 180 cve 25,5 kgfm de torque. Podia acelerar da imobilidade aos 100 km/h abaixo de 6 segundos e atingir velocidade final de 230 km/h.
O Lobini H1 saiu de cena no fim de 2013 por causa da obrigatoriedade de air bags e ABS. Em novembro de 2014, a marca encerrou as atividades.
San Vito S1
Mais um da turma que só ficou no papel. O San Vito S1 foi revelado em 2009 como protótipo e assim permaneceu, com apenas um exemplar produzido. E ele está de posse do seu criador, o italiano Vito Simone, proprietário da Personal Parts, maior fabricante de kits aerodinâmicos para automóveis do país.
Vito até cogitou produzir outras unidades caso surgissem interessados, mas pelo jeito não houve demanda. O modelo é construído sobre um chassi tubular, com carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro, motor turbo 1.8, de 180 cv, da Volkswagen.
Donirosset
Apresentado em 2012 com status de superesportivo, ao melhor estilo Ferrari e Lamborghini. O motor traseiro era nada menos que um V10 do Dodge Viper, convertido para beber apenas etanol e biturbo.
A potência do Donirosset impressionava: mais de 1.000 cv, com velocidade final acima dos 400 km/h.O preço da exclusividade: R$ 2 milhões à época.
Todos esses atributos superlativos, porém, não saíram do papel. O projeto tinha sido uma encomenda do empresário William Rosset ao estúdio de customização Amoritz GT para presentear o pai Donino Rosset, ou Doni para os mais chegados.
Hofstetter
Projetado em 1973, o Hofstter só foi revelado ao público em 1984 no Salão de São Paulo. O nome é uma referência ao engenheiro (e idealizador) Mário Richard Hofstetter, que buscou inspiração no Alfa Romeo Carabo.
O fora de série chamava a atenção pelo visual arrojado e ronco grave, montado sobre uma carroceria de fibra de vidro. A abertura das portas seguia o estilo ‘asa de gaivota’ (para cima). O motor era um 2.0 turbo, de 140 cv.
A fabricação começou em 1986, porém teve vida curta. Apenas 18 unidades saíram da linha de montagem até 1991.
Troller Pantanal
A marca continua na ativa sob o domínio da Ford, mas a picape Troller Pantanal deu adeus com apenas dois anos de mercado. Lançada em 2006 com a projeção de vender 1,2 mil unidades/ano, emplacou apenas 77 exemplares.
O veículo tinha problemas estruturais, com o risco do chassi partir com o carro em movimento. A Ford anunciou a recompra do produto, para destrui-lo depois, mas alguns proprietários preferiram ficar com o modelo. Eles tiveram de assinar um documento assumindo os riscos. Hoje, o exemplar da Troller é raríssimo.
Mini Dacon 828
Projeto criado pela Dacon, antiga importadora paulista da Porsche e também concessionária Volkswagen. Desta experiência surgiu o Mini Dacon 828, com peças extraídas de Porsche e Volks, como as lanternas traseiras e motor 1.6 boxer de 4 cilindros. Rendia 65 cv e atingia 142 km/h.
O microcarro foi vendido de 1983 a 1994, porém teve apenas 47 exemplares emplacados. Era um veículo bastante compacto, com 2,5 m de comprimento (para ser ter uma ideia, o smart fortwo mede 2,69 m).
As primeiras 4 unidades fabricadas traziam rodas diminutas aro 10, porém devido a falta de estabilidade, passou a calçar rodas aro 13, similares às usadas no Porsche 944.
Brasinca 4200 GT
O cupê esportivo foi produzido por quase três anos (de 1965 a 1967). Também chamado de Uirapuru, tinha capô longo com uma elegante tomada de ar. Mas os faróis circulares destoam no projeto.
A carroceria em aço moldada à mão ía na contramão das fibras de vidro da época. Vinha equipado com motor 4.2, de 6 cilindros, dos caminhões Chevrolet da época, adaptado com três carburadores.
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O 4200 GT rendia 155 cv e bons 32,7 kgfm de troque e alcançava mais de 200 km/h - incomum para os modelos do anos de 1960.
Ao todo, foram comercializadas 77 unidades pela Brasinca e depois pela Sociedade Técnica de Veículos (STV). O projeto tornou-se inviável pelo alto custo de produção e também no preço - custava o equivalente a três Fuscas.
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